Saturday, 3 December 2011

DAVID TOUGER E PROCURADORA DISCUTEM EM TRIBUNAL



Procuradora e advogado de Renato Seabra discutem em tribunal

2 de Dezembro, 2011

O advogado de Renato Seabra e a procuradora responsável pelo caso 'Carlos Castro' envolveram-se hoje em nova discussão em tribunal, a propósito de novo teste psicológico ao jovem português, que vai atrasar ainda mais o processo.

Depois de ter sido interrogado duas vezes por um psicólogo contratado pela procuradoria, com recurso a um intérprete, Renato Seabra, que está acusado da morte do cronista social Carlos Castro, será sujeito, no próximo dia 14 de Dezembro, a um teste escrito em português, e a demora na conclusão da avaliação do estado mental do jovem irritou o advogado David Touger.

«Estamos a aproximar-nos muito rapidamente do primeiro aniversário do caso [7 de Janeiro 2012] e quero que chegue a julgamento. Percebo que [a procuradora] tenha encontrado este teste em português, que tem de ser feito, mas podíamos andar mais rapidamente e por isso me zanguei», adiantou após a audiência preliminar de hoje em tribunal, onde esteve Seabra e, na assistência, a sua mãe, Odília Pereirinha.

A avaliação do psicólogo contratado pela procuradoria «não deverá estar pronta» na data da próxima audiência, a 6 de Janeiro, e mesmo que esteja o caso só deverá entrar na fase de pré-julgamento em Março, novo atraso face à anterior previsão de meados de Fevereiro.

A intensa discussão na sala de audiências, que já se verificou em anteriores sessões, surgiu de uma queixa de Touger ao juiz por a procuradora novamente adiar a entrega do relatório e também por não lhe facultar antecipadamente uma cópia e as normas do novo teste.

Numa troca de argumentos de perto de 40 minutos, procuradora defendeu-se dizendo que o examinado não deve ter acesso prévio às perguntas do exame e devolveu as acusações pelo atraso, por vezes exaltada e levando Touger a mostrar a sua irritação, levando as mãos à cabeça e caminhando em torno da sua secretária.

«Não discutam! Não quero discussões», interveio o juiz Charles Solomon, que acabou por decidir que Touger terá direito a uma cópia do teste após Seabra o fazer, e a adiar para mais tarde a decisão sobre o acesso às normas.

Face ao desentendimento entre advogado e procuradora, o juiz disse até ter «medo de perguntar» sobre o outro assunto pendente, as provas de ADN da cena do crime que ainda não foram entregues à defesa, e viu confirmado pela procuradora que também neste ponto não houve evolução em relação à última audiência.

Quanto a Seabra, continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.

«Ele quer ir a julgamento. É isso que ele quer. É difícil para qualquer pessoa entender. Eu tenho problemas em entender porque demora tanto. Ele não é diferente nesse sentido», disse Touger após a audiência.

De fato cinzento e gravata, magro e pálido, o jovem português mostrou-se muito concentrado nas palavras do tradutor durante a sessão e ao sair da sala escoltado pela polícia demorou-se a olhar para a mãe no público.

O relatório da procuradoria deverá contrariar um outro apresentado pela defesa, que sustenta o argumento de que o jovem português sofria de «doença ou debilidade mental» quando cometeu o crime, e que poderá conduzir a uma sentença mais ligeira.

Seabra está acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque.

O caso remonta a 7 de Janeiro, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilharam em Manhattan.

Lusa/SOL

Thursday, 1 December 2011

EUNICE MUÑOZ CONDECORADA


Cavaco condecora Eunice Muñoz nos 70 anos de carreira (vídeo)

Presidente da República condecorou Eunice Muñoz - "talvez a atriz portuguesa mais completa" - com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, assinalando os 70 anos de carreira da atriz

O Presidente da República condecorou a atriz Eunice Muñoz com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, assinalando assim os 70 anos de carreira da atriz.


Eunice Muñoz afirmou que é "natural" que o Teatro se ressinta numa situação de crise, por não ser um artigo de primeira necessidade, mas já houve épocas "muito piores" e a arte de palco sobreviveu.
"Não são muito felizes mas tenhamos esperança. Eu sou uma mulher de esperança, não sou derrotista", afirmou hoje Eunice Muñoz aos jornalistas, em Lisboa, momentos depois de ser condecorada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, quando questionada sobre o momento que o teatro português atravessa, com o anúncio de cortes de apoios da Direcção-Geral das Artes e um eventual aumento do IVA dos bilhetes.

