Saturday, 19 March 2011

COMENTANDO O ATAQUE DOS UNIVERSITÁRIOS DA CATÓLICA DE BRAGA AOS SEM ABRIGO


Falta de castigo

Geração da tasca

Estes jeitosos, a "geração da tasca", embriagados e a mando de uns patetas "veteranos", quiçá menos embriagados e mais auto-controlados, lá foram desassossegar gente frágil e infeliz, provocar cobardemente vidas destroçadas ao relento, os sem-abrigo.

Em Braga houve confrontos entre alunos da Universidade Católica e sem-abrigo. A batalha campal aconteceu quando "veteranos" da Faculdade de Filosofia obrigaram caloiros a acordar um grupo de sem-abrigo durante uma praxe académica.

Em 1994 tivemos a "geração rasca". O epíteto foi um baptizado acintoso, mas não de todo injusto, do jornalista Vicente Jorge Silva a propósito de um protesto contra o pagamento de propinas, quando alguns alunos bem educados exibiram os seus rabiosques peludos ao então ministro da Educação, Couto dos Santos.

Neste último fim-de-semana, a "geração à rasca" mobilizou, em todo o país, cerca de três centenas de milhar de pessoas para um exemplar protesto cívico contra a precariedade no emprego de jovens, com habilitações académicas que lhes custaram o coiro e o cabelo e que o país, que também neles investiu e muito, despreza.

A "geração da tasca" - digo eu agora, pedindo desculpa à imensa maioria dos estudantes que não se revê nestas práticas - nada aprendeu com os seus muitos colegas de 1994 que estiveram agora na rua, respondendo ao chamamento das redes sociais e dos sms.

Estes jeitosos, embriagados e a mando de uns patetas "veteranos", quiçá menos embriagados e mais auto-controlados, lá foram desassossegar gente frágil e infeliz, provocar cobardemente vidas destroçadas ao relento.

O "day after", de cada um dos praxados e dos imberbes "veteranos", deve ter sido lindo. Náuseas e vómitos nauseabundos, desconhecendo, mesmo, se chegaram à cama alcoólico ou ao hospital em coma alcoólico.

Esta gente, já que tem o direito de não se poupar, nem poupar as economias dos pais para estarem fora de casa a estudar ou a fingir fazê-lo, podiam ao menos poupar-nos à leitura destas notícias reportando acontecimentos infelizes e revoltantes.

Episodicamente a "geração da tasca", a geração dos shots e dos barris de cerveja, faz-se notar pela suprema falta de graça da imaginação praxista e pela violência de que, muitas vezes, os caloiros são as vítimas.

Eu por mim não acabava com as praxes. Obrigava, isso sim, os "veteranos" a praticarem apenas entre si, em exercícios de auto-gratificação, as suas elevadas competências praxistas, até à exaustão, do princípio ao fim do ano lectivo.

Talvez a avaliação das suas competências, nesta arte, viesse sob a forma de uma notória compensação em "foie gras" próprio, a caminho de uma beatífica cirrose académica, na cidade dos arcebispos. Mas deixando sossegados os sem-abrigo, e os polícias abrigados, que já têm com que se entreter

17:37 Quarta feira, 16 de Março de 2011


ESTUDANTES DA CATÓLICA DE BRAGA OBRIGAM CALOIROS A ATACAR UM GRUPO DE SEM-ABRIGO

Braga: confrontos entre alunos da Católica e sem-abrigo

Tudo terá acontecido quando "veteranos" da Faculdade de Filosofia obrigaram caloiros a acordar um grupo de sem-abrigo durante uma praxe.


O momento em que agentes da PSP (fardados e à civil) separavam os contendores

Alunos da Universidade Católica que participam nas praxes envolveram-se esta noite em cenas de pancadaria com um grupo de sem-abrigo, em Braga.

Os incidentes começaram quando cerca de três dezenas de estudantes da Faculdade de Filosofia (FAC/FIL) da Universidade Católica de Braga, com um grupo de caloiros que praxavam, se terão dirigido aos sem-abrigo que descansavam nos claustros da Rua do Castelo, no centro de Braga. Esta foi a versão unânime dos vários transeuntes, parte dos quais chamaram a PSP.

