Thursday, 8 September 2011

RENATO SEABRA SUJEITO A NOVA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA


Renato Seabra sujeito a nova avaliação psiquiátrica

por Agência Lusa, Publicado em 07 de Setembro de 2011

Renato Seabra, jovem português acusado do homicídio do colunista Carlos Castro nos Estados Unidos, vai ser sujeito a nova avaliação psiquiátrica, por ordem da Procuradoria de Nova Iorque.

A nova avaliação, determinou hoje o juiz Charles Solomon, terá lugar no dia 15 de setembro, quinta-feira, na presença de um psiquiatra, da procuradora Maxine Rosenthal, do advogado de defesa, David Touger, e de um intérprete.

Caso seja considerado necessário poderá ser marcada para outra data uma continuação da avaliação, após o que a procuradoria irá entregar no tribunal um relatório psiquiátrico sobre Seabra, em data a definir.

Numa sessão onde esteve o jovem português, acusado de homicídio em segundo grau e detido na prisão de Rikers Island, o juiz Solomon pediu à procuradora para entregar à defesa alguns elementos em falta, em particular análises de ADN e relatórios de medicina legal.

“Ainda esperamos esses relatórios. [A procuradora] quer lê-los primeiro, antes de os entregar, foi o que ela disse. O juiz foi claro que quer tê-los antes da próxima audiência”, disse o advogado de defesa à saída do tribunal.

“A Procuradoria ainda está a trabalhar para concluir o relatório [psiquiátrico]. Quando concluir, andamos em frente”, afirmou David Touger.

A próxima sessão ficou hoje marcada para 04 de outubro e quando todos os elementos estiverem entregues, adiantou o advogado, poderá ser marcada a data para o julgamento.

Com base no relatório psiquiátrico já entregue pela defesa, feito por um “perito reconhecido”, Touger acredita que o juiz não vai impedir o recurso tipo de defesa que pretende, alegando problemas mentais do jovem para que seja internado num hospital psiquiátrico.

Segundo Touger, não há contactos com a Procuradoria sobre um acordo extra-judicial.

“Nada é a 100 por cento, mas estou bastante certo de que o caso vai a julgamento", adiantou o advogado.

Seabra compareceu na sessão de hoje no tribunal de Nova Iorque, com as mãos algemadas atrás das costas e sempre com uma expressão séria no rosto, seguindo com atenção a tradução que o intérprete lhe ia fazendo das palavras do juiz, defesa e acusação.

Na sala esteve também a sua mãe, Odília Pereirinha, que continua a visitá-lo em Rikers Island, e “está a lidar” com as dificuldades, afirma o advogado.

Touger não se mostra preocupado com a segurança do jovem modelo português que, medicado e a receber acompanhamento psiquiátrico, está a partilhar uma cela com dezenas de outros reclusos em Rikers Island.

Seabra está acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque.

O caso remonta a 07 de janeiro, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilharam em Manhattan.

O jovem modelo esteve detido no hospital psiquiátrico Bellvue, em Manhattan, e em meados de abril foi transferido para a prisão de Rikers Island, onde aguarda julgamento.

Na última sessão em tribunal, no início de agosto, Touger admitiu que Seabra possa vir a cumprir parte da pena em Portugal, caso se comprove a tese de perturbações mentais.

Wednesday, 7 September 2011

BÉBÉ EMBRULHADO ENCONTRADO NUMA RUA DE MIRANDELA



Mirandela: Polícia Judiciária está a investigar abandono de recém-nascido

Bebé embrulhado em casaco na rua

O bebé estava embrulhado num casaco preto e branco no passeio e mexeu-se quando se pegou. Não chorava. Só se mexeu", contou ao CM uma das pessoas que ontem encontrou um recém-nascido numa rua sem saída no centro de Mirandela. O estranho embrulho chamou a atenção de duas mulheres que estacionaram o carro na rua.

22 Julho 2009

Por: Manuela Teixeira

"Estava mesmo na berma do passeio e tivemos curiosidade em mexer no casaco. O bebé deu sinal de vida", explicou uma das mulheres que viu a criança, relatando que o bebé tinha o corpo ainda coberto de sangue. "O aspecto era saudável apesar de nem chorar. É um bebé mesmo lindo. Ainda bem que sobreviveu", continuou.

