Friday 18 January 2013

GUIADO PELA MÃO


DIOGO MORGADO: UMA CARREIRA INTERNACIONAL

                          Diogo Morgado: “Não sei se sou bom ou mau, sei que me entrego”


Diogo Morgado continua a ter sucesso fora de Portugal e, aos 33 anos, o ator teve o papel mais marcante da sua carreira ao interpretar Jesus Cristo.


- Tem estado a trabalhar no estrangeiro, sobretudo nos Estados Unidos. Que projetos tem tido fora do País?

- Após o fim da rodagem de ‘Laços de Sangue’ [SIC], fui chamado para fazer um filme em Nova Iorque [o drama ‘Red Butterfly’] que estreia agora em abril. No início de 2012, fiz também a minissérie e filme chamado ‘The Bible’ [A Bíblia] no papel de Jesus Cristo, e mais recentemente rodei um filme em Los Angeles chamado ‘Born to Race – Fast Track’ [com os protagonistas da série da MTV ‘Awkward’, Brett Davern e Beau Mirchoff] em que interpreto um piloto de carros de corrida. Foi o primeiro filme de ação pura que fiz.

- Teve algum treino especial para interpretar o piloto de carros Enzo Lauricello?

- A única preparação que fiz foi mesmo a de treinar muitas vezes com carros de corrida, que têm um comportamento extremamente diferente dos carros normais, assim como a condução que lhes é exigida em função da pista.

- Recorreu a duplos?

- A produção do filme usou um duplo na cena em que tenho um acidente. Tirando isso, todas as cenas, inclusive as que conduzo a alta velocidade, são executadas por mim.

- E como foi interpretar a figura de Jesus Cristo em ‘A Bíblia’, uma série produzida para o canal História?

- Foi uma das experiências mais intensas da minha vida. Houve muita coisa que vivi ao fazer aquele papel que ficará comigo para sempre. Sinto que me mudou como pessoa e ator.

- Foi difícil interpretar uma figura tão icónica e que já foi interpretada tantas vezes?

- Primeiro o pânico apodera-se, sei como é difícil interpretar uma personagem que não é totalmente livre, em que todas as pessoas têm uma opinião muito subjetiva. Se em cima disso pensarmos que não é apenas uma personagem, mas a figura mais importante e debatida e venerada da Humanidade, mais concretamente da religião cristã... Pode imaginar a pressão, sabendo que o escrutínio do Mundo estará em cada escolha que fizer.

- Como se preparou para este papel?

- Não me preparei. Na verdade percebi que por mais que lesse ou estudasse ou perguntasse ou procurasse, nunca iria encontrar o que me iria ajudar. Percebi que tal como muita coisa na nossa vida, tem mais a ver com a nossa disponibilidade do que qualquer outra coisa. Percebi que, mais do que qualquer outra personagem, esta teria de ser feita com base apenas na intuição e no estímulo. Procurei rodear--me de tudo o que me pusesse na energia certa e deixei-me levar. Talvez por isso tenha ficado vulnerável e tenha mexido tanto comigo.

- Considera-se uma pessoa religiosa?

- Sempre fui uma pessoa de fé.

- Este projeto teve algum tipo de impacto na sua vida neste aspeto?

- O que este projeto fez foi ter a certeza de como ter fé é tão importante para todos nós.

- Qual foi, para si, a cena mais difícil de interpretar neste trabalho?

- Sem sombra de dúvida a cena da Crucificação. Só de pensar, nem que seja por instantes, que tal aconteceu é de uma violência extrema. E ainda por cima por amor a todos.

- Tem alguma ideia de quando poderá a série, que estreia em março nos Estados Unidos, chegar a Portugal?

- Não faço ideia. Mas estou a fazer o que está ao meu alcance para que a série passe cá.

- Sente muita diferença, em termos de produção, entre trabalhar no estrangeiro, como nos EUA, e em Portugal?

- A diferença não é gigantesca, mas existe, essencialmente na pré-produção e exaustão de atenção aos pormenores. Acho que a competitividade é maior lá fora e isso faz com que todas as produções deem mais de si. Mesmo ao nível do cinema independente.

- E os cachês são muito diferentes daqueles que se praticam em Portugal?

- Repare, em Portugal somos dez milhões e só uma parte consome ficção na televisão ou vai ao cinema ver filmes portugueses. Nos Estados Unidos são 311 milhões. São países muito diferentes, logo os cachês não poderiam ser iguais.

- No futuro, gostava de trabalhar mais em Portugal ou lá fora?