Segundo os relatos de comerciantes e lojistas da Rua do Souto (a principal artéria comercial da cidade dos arcebispos), "já tinha havido problemas entre os próprios estudantes trajados e os caloiros na Rua do Janes", uma viela contígua à Rua do Souto e ao Largo do Barão de São Martinho, perto do Café A Brasileira.

Já depois dos primeiros incidentes e agora na presença de agentes da PSP, quer fardados, quer à paisana, os estudantes da Universidade Católica de Braga voltaram para trás e tornaram a envolver-se em incidentes com os sem-abrigo.

Estudantes eufóricos

Dois destes cidadãos contaram ao Expresso que "os estudantes mandaram os caloiros meter-se com a gente várias vezes seguidas e nós estávamos a dormir descansados".

Os estudantes, contatados pelo Expresso no local, mostravam-se eufóricos e apesar das insistências do jornalista, não conseguiram apresentar qualquer versão. Só uma das estudantes do curso de Ciências da Comunicação da Universidade Católica, fez questão de afirmar ao Expresso que "não podemos pagar todos por aquilo que só alguns fizeram".

O Expresso não conseguiu contatar esta noite o director da FAC/FIL da Universidade Católica, Alfredo Dinis, que não se encontravam no Campus, nem qualquer responsável pela Associação de Estudantes da FAC/FIL.

A PSP, que esteve no local durante quase uma hora, registou os incidentes presenciados por muitas pessoas que ao princípio da noite saíam das lojas.

Joaquim Gomes (www.expresso.pt)

21:43 Terça feira, 15 de Março de 2011


Friday, 18 March 2011

PORTUGAL NUNCA VAI PRECISAR DA ENERGIA NUCLEAR

    

Carlos Zorrinho defende

"Portugal não vai nunca precisar do nuclear"

O secretário de Estado da Energia e da Inovação disse esta setxa-feira que a posição do Governo em relação à energia nuclear "não mudou por causa" do acidente no Japão, revelando-se convencido que "Portugal não vai nunca precisar do nuclear".

"A posição do Governo não mudou por causa deste acidente no Japão, nós somos por uma opção energética que é melhor do que a opção nuclear", afirmou à Lusa Carlos Zorrinho, quando confrontado com a posição de 'Os Verdes' e do Bloco de Esquerda que, na passada quinta-feira, no Parlamento, exortaram o Governo a reafirmar a recusa da energia nuclear.

Em Leiria, Carlos Zorrinho garantiu que "se' Os Verdes' ou o Bloco de Esquerda estão preocupados em relação a uma mudança da perspectiva do Governo em relação ao nuclear, não têm nenhuma razão".

"O Governo referiu e volta a referir que, em termos de energia, nós temos sempre que pensar num horizonte, por exemplo, de uma década. E para sermos totalmente honestos do ponto de vista intelectual, temos que dizer na próxima década temos um sistema que funciona. Temos um sistema que dá uma boa resposta? Temos. E esse sistema precisa do nuclear? Não precisa", continuou.

Carlos Zorrinho admitiu que, "mais à frente, far-se-á, outra vez, a análise", mas mostrou-se "convencido que Portugal não vai nunca precisar do nuclear e ainda bem porque, se precisasse, correria riscos que são desnecessários".

O secretário de Estado salientou que a perspectiva do Governo "não é a perspectiva do ser contra o nuclear", mas "de que há para Portugal soluções energéticas que são, a todos os níveis, melhores que o nuclear", ao nível da segurança, economia e tecnologia.

E apontou os investimentos nas energias eólica, hídrica ou solar, sublinhando que nestes casos há "muita tecnologia portuguesa incorporada", que cria emprego e competências, desenvolve regiões e tem a mesma disponibilidade.

O governante reconheceu ainda que a confiança das pessoas na tecnologia nuclear "vai baixar um pouco". "É evidente que este acto, nesta tecnologia, associado também à turbulência que existe em muitos países produtores de gás e petróleo torna mais difícil a questão dos mercados internacionais da energia", observou, defendendo, contudo, a necessidade de "acções positivas".