Surpreendidas, chocadas e em pânico, as mulheres telefonaram de imediato para o 112 e para a PSP de Mirandela. "Eram cerca das duas da tarde e fazia muito calor. O bebé estava muito quente e tivemos medo do que lhe podia acontecer", salientaram as testemunhas.

A equipa médica da ambulância de Suporte de Vida Imediato do INEM de Mirandela procedeu aos primeiros socorros e transportaram o recém-nascido para o Hospital de Bragança. O menino sobreviveu e ao final do dia de ontem encontrava-se em situação estável.

Com a falta de cuidados médicos pós-parto e a exposição solar durante algum tempo, o bebé estava muito desidratado mas resistiu a um trágico destino, graças à curiosidade de uma automobilista.

Elementos da Polícia Judiciária de Vila Real investigam o caso e deverão agora tentar localizar a mãe. Neste momento estará a ser feito um levantamento de casos de mulheres que tenham dado à luz nas últimas horas. As autoridades estarão também a tentar fazer um levantamento dos casos de mulheres que estiveram em fim do tempo da gravidez neste momento. Tudo indica que o bebé tenha sido abandonado pouco tempo antes de ser descoberto.

PORMENORES

ZONA DE ESTUDANTES

O recém-nascido foi encontrado na rua Padre Eusébio Esteves Dias, que fica localizada nas traseiras de uma residência universitária.

LOCAL RECATADO

O local onde o menino foi abandona é bastante recatado. Serve de parque de estacionamento, numa rua onde estão situadas apenas duas habitações.

HIPERMERCADO

O casaco que embrulhava o pequeno bebé é de uma marca dos hipermercados Feira Nova.

ABUSOS SEXUAIS NO COLÉGIO MILITAR


Colégio Militar: Ex-aluno abusou de 6 menores

“Ficámos em estado de choque”

"Nunca tínhamos ouvido falar do caso. Ficámos em estado de choque e não conseguimos compreender como é que uma pessoa externa à instituição entrou nas camaratas dos alunos do Colégio Militar, sítio que nem os pais têm autorização para visitar."

25 Julho 2009

Por:José Carlos Marques/André Pereira

As palavras de Paulo Cardoso Amaral, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Colégio Militar, são reflexo da onda de choque causada pela notícia de ontem do CM – revelando que pelo menos seis menores foram vítimas de abuso sexual, entre 2001 e 2007, nas camaratas, por um antigo aluno, um advogado de 32 anos.

Paulo Amaral, que tem dois filhos no Colégio, não cala a revolta 'Vamos até às últimas consequências para apurar responsabilidades. Se alguém entrou nas instalações dos alunos para cometer esse crime é porque as regras falharam. Queremos apurar quem é o responsável por esta situação, que deve ser punido', diz o dirigente.

O Exército emitiu ontem um comunicado em que confirma ter 'conhecimento de um processo de natureza criminal, em fase de inquérito, no qual estarão em causa alegados factos que terão sido praticados no Colégio Militar, há alguns anos, por um ex--aluno que terá atentado contra o pudor de alguns alunos'.

O ex-aluno drogava as vítimas com clorofórmio e filmava os actos sexuais. É suspeito de abusos a vinte menores na colónia balnear O Século. Está em preventiva desde o final de 2008.

O SÉCULO APANHADA DE SURPRESA

José Fraga, administrador da fundação O Século, em Cascais, confessou-se surpreendido com a ida da Polícia Judiciária às instalações por causa do alegado pedófilo. 'Era uma pessoa impecável, cujo comportamento não deixava qualquer suspeita', disse ao CM, acrescentando: 'Para nós não está nada provado. Quando for deduzida acusação, logo agiremos contra ele.'

MINISTÉRIO DA DEFESA DIZ TER SABIDO PELO 'CM'

Severiano Teixeira garantiu ontem estar a acompanhar 'com atenção o que se passa no Colégio Militar' e lembrou que já no passado foram accionadas as vias judicias para apurar outros casos envolvendo a instituição. De visita aos estaleiros de Viana do Castelo, o ministro da Defesa admitiu, no entanto, que só soube do caso 'através da imprensa'. No comunicado emitido ontem, o Estado-Maior do Exército esclareceu que pretende 'acompanhar com proximidadee atenção todo este processo (...)e que tudo fará para que eventuais actos de pedofilia não venham a ficar impunes'.

