Friday 4 March 2011

OBJECTOS APRENDIDOS PELA POLÍCIA


A investigação criminal, explica o ex-inspector da PJ António Teixeira, não é mais do que semiótica. Todos os pormenores importam e é preferível analisar a mais do que a menos. Os objectos também falam

Estes são os objectos que a polícia apreendeu no quarto de Carlos Castro

1. Roupa: Se tiver rasgões, pode indiciar luta antes do crime. Tem sangue e outros vestígios? As marcas podem dar pistas sobre a personalidade e o estilo de vida de quem a usa.

2.iPod: Recolha de impressões digitais. Pode conter fotografias.

3. Arma do crime: É levada para o laboratório, etiquetada. Se tiver sangue é preciso confirmar de quem é.

4 . Garrafas e vidros: São boa fonte de impressões digitais. Vidros partidos indiciam luta – e a disposição ajuda a reconstituir as posições da vítima e do homicida.

5.Telemóveis: Só podem ser consultados mediante autorização de um juiz. A agenda dá pistas sobre os compromissos da vítima. O registo de chamadas e as mensagens são fundamentais, bem como a lista de contactos, que permite saber quem é a rede de conhecimentos da pessoa.

6.Portátil: Só com autorização do juiz. As contas de email revelam com quem a vítima contactou, tal como o MSN. As pastas são passadas a pente fino e dizem muito sobre a vida e os hábitos do dono. Mais uma vez, há que procurar impressões digitais.

7.Sapatos: Com luz artificial e um reagente, procuram-se vestígios. De quem são? Da vítima ou do homicida? A análise permite saber por que tipo de terrenos andaram.

8. Dinheiro: Só é apreendido para ser acautelado, mas o local onde estava revela pistas: se estivesse à vista pode indicar que havia uma relação de confiança entre a vítima e o homicida.

9. Lixo: Pode conter lenços de papel usados de onde se pode extrair ADN. Ou invólucros de medicamentos. Ou recibos de lojas que permitem reconstituir o percurso da vítima.

10. Bens pessoais: Se não foram levados, não terá sido um assalto.

11. Cotonetes: Se foram usados, têm vestígios passíveis de extrair ADN.

12. Cama: Os lençóis são analisados com lanternas criminais. Procura-se esperma, que prova que houve sexo, e outras substâncias. Podem ter cabelos, de onde se extrai ADN.

13.Documentos: Identificam a vítima. Os de viagem revelam-se úteis: mostram quando e para onde se estava a pensar viajar.

14. Duche: Rico em indícios, com cabelos e impressões digitais. Por vezes, o homicida toma banho na cena do crime. Procurar sangue.

15. Máquina fotográfica: Com autorização do juiz, mostra por onde a pessoa andou e com quem.

16. Papéis diversos: Todos são recolhidos. Podem dar pistas sobre os planos, o estilo de vida e a actividade da vítima.

17. Alcatifa: Todo o chão, especialmente a entrada, é varrido com lanternas criminais, que detectam pegadas e outros vestígios. Quando um pedaço contém indícios, é recortado e levado para o laboratório.

18. Porta: Há sinais de arrombamento? Procurar impressões digitais.

19. Cortinados Rasgados? Houve luta. Há sangue? A posição dos salpicos permite reconstituir, no espaço, as posições da vítima e do homicida no momento do crime.

20. Videovigilância Num local acessível (como o corredor de um hotel), a primeira coisa a fazer é saber se existe. As gravações são apreendidas.


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