"Isto que está a acontecer no Japão, no Médio Oriente e no norte de África só dá mais razão a quem apostou nas energias renováveis e só dá mais razão a quem exige, por exemplo da União Europeia, que coloque mais recursos na investigação científica e no desenvolvimento das energias renováveis e, por outro lado, só dá mais razão a quem defende que é muito importante criar o mercado interno da energia na Europa", sublinhou.


ACTOR DE "MORANGOS COM AÇÚCAR" JULGADO POR TRÁFICO DE DROGA

Actor traficante grita com o juiz


Tiago Fernandes cebrizado em ‘Morangos com Açúcar’ abastecia bairro com droga.Lisboa

Tiago está em prisão preventiva desde Abril do ano passado. Começou ontem a ser julgado no Campus de Justiça, onde contou com o apoio da mãe, da avó e de amigos

Depois de quase um ano na cadeia à espera de julgamento, desde que em Abril do ano passado foi preso por suspeitas de chefiar o tráfico de droga no bairro Quinta do Lavrado, nas Olaias, Lisboa, o actor Tiago Fernandes, conhecido pela participação na telenovela da TVI ‘Morangos com Açúcar’, entrou com o pé errado na 4ª Vara do Campus de Lisboa. Logo ao início da primeira sessão, ontem, gritou ao juiz.

Os ânimos exaltaram-se quando o actor, 21 anos, não percebeu uma das perguntas do magistrado sobre a sua morada. "Mas qual das moradas?!", gritou Tiago Fernandes. O juiz queria ouvir a morada do bairro, não a do estabelecimento prisional, como o jovem actor insistia.

Mais do que uma vez o juiz-presidente teve de mandar calar os 16 arguidos envolvidos no processo, a maioria deles proveniente da Quinta do Lavrado, antiga Curraleira – onde diariamente se continua a vender e a consumir heroína e cocaína.

Também referenciado por crimes de roubo e condução sem carta, um dos arguidos foi mesmo ameaçado pelo juiz de levar um novo processo-crime porque à pergunta sobre se tinha processos criminais anteriores respondia sempre "não sei".

De resto, conforme o CM apurou junto de advogados ligados ao processo, o juiz decidiu que, "por razões de segurança", todo o julgamento vai decorrer à porta fechada. Ontem, apenas foram ouvidos dois dos arguidos. O actor Tiago Fernandes, que era conhecido no grupo por ‘Tarogas’, recusou-se a responder às perguntas da procuradora do Ministério Público.

Recorde-se que, quando foi detido, a 9 de Abril do ano passado, no Bairro Belo Horizonte, onde vivia com a mãe, o actor estava com outros cinco traficantes – na posse de 115 euros em dinheiro, 22 embalagens de heroína (10 gramas) e 33 de cocaína (sete gramas). Segundo a acusação do DIAP, Tiago, apesar de assumir um papel de chefe nesta associação de traficantes, também procedia à venda directa de droga.

APANHADO NOVE VEZES PELA PSP A VENDER DROGA

Até ao momento em que foi detido pela 5ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP, Tiago Fernandes foi apanhado por nove vezes a vender droga na Quinta do Lavrado, a apenas 30 metros de uma creche frequentada por diversas crianças – os polícias viram tudo em acções de vigilância. A 14 de Dezembro, o actor conseguiu mesmo fugir a pé quando abordado por agentes da PSP. Para o chão atirou um saco com heroína.

Muitas das vezes, Tiago Fernandes encontrava-se em casa a gerir o negócio. Segundo a acusação, Carla Portugal, de 36 anos, também detida, ia buscar droga a casa do actor. Através da janela, ele dava-lhe sacos com cocaína e heroína para ela ir vender a dezenas de consumidores, ao mesmo tempo que recebia o dinheiro resultante das vendas anteriores. Quatro arguidos continuam presos.