DISCURSO DIRECTO

'ABUSOS SÃO FREQUENTES' (Álvaro Carvalho, Presidente da Rede de Cuidadores)

Correio da Manhã – Conheceu--se mais um caso de pedofilia.

Álvaro Carvalho – Não são nada de novo. Os abusos sexuais são frequentes em ambiente institucional, especialmente nos com internato. É um dado quase científico, que tem sido desvalorizado por parte dos responsáveis institucionais e políticos. Além disso, temos verificado magistrados com atitudes muito tolerantes para com os abusadores.

– O que pode ser feito para evitar estas situações?

– Os responsáveis políticos da área da segurança social e da educação têm de deixar de lado a atitude de falso pudor e escutar quem percebe do assunto e está disposto a ajudar. As instituições precisam de especialistas externos para estas situações.

NOTAS

CAMARATAS: ACESSO RESTRITO

Os seis alunos do Colégio Militar foram atacados nas camaratas, quando os colegas estavam ausentes em férias. A zona é expressamente interdita a pais e monitores do Colégio.

FÉRIAS: MUDANÇAS

Desde há dois anos que os alunos que são confiados à instituição em período de férias ficam na Feitoria de Oeiras, em instalações mais pequenas que permitem maior acompanhamento.

ASSOCIAÇÃO: REPÚDIO

Martiniano Gonçalves, da Associação dosAmigos do Colégio Militar, disse ontem estara acompanhar o caso desde Outubro de 2008e manifestou repúdio pelos crimes.

PADRE VICTOR: MUDAR DE LUGAR

PADRE VICTOR: PALAVRAS

PADRE VICTOR: UM PADRE DA IGREJA ACTUAL


"Sou um padre da Igreja actual"

Café com Padre Victor, Padre, professor e músico

2009-12-18

SARA OLIVEIRA

"Palavras" é o disco de estreia de um padre que, aos 34 anos, usa a música para chegar aos fiéis e a todos que o queiram ouvir.

Um concerto à beira mar é um dos desejos deste padre cantor

Um dos seus temas serve de banda sonora à novela "Sentimentos".

Em palco, poucos dirão que é padre, mas o discurso não esconde a vocação. Aos 34 anos, o padre Victor, que é pároco em Torre de Moncorvo, tornou-se um nome conhecido da música nacional, até porque já passou por muitos programas de televisão com o seu disco "Palavras", cujo tema acompanha encontros e desencontros em "Sentimentos", novela da TVI. Rui Veloso, Mafalda Veiga, Coldplay, Robbie Williams ou Queen são algumas das fontes de inspiração.

Como é que um padre se transforma em músico pop?

O padre não se transforma. O padre continua a sua missão servindo-se de uma forma de expressão contemporânea. Apenas coloco ao serviço dos outros um dom que Deus me deu.

Em palco, sente-se outra pessoa?

Sinto-me feliz. Feliz por cantar as minhas "palavras". Feliz por levar a minha mensagem aos outros. Feliz por ver as pessoas felizes com o meu "ser padre".

As pessoas têm reagido bem ao talento do padre-cantor?

Creio que sim. Aliás, as mensagens que recebo a dar-me coragem neste desafio e projecto, fazem com que eu não desanime.

Acha que é mais fácil chegar aos fiéis e até aos seus alunos através da música?

Para eu chegar aos outros, primeiramente terá que cada um abrir a sua vida e o seu coração à mensagem que eu quero passar. De que vale passar uma mensagem "positiva" se as pessoas não estão receptivas a isso? É preciso que haja disponibilidade para escutar esta mensagem. A música que faço tenta ir ao encontro das tendências actuais, daquilo que os jovens e eu próprio, enquanto jovem, ouvimos.

Podemos defini-lo como um padre adaptado aos novos tempos?

Sou um padre dos tempos de hoje, porque é hoje que vivo. A minha realidade é hoje, aqui e agora. Anuncio um Cristo do "ontem", do "hoje" e de "sempre". Sou um padre da Igreja actual, do mundo actual. Tento ser o padre que as pessoas precisam.

