Tuesday 1 February 2011

EMIGRANTES PORTUGUESES EM NEWARK ACOMPANHAM PROCESSO DE RENATO


O assassinato de Carlos Castro

Emigrantes de Newark esperam condenação de Renato com atenuantes

Em Newark, na sede do Sporting Clube de Portugal crime de Renato é tema diário (Foto António Soares/JN )

Se os jurados que decidirão amanhã a sorte de Renato Seabra fossem escolhidos entre os portugueses de Newark, o jovem de Cantanhede teria grande benevolência, pois praticamente todos os que falaram ao JN encontram atenuantes para o assassinato de Carlos Castro.

No entanto, a maior parte tem consciência do país em que vive e cuja nacionalidade muitos já adoptaram. "A Justiça americana é muito dura e, então, nestes casos é implacável", diz Carlos Nobre, de 49 anos, do Cadaval, há 26 anos na maior comunidade lusa da costa Leste norte-americana.

Ali, vivem hoje em Newark cerca de 65 mil portugueses. Muito poucos estarão indiferentes ao caso que é motivo de discussão acalorada em cafés, em casa ou nas associações.

Mas se pouca gente duvida de que Renato, 21 anos, natural de Cantanhede, será condenado, mesmo aqueles que têm com ele alguma afinidade, por serem naturais do mesmo concelho, todos fazem pender responsabilidade pelo sucedido também para o lado de Carlos Castro.

O cronista social, de 65 anos, foi assassinado e mutilado, no quarto que partilhava com Renato, no Hotel Intercontinental, em Nova Iorque, no dia 7 de Janeiro.

Na sede do Sporting Clube Português, com um olho no Desportivo das Aves-Benfica e outro no Osasuna-Real Madrid. Marco Oliveira, 59 anos, de Covões, Cantanhede, está convencido de que foi "a desilusão e o desespero" de ver que os sonhos não iriam concretizar-se que levaram Renato a cometer o crime. "Houve qualquer coisa que aconteceu, ninguém sabe, só eles os dois".

A opinião é partilhada por José Oliveira, natural de Chaves, 41 anos, 24 deles passados em Newark ."Foram ilusões que meteram na cabeça do rapaz. Algo o perturbou de tal forma que ele passou-se", afirma. Este juízo repete-se junto de outros emigrantes, mas há um outro aspecto em que todos coincidem.

"O Consulado português deveria ter tomado logo conta da situação e não ter deixado o rapaz ser interrogado sem estar acompanhado por um familiar ou um advogado".

A audiência de amanhã, no Supremo Tribunal Criminal, em Manhattan, Nova Iorque, poderá incluir a determinação de uma pena. O procedimento tem a designação de "arraignment".

Se estiver apto física e mentalmente - continua internado na zona prisional do hospital psiquiátrico Bellevue - Renato comparecerá para ouvir uma versão actualizada dos factos de que foi acusado, por videoconferência, a 14 de Janeiro. Depois, será instado a pronunciar-se sobre eles, declarando-se culpado ou não. Na primeira opção, a sentença pode ser fixada logo. A segunda poderá levá-lo até julgamento.

Renato Seabra está acusado de homicídio de segundo grau - entre 25 anos de cadeia e prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional depois de cumpridos 25 anos. Fontes conhecedoras do processo contactadas pelo JN consideram que a acusação inicial não deverá ser alterada amanhã.

Ontem
António Soares, em Nova Iorque

http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1771232&dossier=O%20assassinato%20de%20Carlos%20Castro&page=-1

No comments: