Saturday, 17 March 2012

PADRE REGINALDO MANZOTTI: "CREIO NO DEUS DO IMPOSSÍVEL"

PADRE REGINALDO MANZOTTI CANTA "FOI DEUS"

GRUPO "IR AO POVO" CANTA "SOPRO DE VIDA"

CAMÉLIAS EM SINTRA




As camélias são tão complexas quanto as suas formas, os nomes ou as cores, que vão do branco puro ao encarnado escuro. Algumas são púrpuras – as mais raras, como a herzília, uma variedade portuguesa. Outras têm manchas, riscas ou pintas. As pétalas, que podem ser mais de cem, são mais carnudas do que as de uma rosa e iguais em beleza. Só perdem no campeonato do perfume, porque as camélias, no geral, não têm cheiro. Apenas algumas da variedade sasanqua. 

Em Sintra, a sua introdução e o gosto pelo seu cultivo, no século XIX, deve-se a D. Maria II e a D. Fernando II. Muitas das variedades, nascidas na época, foram baptizadas com nomes de membros da Família Real, em homenagem e como forma de divulgação desta flor no país. 

Assim, existem as dedicadas a rainhas como D. Maria Pia – branca com riscas de carmesim – e outras a reis e imperadores. D. Pedro V foi homenageado com uma branca com marcas e riscas cor-de-rosa e D. Pedro, imperador do Brasil, com uma branca com riscas carmesim. A condessa d’Edla também teve direito à sua flor, o que nos leva à camélia enquanto símbolo de uma história de amor num dos cenários mais românticos de Portugal – Sintra. 

O casamento de D. Fernando II (viúvo de Dona Maria II) com Elise Hensler, uma cantora de ópera sem pinga de sangue azul, era mal visto pela sociedade e pela imprensa portuguesa. Para escapar aos olhares de esguelha e às línguas afiadas da elite de Lisboa, os dois refugiavam-se em Sintra, onde D. Fernando tinha comprado o abandonado mosteiro da Nossa Senhora da Pena. 

Eterno apaixonado pela arte e botânica, é a ele e à mulher, feita condessa d’Edla, que se deve o património florestal, camélias incluídas, da Pena. No meio do parque, a condessa iniciou a construção de um edifício, quase tão inédito como o seu casamento. O chalet tem fachadas que imitam madeira e varandins feitos com cortiça. Deixado ao abandono, ardeu em 1999, mas foi recuperado e aberto ao público. E é lá que começa a visita guiada ao mundo das camélias em Sintra, na companhia do arquitecto paisagista inglês Gerald Luckhurst e do engenheiro florestal Nuno Oliveira, dos Parques de Sintra – Monte da Lua. 

A passos largos, que o parque é grande, dirigimo-nos a uma árvore grande, repleta de pontos de tons carmim. A imagem é digna de fotografia e de conversa. «São camélias reticulatas», diz Nuno Oliveira. «Não é habitual vê-las noutros jardins, devido à sua dimensão», acrescenta o arquitecto paisagista a viver há 25 anos em Portugal. E conta que este tipo de reticulatas foi trazido pelo capitão inglês Rawes, no século XIX. 

«Mais antigas só no Porto», refere. «São flores que precisam de grande humidade no solo, o que acontece quando há granito ou basalto», o que explica que não haja muitas camélias no Sul, «apenas em Sintra e em Monchique»

Continuamos caminho e, pelo chão, encontram-se verdadeiros tapetes de pétalas. Apesar de resistente, «a camélia é muito sensível e depois de aberta poderá durar dois a três dias antes de cair», sublinha Joana Guedes, presidente da Associação Portuguesa de Camélias. 

Para Nuno Oliveira e Gerald Luckhurst, caminhar sobre elas é uma das atracções da Pena nesta época do ano – começam a florescer em Novembro e continuam até Abril. Mas o seu momento alto é agora. 

Engenheiro e arquitecto vão apontando, ora para as brancas, ora para as cor-de-rosa, sem esquecer as vermelhas. Nuno Oliveira demora-se em algumas, admirando-lhes as pétalas. Umas são arredondadas, outras em forma de seta. 

«As flores das camélias são muitíssimo variadas, desde a singela, com apenas cinco pétalas à dobrada formal ou àquelas que têm uma enorme profusão de pétalas», explica ao SOL Joana Guedes. Há ainda as amarelas, originárias do Vietname, mas também «há entusiastas que tentam obter camélias azuis»

A diversidade destas flores é de tal modo «incrível» que Gerald Luckhurst, responsável por vários projectos de recuperação de jardins nos parques de Sintra, conta que «todos os anos são registadas novas flores»

Oriundas do Japão e da China, são plantas arbustivas não muito grandes, mas «com o passar dos anos as mais antigas transformam-se em árvores, com copas até 15 metros de diâmetro e altura de sete a oito metros», diz Joana Guedes. 