POSTURA DE GANGSTER EM TRIBUNAL

Tiago Fernandes manteve ontem durante toda a manhã uma postura provocadora, dentro e fora da sala de audiência. Mal chegou ao tribunal, cumprimentou todos os amigos, arguidos no processo de tráfico de droga. Depois, sentado na sala, falava alto com os cotovelos na cadeira até ser advertido pelos polícias da entrada do juiz, para se levantar. Com a audiência já a decorrer, os arguidos não permaneciam em silêncio, sendo várias vezes alertados pelos advogados e pelo juiz. A mãe de Tiago esteve ontem no Campus durante toda a sessão mas não viu o filho, uma vez que não pode assistir à audiência.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/actor-traficante-grita-com-o-juiz---023548337

PÂNICO EM TÓQUIO


Japão: Vive-se um autêntico cenário de apocalipse em Fukushima

Pânico em Tóquio com nuvem radioactiva

Quatro dias após o terramoto e o tsunami que desencadearam o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, o Japão mergulha no caos. Com cidades inteiras varridas do mapa, milhares de mortos e desaparecidos e a maior parte das infra-estruturas destruídas ou danificadas, teme-se o pior. Explosões em três dos quatro reactores da central de Fukushima - Daiichi, outras centrais danificadas e a impotência para conter a radiação levam os japoneses a não confiarem mais nas palavras tranquilizadoras do governo, e muitos fogem já da capital, Tóquio.

Na central de Fukushima vive-se o pesadelo. Todos os esforços para arrefecer os núcleos dos reactores falham, e as explosões sucedem-se. Ontem, o único reactor que não apresentava problemas, o número 4, incendiou-se. As chamas foram rapidamente extintas, mas, horas depois, reacendeu-se o incêndio. Refira-se que horas antes, o número 2 explodira, lançando para a atmosfera uma quantidade indeterminada de partículas radioactivas. As autoridades exortam a população em redor de Fukushima, num total de 140 mil pessoas, a que se mantenha fechada em casa. Na central, apenas ficaram 50 dos 800 trabalhadores.

Com nível de radioactividade dez vezes superior ao normal em Tóquio, com 13 milhões de habitantes, são muitos os que já abandonam a cidade. Outros preparam-se para o fazer, correndo para os supermercados e gasolineiras, onde falta combustível. O governo confirma o perigo e não descarta novas fugas radioactivas, mas diz que os níveis de radiação estão a diminuir. Os organismos internacionais não estão tão optimistas: o comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, fala mesmo em "apocalipse".

PORTUGUESA VOLTA COM MEDO

Chegou ontem à noite ao aeroporto de Lisboa a primeira portuguesa que abandonou o Japão após o alarme de perigo nuclear. Zita Marinho, de 24anos, que estagiava em Nanotecnologia na Universidade de Tóquio, regressou porque, segundo disse ao CM, sentiu receio . Adiantou que não teve dificuldade em arranjar voo, apesar de milhares de estrangeiros estarem a sair do Japão.

BOLSAS TEME EFEITO DO SISMO

Após o terramoto de dia 11, o Japão enfrenta agora um sismo económico. O Banco do Japão injectou 202 mil milhões de euros na economia para atenuar os efeitos económicos da tragédia, mas as principais bolsas europeias fecharam ontem em queda, reflectindo a preocupação dos mercados. Em Paris, Londres, Madrid e Frankfurt, os indicadores tiveram quedas entre 2,64 e 3,72%.

MULHER E JOVEM RESGATADOS

No impressionante cenário de destruição causado pela tragédia, equipas de resgate retiraram ontem com vida dos escombros de sua casa, em Otsuchi, uma mulher de 70 anos.

O filho da idosa afirmou ter tentado, sem êxito, salvar a mãe. "Não pude levantá-la, e ela não pôde escapar porque as suas pernas não estão em condições", declarou. A mulher, com hipotermia, foi transportada para o hospital, aparentando não correr perigo de vida. Agora, o filho está um pouco mais aliviado, mas ainda bastante apreensivo pelo facto de o pai estar desaparecido.

Além de Sai Abe, também um jovem foi resgatado na mesma região. O sobrevivente, na casa dos 20 anos, foi retirado de um edifício, em Ishimaki, depois de elementos das equipas de busca e salvamento terem ouvido os seus pedidos de ajuda. A situação dos sobreviventes agravou-se com a chegada da uma frente fria, prevendo-se a queda de neve para os próximos dias, o que deverá intensificar mais ainda o drama humano.