O seu single de estreia dá música à novela "Sentimentos". Segue a história?

Sempre que posso e tenho essa disponibilidade. É uma história actual, com quadros actuais, ligada a realidades sociais.

Onde é que gostava de dar um concerto?

Sendo eu "pescador de homens", porque não à beira-mar? Numa praia do nosso país. Aliás, foi à beira-mar que Jesus fez o convite aos seus discípulos.

PADRE COMPÕE E INTERPRETA TEMA DA NOVELA "SENTIMENTOS"


TVI: Pároco de Vila Nova de Foz Côa canta em ‘sentimentos’

Padre benfiquista dá música a novela

É padre, chama-se Victor, tem 34 anos, e está prestes a tornar-se uma estrela da música nacional. Assume--se como "benfiquista sofredor" e é autor da música da novela ‘Sentimentos’, na TVI. O pároco vai estar hoje, às 14h00, na ‘SIC ao Vivo’, a partir de Coimbra, para promover o seu primeiro álbum ‘Palavras’.

22 Julho 2009

Por: Márcia Bajouco

"A música da novela fala de uma busca, de uma caminhada de fé, de um acreditar em nós mas também Naquele que tudo cria. A certeza de que não estamos sozinhos nesta caminhada existencial", diz ao CM, acrescentando: "Inspirei-me na minha vida. Na minha existência humana, na minha caminhada."

Sobre a música que toca, classifica-a de "pop fresco e descomprometido", inspirada nos seus cantores favoritos, "Queen, Robbie Williams e Coldplay".

O pároco de Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa, garante que vê a novela ‘Sentimentos’ sempre que pode. "Parece-me ter vários quadros interessantes. Quer a nível das relações sociais, quer na dimensão eclesial actual". Quase obrigatório é "terminar o dia com uma hora de natação, para poder descansar melhor".

Victor é um padre com os olhos no futuro e até já tem uma página na internet, www.myspace.com/padrevictor. Sobre a sua ida à SIC considera que "a Igreja tem de estar onde estão as pessoas".

PORCA DE ESTIMAÇÃO NA ANADIA

ANÍBAL TAVARES: HÁ PEDÓFILOS A TRABALHAR NA CASA PIA

ANÍBAL TAVARES: HÁ PEDÓFILOS A TRABALHAR NA PROVEDORIA DA CASA PIA

Aníbal Tavares, educador, foi suspenso de funções na passada sexta-feira, por ordem da provedora Catalina Pestana. Não sabe do que é acusado, mas assegura que está a ser perseguido por um grupo de funcionários que não lhe perdoam o facto de, “desde o início”, estar a ajudar Pedro Namora e Adelino Granja na luta contra a pedofilia.

05 Maio 2003

Por:Octávio Lopes

Correio da Manhã - Como é que está a sua situação na Casa Pia?

Aníbal Tavares - Soube na passada sexta-feira que estava suspenso de funções.

- Porquê?

- Não sei. Quem me disse que estava suspenso foi a directora do Colégio Nuno Álvares Pereira, Isabel Soares Ferreira. Isto aconteceu de manhã. À tarde, o segurança do colégio barrou-me a entrada, referindo que tinha recebido uma ordem oral da directora.

- Antes de ser suspenso, foi alvo de algum inquérito disciplinar?

- Em meados de Março, um inspector do Ministério da Segurança Social informou-me que me tinha sido instaurado um processo disciplinar por ordem da provedora, devido a afirmações graves graves que tinham sido feitas por “outros”. Não me disse do que se tratava. Penso, no entanto, que o que me sucedeu faz parte de uma estratégia que visa calar quem está disposto a denunciar o que se passou na Casa Pia. Estou a ser perseguido. Injustamente, dado que a minha vida é a Casa Pia e tudo fiz para prestigiar a instituição. Estive, por exemplo, 13 anos sem férias. Reconheço, no entanto, que uma ou outra vez dei algumas bofetadas nas crianças.

- Fez algumas denúncias?