A sua beleza era tão apreciada que não passou muito até que as cortes europeias tivessem jardins de camélias. Sendo de fácil mutação, rapidamente começaram a surgir híbridos – flores nascidas de mais do que uma variedade. 

Além de ornamentais, as camélias têm outras utilizações; «o óleo dos frutos é muito usado no oriente para iluminação, lubrificação e ainda como ingrediente essencial de produtos de beleza». 

No entanto, a utilização mais apreciada é enquanto flor do chá. Segundo a lenda, o imperador chinês Shen Nung, que terá reinado entre 1737 e 1705 a.C., estava sentado debaixo de uma cameleira e preparava-se para beber água, quando lhe caiu uma folha na taça, gostou tanto que a infusão dessa folha passou a ser a bebida oficial da sua corte. 

A corte portuguesa do séc. XIX teria ficado contente por assistir à divulgação da flor que se faz pela segunda vez em Sintra. Em especial, D. Fernando. «Este ano, a Pena tem muitas flores para levar a concurso», diz Nuno Oliveira. Mas não é uma camélia qualquer que vence o concurso da melhor camélia, que acontece este sábado no jardins do Palácio de Sintra. Os produtores podem ter cameleiras perfeitas, mas é preciso escolher a mais perfeita camélia da mais perfeita cameleira. Todas as flores concorrentes estão em exposição até domingo, num passeio sobre pétalas que vale a pena. Se viver mais a Norte, a Oficina da Natureza organiza passeios a Guimarães, onde podem ver-se das mais bonitas e antigas cameleiras de Portugal. O próximo é a 24 e 25 de Março ( www.oficinadanatureza.pt ). 

Se tiver ficado com vontade de as plantar, saiba que ainda o pode fazer este mês. Joana Guedes deixa as recomendações principais: deve escolher-se um local com luz moderada, protegido do vento frio, o solo deve ser ácido, podendo usar-se uma mistura especial para camélias e não se deve usar adubo em demasia. Por último, devem ser regadas no Verão e também durante a floração no Inverno, sobretudo as plantas jovens ou recentemente plantadas.

joana.andrade@sol.pt

http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=44269

O FIM DO ARCO-ÍRIS NO POLITEAMA


GEORGE CLOONEY DETIDO EM WASHINGTON

O ator George Clooney, o pai Nick e várias outras pessoas foram detidas esta sexta-feira durante um protesto à porta da embaixada sudanesa em Washington.

Antes da detenção, o ator dirigiu-se aos manifestantes - entre os quais se encontravam congressistas, líderes religiosos e várias pessoas da área da cultura - sobre a crise humanitária que atinge centenas de milhares de pessoas no Sudão, que têm sido impedidas de receber ajuda internacional por parte do presidente sudanês.

Clooney e um grupo de manifestantes entraram para um espaço da embaixada do Sudão, tendo recebido de imediato ordem para abandonar o local caso contrário seriam presos. À terceira ordem para abandonar o local, relata o jornalista do jornal «Washington Post», o ator e seus acompanhantes continuaram a não arredar pé. Então receberam ordem de prisão, foram algemados e levados para uma carrinha da polícia.

Na passada quarta-feira, o ator esteve presente no congresso norte-americano a denunciar «a campanha de assassinatos» que está a decorrer no Sudão, país onde a população passa os dias a fugir às bombas.

Clooney esteve recentemente naquele país, onde pôde testemunhar com um grupo de ativistas a situação trágica vivida nas Montanhas de Nuba.

«Encontrámos crianças cheias de estilhaços, incluindo um rapaz de nove anos que tinha as duas mãos rebentadas», descreveu o ator no Comité do Senado para as Relações Exteriores, citado pela CNN.

George Clooney acusa o governo sudanês de ser responsável pelo genocídio, uma troika composta pelo presidente Omar al-Bashir, pelo governante Ahmad Harun e pelo ministro da Defesa Abdelrahim Mohamed Hussein - os três, acusa, também foram os arquitetos dos ataques em Darfur.

Esta semana, o ator publicou um vídeo onde denunciava os crimes:

Wednesday, 14 March 2012

FRANCESINHA VEGETARIANA


Francesinhas Vegetarianas à Moda do Porto

Ingredientes:

1 pão pequeno de forma integral
200g de seitan
6 salsichas vegetarianas
noz moscada q.b.
sumo de limão q.b.
250g de queijo flamengo (ou tofu cortado às fatias fininhas)
½ l de polpa de tomate
1 colher de café de caril
1 colher de café de açafrão
1 colher de café de colorau
1 colher de café de cominhos
1 colher de café de coentros em pó
½ colher de café de piripiri
1 pacote de natas de soja
½ lata de cerveja com ou sem álcool
sal q.b.
azeite q.b.
1 colher de sopa de farinha de trigo integral

Preparação:

Corta-se o seitan em fatias e tempera-se com sal, noz moscada e limão. Frita-se num pouco de azeite, juntamente com as salsichas vegetarianas cortadas a meio na vertical. Corta-se o pão e o queijo em fatias, ou o tofu.