TESTEMUNHO: Pedro Henriques, Treinador de Futsal do Nagoya Oceans

VOU REGRESSAR A PORTUGAL

Hoje sentimos um sismo violento. Estava na altura em casa a jantar com a minha mulher, e abanou tudo. Ao todo, deve ter durado uns trinta segundos. Pelo que vi, teve uma intensidade de 6,0 na escala de Richter. O epicentro parece ter sido em Shizuoka, muito perto aqui de Nagoya. As previsões apontam para novo sismo de grande intensidade amanhã [hoje], pelo que sinto algum receio.

Em Nagoya, o novo abalo não causou perturbações notórias, mas em Tóquio, onde também foi sentido, o Metro e os comboios têm parado com frequência.

Quanto à situação nuclear, continua instável. O governo repete que está tudo controlado, mas hoje [ontem] houve nova explosão em Fukushima e fala-se num grande aumento da radioactividade.

Devido a toda esta situação de incerteza, decidi antecipar o meu regresso a Portugal. Tinha viagem marcada para domingo mas antecipei-a para sexta--feira. Nessa altura, regressa também o Ricardinho e os outros elementos portugueses da equipa técnica do Nagoya Oceans. Até lá, esperamos todos que as coisas corram pelo melhor.

16 Março 2011 Por:Paulo Madeira


EUROVISION POLL 2011: DUSSELDORF 10 - 12 - 14 MAY - START VOTING NOW!



Thursday, 17 March 2011

ÂNGELA MERKEL PROMETE MUDAR PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS


Angela Merkel promete mais renováveis e menos nuclear

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu hoje acelerar a transição do setor energético da Alemanha do nuclear para as renováveis, em resposta ao acidente nuclear no Japão.

Num discurso perante o Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), Merkel disse que "a catástrofe no Japão tem dimensões apocalípticas".

No início da semana, Merkel anunciou uma moratória de três meses a uma decisão de prolongar o tempo de vida das sete centrais nucleares mais antigas da Alemanha (que tem atualmente 17 centrais em operação).
"Queremos chegar rapidamente à era das energias renováveis. Esse é o nosso objetivo", disse Merkel.

No ano passado, Merkel havia adotado uma lei para prolongar o tempo de vida das centrais nucleares alemãs, contrariando o prazo estipulado pelo governo anterior (sociais-democratas do SPD e Verdes), que apontava para o fim do recurso ao nuclear até 2020.

A chanceler justificou o retrocesso na política energética pelas preocupações de segurança suscitadas pela crise japonesa, e instou os partidos de oposição - particularmente os Verdes -- a apoiar novas medidas visando o desenvolvimento das energias alternativas, nomeadamente através da criação de grandes parques eólicos.

Merkel também rejeitou acusações de eleitoralismo lançadas por deputados da oposição, que argumentaram que as medidas agora anunciadas destinam-se a ganhar votos numa série de eleições regionais previstas para este ano.


EUROVISION 2011: THE HOSTS


'Good evening, Europe!' Just after announcing details for the 2011 German selection of the Eurovision Song Contest, host broadcaster NDR went on to reveal the presenters of next year's contest: it will be a threesome consisting of Anke Engelke, Judith Rakers and Stefan Raab!

The three presenters are no new faces for the German TV audience, but now they are going international and will present all 3 shows for the Eurovision Song Contest in 2011!

Anke Engelke was born in Montreal, Canada and is tri-lingual (German, English, French). She has been a steady figure on German television since she was 12. She is mainly an actress and comedienne, but she has also presented lots of shows for several big German TV channels, like the Berlinale. She has been singing in a soulband for 20 years now and revealed that she is a big ABBA fan since they won the Eurovision Song Contest in 1974. In a first comment, Anke said that is very honoured to be one of the hosts of the 2011 Eurovision Song Contest.

Judith Rakers is one of the faces of ARD's Tagesschau - the most important news show on German television. On NDR, she presents 3 Nach 9, a talkshow. She has also been involved in NDR's Hamburg Journal and has been working for the radio, too. She is excited to be one of the presenters' team for the 2011 Eurovision Song Contest and it is a dream coming true for her.

Stefan Raab is no stranger to Eurovision Song Contest fans as he wrote the German entries in 1998, 2000 - which he performed himself - and 2004. Furthermore, he is the mentor of Lena who won the contest this year for Germany. Stefan is mostly working for private channel ProSieben presenting several entertainment shows. He says that presenting the Eurovision Song Contest is the biggest highlight in his contest career.

