Nova audiência em Nova Iorque
Defesa rejeita interrogatório a mãe de Renato Seabra
A defesa de Renato Seabra rejeitou esta sexta-feira, em tribunal, que a mãe do jovem português, acusado do homicídio de Carlos Castro em Nova Iorque, seja interrogada por um psiquiatra ao serviço do gabinete do procurador.
"A mãe dele, [Odília Pereirinha] acha que não consegue estar numa sala e responder a perguntas sem se emocionar", justificou o advogado de Defesa, David Touger, após nova audiência em tribunal do caso do jovem português.
"Ela tem todo o gosto em responder por escrito, dar toda a ajuda que puder ao médico [psiquiatra], em tudo o que ele precisar", adiantou o advogado, que considerou "absurda" a exigência de entrevista em pessoa.
Depois de ter interrogado o jovem português durante seis horas, repartidas por dois dias, para fazer um relatório psiquiátrico de Seabra, o médico pediu para interrogar também a mãe, e admite ainda um terceiro interrogatório ao jovem.
Esta avaliação deverá contrariar uma outra apresentada pela defesa, que sustenta o argumento de que o jovem português sofria de "doença ou debilidade mental" quando cometeu o crime, e que poderá conduzir a uma sentença mais ligeira.
Se o médico quiser voltar a interrogar Seabra, Touger diz que não levantará qualquer objecção, apesar de isso demorar ainda mais o processo.
PRÓXIMA AUDIÊNCIA DIA 4 DE NOVEMBRO
O juiz do caso, Charles Solomon, sublinhou em tribunal que nada obriga a mãe de Seabra a sujeitar-se a interrogatório e pediu à procuradora Maxine Rosenthal para determinar junto do médico se possui todos os elementos para entregar o relatório.
Na última sessão, Solomon tinha-se queixado da demora, em particular da procuradoria, para avançar para a fase inicial do julgamento, e relembrou que um ano sobre a data do crime - que se completará em Janeiro - é demasiado tempo para um caso de homicídio.
A próxima audiência terá lugar na próxima sexta-feira, 4 de novembro, e Solomon disse "esperar ter toda a informação da procuradoria até lá".
O QUE FALTA ENTREGAR
Além do relatório, faltam entregar análises de ADN do local do crime, ainda não concluídas pelo gabinete de medicina legal, segundo a procuradora.
Rosenthal entregou nesta sexta-feira duas análises de ADN a Touger, que disse esperar ter as restantes "o mais rápido possível", para "poder andar em frente" com o processo.
A expectativa da defesa é que as audiências preliminares tenham lugar em Janeiro de 2012, e que o julgamento tenha início poucas semanas depois.
A principal discussão será em torno da validade perante o tribunal da confissão que Seabra fez à polícia depois do crime, o que a defesa rejeita.
Por decisão do departamento penal de Nova Iorque, Seabra mantém-se detido em Rikers Island, medicado e sujeito a vigilância permanente.
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