"Já houve épocas muito piores para o teatro, mas conseguiu-se sobreviver"


A atriz, que comemora hoje 70 anos de carreira, lembrou que "já houve épocas muito piores para o teatro, mas conseguiu-se sobreviver e é o que vai acontecer".
"É um momento em que todos devemos estar unidos e ter só um pensamento: tentar dar o melhor de nós próprios naquilo que fazemos", afirmou, salientando que, em Portugal, há "bom teatro, grande atores, grandes encenadores, um teatro tão bom como se faz lá fora".
Eunice Muñoz defende que é preciso começar a dizê-lo "dez vezes por dia", para que as pessoas se convençam "de que é verdade, porque é verdade".
"Não vamos ser derrotistas, vamos ter esperança", disse.

"É muito natural que o teatro se ressinta"


Para a atriz, "é muito natural que o teatro se ressinta" na situação que o país vive, já que "não é um artigo de primeira necessidade".
"É natural porque os meios escasseiam e tem que se cuidar de outras coisas mais prementes do que ir a um espetáculo, mas mesmo assim temos a grande alegria de chegar ao D.Maria II e ver o teatro cheio", sustentou.

"Talvez a atriz portuguesa mais completa"


O Presidente da República definiu a homenageada como "talvez a atriz portuguesa mais completa" e referiu que a distinção, além de um "reconhecimento do Estado pelo contributo para a cultura e teatro portugueses", é "um estímulo para que continue a compor personagens
únicas e inesquecíveis".


Para Cavaco Silva, a primeira peça em que Eunice Muñoz se estreou, em 1941, "Vendaval", foi "inspiradora", "porque a vida [da atriz] tem sido um vendaval de talento e emoções".
Na cerimónia de entrega da Grã-Cruz da Ordem do Infante, que decorreu no Palácio de Belém, estiveram ao lado da atriz, além das filhas, filho e netas, a ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, o encenador Celso Cleto e as atrizes Maria José Paschoal e Isabel Abreu.
Eunice Muñoz sobe hoje ao palco do Auditório Municipal com o seu nome, em Oeiras, para estrear "O cerco a Leninegrado", exatamente 70 anos depois de se ter estreado, como atriz, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Sunday, 27 November 2011

RICARDO TRÊPA: ACTOR E EMPRESÁRIO


Actor Ricardo Trêpa

"Prefiro investir em depósitos a prazo”

Alexandra Brito


27/11/11 08:27

"Tenho amigos ligados à banca (e bons) que me dão sempre conselhos sobre a melhor forma de aplicar o meu dinheiro."

Ricardo Trêpa considera-se poupado e procura aconselhamento financeiro junto de amigos que trabalham na banca.

É actor, apresentador mas também um empresário. Ricardo Trêpa é um dos sócios do restaurante D'Oliva e considera que o restaurante é o melhor investimento que já alguma vez fez. Em entrevista, feita por ‘email', Ricardo Trêpa conta como gere o seu dinheiro, como escolhe os seus investimentos e o que faria se ganhasse o Euromilhões. Se ganhasse o prémio da sorte um dado é certo: não deixaria de trabalhar, pois considera o trabalho uma peça fundamental para manter o equilíbrio mental.

Na sua opinião, o que é que o dinheiro não compra?

A educação.

Lembra-se do seu primeiro ordenado? O que fez com ele?

Lembro-me perfeitamente. Com o meu primeiro ordenado comprei uma mota de motocross, pois era a minha grande paixão na adolescência e alguns meses depois fiz um bom negócio ao vendê-la mais cara. Era esse o objectivo.

No campo da gestão do dinheiro considera-se uma pessoa poupada ou nem por isso?

Hoje em dia sim, sou uma pessoa poupada.

Se ganhasse o Euromilhões, o que faria?

Criava várias instituições para ajudar pessoas em dificuldades, nomeadamente, a pobreza, pessoas que sofrem de maus tratos, doenças, entre outros. Dava também um quinhão a cada um dos meus familiares mais próximos, investia e, depois, ia fazer uma grande viagem pelos muitos picos de surf que existem por esse mundo fora!

Para si qual é o montante suficiente de dinheiro para deixar de trabalhar?

Nenhum, pois acho que o trabalho faz parte do nosso equilíbrio mental.

Qual foi o melhor investimento que fez?

Até hoje, foi, sem dúvida, no restaurante o D'Oliva, em Lisboa,do qual sou sócio.

Em que tipo de produtos financeiros aplica as suas poupanças? É conservador ou gosta de produtos mais arriscados?

Depende da altura que vivemos... Obrigações, depósitos a prazo... Neste momento prefiro os depósito a prazo.

Como escolhe os seus investimentos: É autodidacta? Ou recebe conselhos de familiares, amigos ou do gestor de conta?

Não sou autodidacta, tenho amigos ligados à banca (e bons!) que me dão sempre conselhos sobre a melhor forma de aplicar o meu dinheiro.

Qual foi o conselho mais precioso que já recebeu sobre dinheiro?

Poupa investindo.

O que tem sempre na carteira?

O cartão multibanco.