The 2011 Eurovision Song Contest will take place with two Semi Finals on the 10th and on the 12th of May, followed by the Grand Final on the 14th of May.


Tuesday, 15 March 2011

EX-MINISTROS QUEREM DISCUTIR ENERGIA NUCLEAR

Manifesto dos 33

Ex-ministros atacam aposta de Sócrates nas energias renováveis

Apoiantes do manifesto querem discutir nuclear e vão pedir audiências ao governo e Presidente da República

É mais um manifesto da sociedade civil que junta personalidades políticas, economistas, engenheiros e empresários contra opções do governo PS. Depois das Obras Públicas, é a política energética e a aposta nas energias renováveis, uma das principais bandeiras de José Sócrates, que vai ser posta em causa. Os argumentos serão apresentados em conferência de imprensa e vão ser pedidas audiências ao governo e ao Presidente da República. A expressão "energia nuclear" não aparece no documento, mas os subscritores contactados pelo i reconhecem que são favoráveis à discussão ao mais alto nível desta opção, em linha com o debate na Europa, mas sobretudo em sintonia com Espanha.

O manifesto, que tem em Mira Amaral um dos seus subscritores, nasceu no Instituto Superior Técnico, onde também começou a contestação ao aeroporto da Ota. Mas na lista dos subscritores, soube o i, estão mais ex-ministros dos governos de Cavaco Silva (Miguel Cadilhe, Valente de Oliveira, Cardoso e Cunha e João Salgueiro) e personalidades da área do PSD, como António Borges e os gestores Alexandre Relvas e Alexandre Patrício Gouveia. No entanto, os subscritores com quem o i contactou descartam uma leitura política e, em particular, uma colagem ao novo líder do PSD. Pedro Passos Coelho, defende no seu livro "Mudar" que Portugal não deve ficar alheio ao debate europeu sobre o nuclear, ideia também apoiada pelo seu conselheiro, Nogueira Leite (ver págs. 22 e 23).

Mira Amaral, que apoiou o actual líder do PSD, descarta a ligação política. "Este manifesto começou a ser feito há dois ou três meses, por mim e outros professores do Técnico. Não tem nada a ver com o PSD, nem foi feito com Passos Coelho". Aliás, o ex-ministro da Indústria não reconhece "grandes diferenças entre o PS e o PSD nesta área".

Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças de Sócrates mas muito crítico das políticas do governo PS, afasta igualmente a leitura política e diz que está preocupado com a "forma disfarçada" como os custos da produção de electricidade estão a subir, devido aos subsídios para estimular a energia renovável. O economista, que foi um dos pivots do manifesto contra os grandes investimentos públicos, diz que agora é apenas subscritor.

Outro ex-ministro das Finanças, mas do PSD, Miguel Cadilhe, diz que "é preciso reavaliar a política energética do país. Os preços estão a ser altamente subsidiados e esse facto terá graves implicações nas contas públicas. Alguém vai ter de pagar este investimento". Em causa está o sobrecusto do regime especial de produção, um subsídio pago nas tarifas eléctricas à energia eólica, fotovoltaica e cogeração industrial (que não é renovável), e que é um prémio face ao preço do mercado. Esse sobrecusto, que em 2010 é de 611 milhões de euros, contribuiu para o défice tarifário e está a crescer com a expansão da energia verde.

A elevada factura energética (medida em energia primária e não apenas em electricidade) e a imprevisibilidade das renováveis são outras preocupações. Estes 33 economistas, ex-ministros do PSD e PS, mas também figuras de esquerda como Demétrio Alves, além empresários, gestores e professores, querem a reavaliação da política de energia em Portugal. O que está em causa são o que consideram ser os elevados custos da aposta nas renováveis, que contribuíram para o défice tarifário, e os seus efeitos na competitividade do sector exportador - que todos dizem ser fundamental para a retoma da economia, sintetiza Pedro Sampaio Nunes. O empresário e técnico que esteve ligado ao projecto de Patrick Monteiro de Barros de construir uma central nuclear em Portugal, admite que esta é uma oportunidade para voltar a colocar o tema na agenda política.