- Fiz. Uma delas foi contra o funcionário Sanches. Esse senhor molestou quatro crianças - entre os 7 e os 11 anos - que me estavam confiadas no Lar António Bernardo. O que os miúdos me contaram, confirmaram posteriormente à Polícia Judiciária, dias depois de Carlos Silvino ter sido detido.

- A quem fez essa denúncia?

- À provedora da Casa Pia.

- Como é que Catalina Pestana reagiu?

- Não muito bem. Foi muito áspera e pediu-me para escrever tudo o que eu sabia do Sanches. Foi o que fiz.

- ...

- Dois anos antes de Carlos Silvino ser detido já eu tinha denunciado o Sanches. Cheguei a apanhá-lo com dois menores no seu gabinete, com a porta semi-fechada. Na altura, não contei a ninguém, mas fui falar com ele e avisei-o que não o queria perto das minhas crianças.

- Como é que Sanches reagiu?

- Começou a espalhar que eu estava contra os homossexuais. A partir daí, com a ajuda da responsável do internato do colégio Nuno Álvares, Isaura Cerqueira, a minha vida passou a ser um inferno. Comecei a ser perseguido por ela. Há muito tempo que tenta prejudicar-me. Já chegou ao ponto de tentar que os meus educandos façam acusações contra mim.

- Sanches acabou por ser suspenso pela provedora?

- Isso só aconteceu quando três dos alunos mais velhos do Lar António Bernardo foram falar com a drª. Catalina Pestana e lhe perguntaram porque é que ele não era suspenso.

- E em relação a Isaura Cerqueira?

- Chegou a haver reuniões dos educadores do internato onde foram denunciados casos de abusos de poder e má-criação por parte dessa senhora. Várias vezes informámos, por escrito, a directora do Colégio Nuno Álvares, Isabel Soares Ferreira, do que se estava a passar. Ela, de uma forma serena, tentou acalmar a situação. Só que isso não resultou.

- Para fazer o que faz, Isaura Cerqueira...

-... está muito bem protegida por um grupo que não quer que a Casa Pia mude.

- Quem faz parte desse grupo?

- Sanches, a senhora Vitoriana, chefe da secretaria - chegou a dizer-me, pessoalmente, que odiava todos os casapianos - e Magalhães, entre outras pessoas. Posso dizer, aliás, que há pedófilos a trabalhar na Provedoria. Todos eles estão mais preocupados em defenderem-se uns aos outros do que proteger as crianças. Foi o que sucedeu quando, há dois anos, denunciei o Sanches.

- Quem são esses pedófilos que estão na provedoria?

- Se for preciso, estou disposto a revelar o que sei às autoridades. Já fui uma vez ao DIAP, mas apenas relatei o que sabia do Sanches. Posso acrescentar, aliás, que conheço pessoas que foram molestadas por um desses funcionários da Provedoria.

- O que está a relatar é do conhecimento de mais pessoas?

- Em relação à minha suspensão, contei ao meu sindicato. O advogado achou que o que me estão a fazer é ilegal. Sobre o que se passa na Casa Pia já falei com Pedro Namora e Adelino Granja. Tenho estado com eles desde o início da caminhada dolorosa contra a pedofilia.

- Falou num grupo organizado...

-... há mais do que um grupo. E são facilmente identificáveis. Têm interesses instalados na Casa Pia.

- Que tipo de interesses?

- Não querem perder o poder que têm.

- Referiu que uma das pessoas de um desses grupo chama-se [António] Magalhães...

-... há muito tempo que entram pessoas para a Casa Pia, cujo ponto de referência é esse senhor.

- Que faz Magalhães na Casa Pia?

- Actualmente, é assessor da Provedoria. Foi educador e era o braço direito do dr. José Pires, ex-director do Colégio Maria Pia, que também é assessor da drª Catalina Pestana.

- Qual é a ligação entre Isaura Cerqueira, Sanches, José Pires, Vitoriana e Magalhães?

- São muito amigos.

- Há mais educadores na sua situação?

- Conheço mais pessoas que estão a ser visadas pelo grupo de Magalhães e Isaura Cerqueira. Estão, como eu, a sofrer represálias, por terem tentado lutar contra o que está mal na Casa Pia. Peço, por isso, a todos os meus irmãos casapianos que façam como eu - dêem a cara. Envolvam-se, apareçam e ajudem quem não pode entrar em batalhas jurídicas dispendiosas. Obrigado ‘Joel’ [o aluno que deu origem ao escândalo de pedofilia na Casa Pia] por me teres dado coragem.