- Gostaria, simplesmente, de continuar a trabalhar, de preferência com quem ama o que faz e se dedica a isso. Se isso acontecer em Portugal tanto melhor. Senão, também posso aprender mandarim.

- Então a carreira internacional não é o seu grande objetivo?

- Não, nem nunca foi. Aconteceu por consequência, mas nunca fui de dizer não a oportunidades.

- Tem conseguido fazer vários tipos de trabalhos, desde filmes a séries e novelas, dentro e fora do País. É difícil manter essa diversidade?

- É uma pergunta à qual não sei a resposta. Procuro apenas fazer o melhor que me é possível em cada coisa que faço, sempre com o mesmo respeito, seja uma curta-metragem à borla ou uma megaprodução internacional. Amo aquilo que faço. Dar tudo o que tenho é uma consequência lógica. Não sei se sou bom ou mau, sei que me entrego e vou entregar sempre.

- É verdade que vai regressar às telenovelas, numa nova produção da SP Televisão para a SIC?

- Na verdade não sei se vou regressar às telenovelas. Nada está confirmado, nem houve nenhum convite formal. Até agora apenas houve uma informação informal por parte da SIC de que isso poderia acontecer, nada mais do que isso.

- Tendo em conta que ainda não está confirmado para a nova obra de ficção da SIC, tem mais algum projeto previsto para Portugal?

- Para já não.

- Como encara o sucesso que a estação, em parceria com a SP Televisão, tem alcançado no domínio da ficção?

- Acho que o facto de termos um competidor direto [TVI] faz com que fiquemos mais alerta e façamos cada vez melhor. Essas são as equipas em que gosto de estar.

- Sente-se um ator privilegiado?

- Sempre me senti grato pelo que tenho, por isso sinto--me privilegiado, como pessoa e como ator.

- Traçou alguma meta na sua carreira?

- Continuar a trabalhar sempre. Para quem é ator sabe que essa é, talvez, a meta mais importante das suas vidas.

FALTA DE VARIEDADE

O ator lamenta que, em Portugal, se arrisque pouco no cinema e no teatro. "Há falta de variedade e arrisca-se pouco. Isso faz com que se possa apenas contar com um público habitual, em vez de se dinamizar cada vez mais novos públicos, com referências e vivências diferentes que, por consequência, procuram outros tipos de consumo", explica.

PORTUGAL É PREFERÊNCIA

Pai de um menino de três anos, Santiago, Diogo Morgado diz que nunca pensou em emigrar. "Nunca me passou pela cabeça. E se vier a acontecer será sempre por efeitos externos à minha vontade de contribuir para o crescimento do meu país. Se sentir que aqui farei diferença e tiver como o fazer, será sempre essa a minha escolha", adianta o ator, que acredita que os portugueses são um povo de "feitos históricos".

"Sei que subestimamos sempre as nossas capacidades, que esquecemos com facilidade do bom e do mau. Julgo que estamos a um passo de nos aceitarmos como somos, com os nossos defeitos e virtudes e seguir em frente de cabeça erguida."

PERFIL

Diogo Morgado nasceu em Lisboa a 17 de janeiro de 1980. Em 1997, estreou-se na novela ‘Terra Mãe’. Protagonizou o filme ‘Amo-te Teresa’ (2000) e a novela ‘Laços de Sangue’ (2010), mantendo uma carreira internacional com ‘O Quinto dos Infernos’ (Brasil) e ‘A Bíblia’ (EUA).

Monday 14 January 2013

CASA DE BANHO PANORÂMICA NO 87º ANDAR



Londres

Casa de banho panorâmica no 87º andar

O prédio mais alto da Europa Ocidental, ‘The Shard’, em Londres, será certamente uma atracção turística quando abrir ao público a 1 de Fevereiro. Mas não menos impressionante é o facto de ter uma casa de banho panorâmica.


Um elevador de alta velocidade sobe até ao topo do edifício e, a 309 metros de altura, lá está o WC que irá impressionar pela vista que proporciona. Ao lado da sanita, através de uma janela, é possível avistar uma grande parte da capital britânica. Vê-se inclusive a Torre de Londres e o HMS Belfast, um antigo navio da Marinha Real agora transformado em museu no rio Tamisa.

O arranha-céus ‘The Shard', com 87 andares, descrito como demasiado alto, demasiado futurista, a ponto da sua sombra pairar sobre alguns monumentos emblemáticos londrinos, custou 548 milhões de euros - financiados em 95 por cento pelo Qatar.