Thursday 7 June 2012

NEONAZI GREGO AGRIDE DEPUTADAS EM DEBATE TELEVISIVO


Um deputado grego neonazi agrediu duas deputadas de esquerda durante um debate realizado, em direto, esta quinta-feira de manhã, na cadeia de televisão Ant1. Veja o vídeo. Uma fonte judicial revelou que foi dada ordem para a sua detenção devido à agressão que ocorreu durante o programa televisivo, que tinha por tema as eleições legislativas de 17 de junho. Ilias Kasidiaris, porta-voz da formação Amanhecer Dourado, que entrou no Parlamento grego com 6,9% dos votos nas últimas eleições, perdeu o controlo num ataque de nervos quando a deputada da esquerda radical, Rena Dourou, recordou-lhe que estava a ser perseguido pela justiça devido a um caso de roubo à mão armada cometido em 2007.

 Nessa ocasião, o ativista neonazi atirou um copo de água a Dourou, insultando-a antes de virar-se para outra deputada, a comunista Liana Kanelli, que se levantou para protestar. Kasidiaris empurrou-a e deu-lhe duas bofetadas e um soco, sem que o apresentador do programa tivesse tempo para os separar.

 De acordo com um jornalista daquela estação de televisão, dois funcionários ainda tentaram retê-lo, mas o deputado pôs-se em fuga.

O incidente violento está a gerar polémica na Grécia, já que, de acordo com as sondagens, a formação Amanhecer Dourado poderia manter-se no Parlamento com cerca de 4% de votos. Este pequeno grupo neonazi conseguiu canalizar a cólera contra a austeridade de uma parte da população grega.

 http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2596375&page=-1

Wednesday 6 June 2012

AS TORTURAS DA PIDE EM PALCO



Helena Carneiro é a intérprete feminina deste espectáculo de Pedro Estorninho que nos propõe uma reflexão sobre um período recente da História de Portugal

"Madrugada’ para ver de 7 a 10 de Junho

Mulher torturada volta ao palco


O Teatroensaio e o Teatro Art´Imagem repõem, de 7 a 10 de Junho, no Auditório da Quinta da Caverneira, na Maia, o espectáculo ‘Madrugada’, um original de Pedro Estorninho baseado nos registos dos interrogatórios da Pide às mulheres mandadas prender por Oliveira Salazar. O espectáculo, que tem música original de José Mário Branco, conta com interpretações de Helena Carneiro e Pedro Carvalho.

Tuesday 5 June 2012

RENATO PODE SER JULGADO EM JULHO


CASO CARLOS CASTRO

Juiz-chefe decide se Renato Seabra é julgado em Julho

O juiz-chefe do Tribunal de Nova Iorque vai decidir se o julgamento do jovem português Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista social Carlos Castro, terá lugar já no próximo mês ou apenas depois das férias judiciais.

A procuradora do caso, Maxine Rosenthal, faltou à audiência de hoje em tribunal, por estar noutro julgamento, e a sua representante comunicou ao juiz Charles Solomon que, antes de poder dedicar-se ao caso de Renato Seabra, terá ainda outro a chegar a julgamento, que terá precedência.

Fixando como objetivo que o julgamento de Seabra seja em julho, o juiz remeteu para o juiz-chefe Michael Obus a decisão sobre qual dos dois casos em que a procuradora está envolvida tem prioridade.

"A minha preferência é ter este julgamento primeiro. Mas não posso discutir com os meus colegas sobre advogados", afirmou o juiz Solomon, justificando a decisão de submeter a questão ao juiz-chefe.

A procuradoria afirma que é possível que o julgamento tenha lugar em julho, mas alerta que, mesmo que o julgamento em que Rosenthal está agora envolvida termine nas próximas duas semanas, a procuradora ainda irá precisar de algum tempo para se preparar para o de Seabra, impedindo o agendamento antes das férias do juiz Solomon.

Em anteriores audiências do caso, Solomon tinha apontado Abril ou Maio como horizonte para arranque do julgamento.

A demora na entrega de elementos e no arranque do julgamento motivou acesas discussões na sala de audiências entre defesa e acusação, levando o juiz a declarar-se "frustrado" com o andamento lento do processo.

Após a audiência de hoje, o advogado de Seabra dizia acreditar que o julgamento só acontecerá depois do verão.

"A procuradora tem muitos casos, tem de ir onde os juízes a mandam, por isso vamos perante o juiz-chefe e ele vai dizer-nos o que fazer", afirmou Touger.

Segundo o advogado, que vem dizendo há meses estar preparado para o julgamento, não é raro que o suspeito de um homicídio fique mais de um ano à espera, como acontece com Seabra, acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque.

O caso remonta a 07 de janeiro de 2011, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilhara com Renato Seabra, em Manhattan.

O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.

O jovem português foi recentemente transferido de uma camarata para uma cela individual, dado o longo período - cerca de um ano - que chegou à prisão.

A defesa sustenta que o jovem deve ser considerado "não culpado por razões de doença ou distúrbio mental", e mostra-se confiante de que esta tese vai prevalecer perante um júri, quando o julgamento arrancar, escudando-se em relatórios psiquiátricos.

Todos os elementos pedidos à acusação já estão na posse de Touger, incluindo os testes realizados pelo psiquiatra que concluiu que Seabra estava na posse das suas faculdades mentais no momento do crime, contrariando a tese da defesa.

O advogado de defesa recebeu da procuradora um disco externo com horas de imagens de Seabra e Castro, em vários pontos do hotel onde ficaram - lobby, elevador, receção e até no restaurante.