PERFIL

Nome - Aníbal Fernando Tavares.

Local e data do nascimento - São Vicente (Cabo Verde), em 28/10/1963.

Entrada na Casa Pia - Em Outubro de 1973.

Percurso - Aluno do regime semi-interno e interno entre 1973 e 1986. Fequentou o ensino preparatório na Escola Francisco Arruda e o secundário na Escola Marques de Pombal, onde concluiu o curso complementar de electricidade.

Início de funções - Em 1986 foi admitido como preceptor.

Função actual - Ténico principal//educador em regime de internato, no Lar António Bernardo, do Colégio Nuno Álvares Pereira.

NAMORA E GRANJA CHOCADOS

Pedro Namora e Adelino Granja ficaram chocados com a suspensão do educador Aníbal Tavares, ordenada por Catalina Pestana, na passada sexta-feira.

Os antigos casapianos não escondem mesmo que poderão estar perante um caso de perseguição, por parte de alguns “poderosos funcionários” da Casa Pia de Lisboa. “Isso pode muito bem estar a suceder, dado que Aníbal Duarte desde o início do escândalo da pedofilia que nos tem estado a ajudar”, diz Adelino Granja, frisando que Sanches, por exemplo, foi uma das pessoas referenciadas. “E Sanches acabou mais tarde por ser suspenso”.

Já Pedro Namora lamenta que Aníbal Tavares não tenha sido informado das razões que levaram Catalina Pestana a impedi-lo de trabalhar no lar António Bernardo. “Em primeiro lugar, devo dizer que ninguém está acima de qualquer suspeita. Espero, no entanto, que todas as pessoas, nomeadamente os funcionários da instituição, tenham asseguradas as suas garantias de defesa. Se Aníbal Tavares foi suspenso sem que lhe tenha sido entregue a nota de culpa, acho isso lamentável”, referiu Pedro Namora.

CRONOLOGIA DO PROCESSO CASA PIA

29-12-2003

Cronologia

23 de Setembro de 2002 - A mãe de "Joel", um aluno da Casa Pia de Lisboa, apresenta uma queixa na Polícia Judiciária (PJ) contra o funcionário da instituição Carlos Silvino ("Bibi") por abusos sexuais contra o filho.

7 de Novembro de 2002 - Ministério Público emite mandado de captura contra Carlos Silvino.

23 de Novembro de 2002 - O "Expresso" noticia que centenas de crianças do sexo masculino da Casa Pia de Lisboa poderão ter sido violadas nos últimos anos por um funcionário da instituição.

25 de Novembro de 2002 - O ministro da Segurança Social e Trabalho, Bagão Félix, demite o provedor da Casa Pia, Luís Rebelo, na sequência de afirmações que considera "infelizes", no âmbito dos alegados casos de pedofilia que atingem a instituição. Carlos Silvino é detido pela PJ na sequência de um mandado de captura por suspeita de abuso sexual de menores. "Bibi" fica em prisão preventiva por decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

12 Dezembro de 2002 - O advogado Hugo Marçal assume a defesa de Carlos Silvino.

1 de Fevereiro de 2003 - O apresentador de televisão Carlos Cruz, Hugo Marçal e o médico Ferreira Diniz são detidos pela PJ. Apenas Hugo Marçal é libertado mediante uma caução de dez mil euros, ficando os outros dois em prisão preventiva.

4 de Fevereiro de 2003 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece que a detenção de Carlos Cruz, Ferreira Diniz e Hugo Marçal teve por base "fortes indícios" da prática dos crimes de abuso sexual de menores e incentivo à prostituição com fins lucrativos (lenocínio).

1 de Abril de 2003 - Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia de Lisboa, fica em prisão preventiva depois de ter sido detido para interrogatório no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.

6 de Maio de 2003 - Hugo Marçal fica em prisão preventiva.

20 de Maio de 2003 - O embaixador Jorge Ritto é detido para interrogatório.