Entretanto faz-se o molho de tomate. Coloca-se ao lume num tacho, um pouco de azeite, deixa-se aquecer um pouco e juntam-se as especiarias. Adiciona-se a polpa de tomate e a cerveja; deixa-se apurar bem. No final, junta-se o sal e a colher de farinha, para engrossar o molho, incorporam-se as natas e retira-se do lume.

Fazem-se camadas para uma francesinha: uma fatia de pão, queijo ou tofu, seitan, outra fatia de pão, queijo ou tofu, salsichas, outra fatia de pão, e cobre-se com queijo ou tofu. Rega-se generosamente com o molho e se desejar, pode levar-se ao forno a gratinar um pouco.

Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: 

http://www.centrovegetariano.org/receitas/Article-464-Francesinhas%2BVegetarianas%2B%25E0%2BModa%2Bdo%2BPorto.html

Sunday, 11 March 2012

LEONEL PINHEIRO: UM TENOR PORTUGUÊS EM LONDRES

Música

Leonel Pinheiro, um tenor português no palco do Royal Albert Hall, em Londres

Nasceu em Braga e tem 28 anos. Interpreta o mensageiro na ópera "Aida", de Verdi, no Royal Albert Hall, em Londres. Em cartaz até este domingo
Texto de Madalena Araujo • 11/03/2012 - 15:37


Foi sempre a música. Não houve outra alternativa para o tenor Leonel Pinheiro, que interpreta o papel do Mensageiro na ópera "Aida", de Verdi, em cartaz até este domingo no Royal Albert Hall, em Londres.

“Às vezes penso no que gostaria de ter feito em vez de música e não consigo, eu não sou bom em mais nada”, explica ao P3. E, de facto, Leonel Pinheiro não precisa de ser bom em mais nada. Aos 28 anos já alcançou mais do que muitos cantores líricos da sua idade - afinal de contas, cantar com a Royal Philharmonic Orchestra no Royal Albert Hall não é para todos.


Leonel com Kate Symonds-Joy na ópera "Carmen", de Bizet (Kentish Opera) 

Sem nunca ter visto um piano na vida, tocou um acorde. A partir daí, e com o apoio incondicional da família, entrou para o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga com 11 anos. Seguiu-se a Universidade de Aveiro, onde estudou Ensino de Música. Queria ser professor de canto e chegou a dar aulas em Coimbra e na Figueira da Foz. Daí foi para Glasgow, na Escócia, para fazer uma pós-graduação. O facto de ter tido bolsas durante todos os seus estudos no Reino Unido foi uma grande ajuda.

Valorizar mais o sim do que os nãos

Rumou a Londres aos 23 anos, onde depois de uma temporada na Guildhall School of Music & Drama se apercebeu de que podia ter futuro na indústria musical. Decidiu arriscar e até agora tem valido a pena. Diz que sempre tentou ser multifacetado como artista, algo que parece ter jogado a seu favor.

Leonel tem os pés assentes na terra. Tem consciência do quão instável é a vida no sector do espectáculo. “O que vale é que em dez nãos que já levei, um sim fez a diferença toda.” Acredita que tem ganho valor e que está a ter uma boa fase, a dar um passo marcante na sua carreira internacional.


Para além de cantar, gosta essencialmente de ganhar mais mundo: conhecer pessoas, lugares e ideias novas, algo que considera essencial para aliar depois à representação teatral da ópera. O teatro é mais um dos talentos deste artista polivalente, que lhe valeu o Patrick Libby Prize for Acting durante os seus estudos na Guildhall School of Music & Drama. Acredita que o que tem aprendido ao longo do seu percurso é inestimável e leva sempre consigo essa "bagagem" onde quer que vá.

A oportunidade de cantar no Royal Albert Hall, uma das casas de ópera mais prestigiadas do Mundo, surgiu literalmente da noite para o dia. Após uma breve troca de e-mails com a produção de "Aida", foi convidado para fazer uma audição no dia a seguir e foi aceite. Foi uma daquelas situações de pegar ou largar. “Eu chego ao Royal Albert Hall e é quase como estar no recreio,” tal é o gosto que lhe dá.


O que vem a seguir? Uma digressão na Ásia com a European Chamber Opera. Tem vontade de ir mais longe. “A minha altura ainda vai chegar,” reforçando que só agora começou a amadurecer a nível profissional e a “jogar com os grandes”.


Leonel Pinheiro tem a receita para triunfar: talento, muito trabalho e força de vontade. Que conselho dá? “Ver o mundo como um mercado de trabalho,” sem fronteiras.