Também nas mãos da defesa estão já os testes de ADN do quarto de hotel, que vão servir para determinar a quem pertencem amostras de sangue recolhidas no local do crime.

O julgamento deverá durar entre 2 e 3 semanas, um período mais longo do que é habitual.

QUEM É ANTÓNIO BORGES?



António Borges, antigo diretor do departamento europeu do FMI, vai liderar uma equipa governamental que funcionará no âmbito da Parpública.

Um peixe míudo que Passos transformou no tubarão das privatizações

Por António Ribeiro Ferreira, publicado em 4 Jun 2012 

O FMI livrou-se de António Borges porque era incompetente, mas paga-lhe 225 mil euros livres de impostos. É o homem da Goldman Sachs, a par de Monti, Draghi e Papademos, que fica arrepiado com os altos salários em Portugal.


Homem da Goldman Sachs, a instituição que está em todo o lado, até na falsificação das contas públicas gregas, António Borges, o 13.o membro do governo, que Passos Coelho foi buscar para, imagine-se, vigiar as privatizações portuguesas, anda por aí muito indignado com os elevados salários dos portugueses. Despedido do FMI para a Europa por ser incompetente, como afirma Marc Roche, jornalista e autor de um livro sobre a Goldman Sachs, ganha 225 mil euros livres de impostos e mais uns milhares por ser o responsável pela venda de empresas do Estado.

António Borges andou anos pela Goldman Sachs, era um dos quase dois mil directores da instituição financeira e nunca entrou no radar de Roche, que é correspondente financeiro do “Le Monde” em Londres. Homens como Mario Monti, primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, governador do Banco Central Europeu, e Papademos, ex-primeiro-ministro grego, todos eles quadros da Goldman Sachs, entrararam, e muito, no radar de Roche, que investigou o papel daquela instituição financeira na crise financeira, na falsificação das contas gregas e em muitas outras situações que puseram o mundo e a Europa de pernas para o ar.

Até hoje ninguém foi preso e, pelo contrário, todos desempenham cargos importantes em diversas instituições. Diz Roche que a Goldman Sachs gosta de ter os seus homens na sombra dos poderes políticos, para, basicamente, controlar o que se passa com o dinheiro do mundo.

Mas António Borges não passava ou passa de um peixe miúdo no mundo da Goldman Sachs. Afastado do FMI, o governo deu-lhe o estatuto de ministro e pô- -lo a tomar conta das privatizações. Isto é, poderá ter dado à Goldman Sachs o poder de decidir quem compra o quê e em que condições. Passos Coelho conseguiu, assim, o milagre de transformar um peixe miúdo num tubarão. Algo que deixa perplexa muita gente cá dentro e lá fora. É o caso de Marc Roche, que, em entrevista à Renascença, afirma, sem papas na língua: “O FMI disse-me que se livraram dele porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatizações. Há perguntas que têm de ser feitas”.

Muitas, com certeza. Ainda por cima quando António Borges sempre fez figura cá dentro à conta de ser um quadro da Goldman Sachs. Como em terra de cegos basta ter um olho para ser rei, o obscuro quadro da Sachs passou de figurinha internacional a figurão nacional. A tal ponto que chegou a imaginar ser líder do PSD, embalado por uma parte da comunicação social que o apresentou na altura como o Messias salvador dos sociais-democratas e da pobre política nacional. Borges acabou por ter entradas de leão e saídas de sendeiro. Corria então o ano da graça de 2005 e estava Marques Mendes no poder.

Esteve uns meses no FMI, responsável pela Europa. Foi sol de pouca dura. Em vez das razões pessoais invocadas na altura, vem agora Marc Roche informar os portugueses que as razões foram outras. Basicamente incompetência. Mas nem isso o impediu de continuar a debitar opiniões sobre a situação portuguesa e a propor soluções que lhe dão direito a títulos na comunicação social. Agora são os elevadíssimos salários dos portugueses que impedem o crescimento económico e a criação de emprego. A este economista da Goldman Sachs e do FMI não passou pela cabeça os elevados impostos, o peso excessivo do Estado, os contratos ruinosos feitos pelo Estado com as grandes construtoras do país e as rendas obscenas com as eléctricas, devidamente assessoradas pelas Goldman Sachs caseiras.

Mas o país aceita sempre muito bem quem venha de fora com um cartão de visita fabricado nos EUA ou no Reino Unido, sempre cheios de soluções mágicas para os já muito diagnosticados problemas de Portugal. E quando um governo nomeia um António Borges responsável pelas privatizações, a par de um lugar no conselho de administração do grupo Jerónimo Martins, também não é de espantar que os deputados eleitos pelos portugueses chamem a uma comissão parlamentar este quadro da Goldman Sachs, 13.o membro informal do governo e ex-director do FMI para a Europa.

Iluminados Para Marc Roche, a “filosofia” Goldman Sachs está presente na política europeia através de um grupo de “iluminados” que são “simultaneamente um grupo de pressão, uma associação de colheita de informações, uma rede de ajuda mútua” eficaz, competente e treinada na instituição norte-americana, apesar de se saber muito pouco sobre o que andaram a fazer na Goldman Sachs os “tecnocratas” que actualmente são protagonistas na Europa.

Se Marc Roche não faz ideia do que andaram a fazer peixes graúdos é natural que o nome de Borges não tenha entrado no seu radar. Algo semelhante aconteceu em Portugal. Borges só entrou no radar nacional quando tentou entrar na política e fugiu pela porta pequena.