21 de Maio de 2003 - Após mais de seis horas de interrogatório no TIC, em Lisboa, o embaixador Jorge Ritto fica em prisão preventiva por suspeita da prática de crimes de abuso sexual de crianças. O juiz do TIC Rui Teixeira pede o levantamento da imunidade parlamentar do deputado do PS e porta-voz do partido, Paulo Pedroso.

22 de Maio de 2003 - Após cerca de 13 horas de interrogatório, o juiz decreta a prisão preventiva de Paulo Pedroso.

25 de Maio de 2003 - O apresentador e humorista Herman José é notificado para ser ouvido pelo TIC.

30 de Maio de 2003 - O humorista e apresentador de televisão Herman José é constituído arguido no processo, depois de ouvido no DIAP.

23 de Junho de 2003 - O arqueólogo subaquático Francisco Alves confirma ter sido constituído arguido no processo.

27 de Junho de 2003 - O funcionário da Provedoria da Casa Pia de Lisboa José Pires é ouvido no DIAP.

3 de Julho de 2003 - O arqueólogo subaquático Francisco Alves é detido para interrogatório, saindo em liberdade ao fim de duas horas.

16 de Julho de 2003 - O juiz Rui Teixeira confirma a medida de prisão preventiva aos sete arguidos aos quais foi decretada a medida de coacção mais gravosa.

17 de Julho de 2003 - O Tribunal da Relação de Lisboa mantém a prisão preventiva de Paulo Pedroso.

25 de Setembro de 2003 - O Tribunal Constitucional dá razão à defesa e defere os recursos de Jorge Ritto, Hugo Marçal e Paulo Pedroso apresentados em Agosto. O TC considerou que o diplomata foi lesado no "direito ao recurso" por o presidente da Relação de Lisboa indeferir uma reclamação relacionada com a sua prisão preventiva.

8 de Outubro de 2003 - O Tribunal da Relação ordena a libertação imediata de Paulo Pedroso.

15 de Outubro de 2003 - O juiz Rui Teixeira decide manter Jorge Ritto em prisão preventiva, após nova avaliação dos pressupostos da medida de coacção. No mesmo dia, a defesa de Jorge Ritto, a cargo do advogado Rodrigo Santiago, anuncia que vai recorrer da decisão.

18 de Outubro de 2003 - O advogado Hugo Marçal é libertado.

3 de Dezembro - O Supremo Tribunal de Justiça recusa o pedido de afastamento do juiz Rui Teixeira solicitado pelos advogados de defesa de seis arguidos.

17 de Dezembro de 2003 - o Tribunal da Relação de Lisboa ordena a "libertação imediata" de Jorge Ritto e a realização de um novo interrogatório ao arguido pelo juiz Rui Teixeira, por entender que houve violação de preceitos constitucionais e de normas processuais legais na primeira audição, que ditou a prisão preventiva do diplomata.

20 de Dezembro de 2003 - O juiz Rui Teixeira decreta, pela terceira vez, a prisão preventiva do ex-embaixador Jorge Ritto por "perigo de continuação de actividade criminosa" do arguido.

23 de Dezembro de 2003 - Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz e Manuel Abrantes são ouvidos no DIAP pelo procurador do Ministério Público João Guerra.

26 de Dezembro de 2003 - Hugo Marçal e Paulo Pedroso são ouvidos no DIAP.

29 de Dezembro de 2003 - Dez pessoas são formalmente acusadas: Carlos Cruz, Herman José, Paulo Pedroso, Carlos Silvino ("Bibi"), Jorge Ritto, Hugo Marçal, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Francisco Alves e Gertrudes Nunes.

Lusa

JOSÉ PIRES ACUSADO POR BIBI

Ex-motorista quer confronto com José Pires sobre abusos em Colares

Bibi contesta antigo director

11-04-2006

José Pires, ex-director do Colégio D. Maria Pia, da Casa Pia de Lisboa, negou ontem em tribunal que Manuel Abrantes, dois educadores, dois destacados dirigentes do Partido Socialista e ele próprio tenham abusado sexualmente de alunos na casa de férias de Colares (Sintra) pertencente à instituição.

Esta e outras declarações levaram o ex-motorista Carlos Silvino (Bibi) a requerer uma acareação com a testemunha. José Pires, psicólogo que entre 1974 e 1999 dirigiu aquele colégio, considerou ainda não ser “viável nem possível” a existência de quaisquer fotografias do ex aluno “João A.” alegadamente tiradas por cidadãos estrangeiros na praia da Adraga, situada nas imediações daquela mesma casa.

A testemunha garantiu ainda “não reconhecer qualquer sinal da casa de Colares” nas fotografias publicadas num artigo da revista “Grande Reportagem” publicada em Setembro de 2004.

Em resposta a perguntas lançadas pelo advogado de Carlos Silvino, José Maria Martins, a testemunha confirmou ter visitado o arguido na cadeia da PJ, em Lisboa. José Pires entregou então a Bibi “um documento” em que explicava “os motivos” da sua visita. “Ele era um antigo aluno e precisava de apoio”, disse. Apesar deste motivo, José Pires confessou não ter visitado Manuel Abrantes (arguido ex-provedor adjunto da Casa Pia) quando este esteve detido na cadeia de Lisboa.

José Maria Martins quis saber se a visita teve a intenção de levar o ex-motorista a negar um envolvimento em situações de abuso por parte de José Pires. Este negou.

A acareação entre Carlos Silvino e José Pires deverá ter lugar na sessão de 23 de Novembro.

Tuesday, 6 September 2011

JOSÉ FIDALGO EM EXCLUSIVO PARA A SIC



José Fidalgo: "O dinheiro conta quando se é pai” 


Nacionais: 04.9 - 17h Por: Vânia Nunes


- Esteve na Argentina a gravar a novela ‘Rosa Fogo'. Como correu?

- Correu muito bem e ajudou a que tivesse noção do espírito de Buenos Aires. Estivemos, eu e a Cláudia Vieira, directamente em contacto com o tango. Percebi que qualquer pessoa que dança tango fica bonita.

- Já sabia dançar tango?

- Estou a ter aulas. Este já é o terceiro trabalho que faço relacionado com tango e achei que tinha de aprender de vez. É uma dança que me apaixona muito.

- Deu para aproveitar a cidade, à margem do trabalho?

- Deu. Sempre que tinha um bocadinho livre, ia andar a pé pela cidade. Contactei com as pessoas e tentei desviar-me do roteiro turístico, para tentar absorver a cultura.

- Como vai ser a sua personagem?

- Vou ser salvo pela personagem do Rogério Samora e vou estar nas mãos dele, sempre ansioso por me libertar. E vou envolver-me com a Cláudia Vieira.


- Vai fazer de vilão?

- Eu e o Rogério Samora, em conjunto com a equipa, tentámos não estereotipar as personagens. Chega de bons e maus. Na vida não há esses extremos.

- Assinou recentemente contrato de exclusividade com a SIC. Numa altura de crise, procurou a segurança?

- Isto não está fácil para ninguém, por isso, a segurança financeira é muito importante. Tenho um filho, família... Se dissesse que o dinheiro não contou, estaria a mentir. Conta muito quando se é pai. Mas fiquei contente com os projectos que me apresentaram. Foi uma decisão muito ponderada.

- Está mais contido nos gastos?

- Sim, posso dizer que sim. Eu e a minha mulher [Fernanda Marinho] não sabemos o dia de amanhã. Vemos o caso do BPI e do BPN, de pessoas minhas conhecidas que perderam milhões. Fizeram as suas apostas e ninguém as pode condenar por isso. Tinham um estilo de vida que pensavam que não ia acabar... Isso devia tocar a todos.

- Isso significa que é poupado?

- Nunca fui pessoa de esbanjar. Gosto de viver, de almoçar e jantar fora, mas não preciso de ir sempre a sítios caros. Mas gosto da sensação de saber que se quiser posso ir jantar onde me apetecer. O dinheiro agora vai todo para o meu filho.

- É fácil ser figura pública?

- Nunca tive problemas. Sei que fui ganhando o respeito das pessoas de forma gradual. Nunca fui uma explosão de mediatismo.

http://www.vidas.xl.pt/noticias/nacionais/detalhe/jose_fidalgo_o_dinheiro_conta_quando_se_e_pai.html