Pedro Clemente Nunes, professor do Técnico, defende a elaboração de um novo plano de energia. O último foi aprovado pelo governo de Balsemão no início dos anos 80 e aposta no carvão e gás. O consultor, que colaborou como técnico em iniciativas de Pedro Passos Coelho, alerta para os riscos da do custo da energia para a sustentabilidade da economia nacional e competitividade das empresas portuguesas.

Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros, propõe, a título pessoal, a criação de uma comissão de técnica independente que faça a avaliação dos vários modelos de produção de energia. Sampaio Nunes diz que é preciso fazer contas ao custo-benefício de cada alternativa. O objectivo é relançar a discussão do nuclear. O ex-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, Francisco van Zeller responde: "O nuclear é como as marés ou como o vento. É uma alternativa a analisar."

Publicado em 31 de Março de 2010


APOCALIPSE NO JAPÃO

Novos problemas na central nuclear de Fukushima

União Europeia fala de “apocalipse” no Japão

O comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, qualificou o acidente nuclear no Japão como um “apocalipse” e adiantou que as autoridades locais terão perdido o controlo da situação na central nuclear de Fukushima I, onde já houve três explosões. O espaço aéreo em redor da central foi encerrado.


Um funcionário da Companhia de Electricidade do Japão explica aos jornalistas a crise nuclear em Fukushima (Foto: Yuriko Nakao/Reuters)

“Estamos a falar de apocalipse e creio que a palavra é particularmente bem escolhida”, disse Günther Oettinger esta terça-feira perante uma comissão do Parlamento Europeu em Bruxelas. “Tudo está praticamente fora de controlo”, adiantou, citado pela AFP. “Não excluo o pior nas horas mais próximas”.

Uma terceira explosão no reactor 2 da central nuclear de Fukushima I, e um incêndio no reactor 4 fizeram esta terça-feira subir de tom a crise nuclear no Japão. As autoridades admitem agora que os níveis de radioactividade poderão afectar a saúde humana. E a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) também já reconheceu que poderá haver danos no núcleo do reactor 2.

Yukiya Amano, director-geral da AIEA, disse em conferência de imprensa que há “possivelmente danos” no núcleo do reactor 2. “Deverão ser inferiores a cinco por cento”, adiantou, para depois salientar que a situação é “preocupante” mas será diferente da catástrofe nuclear que ocorreu em Tchernobil, na Ucrânia, em 1986. O responsável da AIEA disse que precisa de informação mais actualizada e detalhada sobre o que está a acontecer no Japão.

A agência da ONU para a energia atómica já tinha emitido um comunicado a referir que as explosões nos reactores 1 e 3 não danificaram os vasos de pressão primários (primeira camada de protecção do núcleo dos reactores). “Estão ambos intactos”. No entanto, a explosão de ontem no reactor 2 “pode ter afectado a integridade do seu vaso de pressão primário”, acrescenta.

A Autoridade de Segurança Nuclear francesa já tinha alertado para a possibilidade de danos neste sistema de contenção que é o mais importante para evitar uma fuga radioactiva. Adiantou ainda que o acidente nuclear em Fukushima I atingiu um nível de gravidade 6, numa escala de um a sete. "O fenómeno assumiu uma dimensão totalmente diferente da de ontem. É claro que chegámos ao nível 6", disse André-Claude Lacoste, citado pela AFP. Mas a Agência de Segurança Nuclear japonesa não confirma o nível de gravidade 6, fala antes de nível 4.

No perímetro de 30 quilómetros em torno da central as pessoas não podem sair de casa e foi estabelecida uma zona de exclusão aérea, mas apesar disso as autoridades japonesas informaram a ONU de que os níveis de radioactividade junto à central estão a baixar.

Problemas em quatro reactores

Uns após dos outros, os reactores da central Fukushima I, 250 quilómetros a Norte de Tóquio, enfrentam uma infernal série de avarias e acidentes desde o sismo e tsunami da passada sexta-feira. Dos seis reactores da central, quatro registam problemas graves.

Ontem à noite, o reactor 2 da central de Fukushima Daiichi foi o terceiro a registar uma explosão, aumentando os receios de uma fuga radioactiva descontrolada de larga escala. As barras de combustível, no núcleo do reactor, deixaram de estar totalmente cobertas por água durante pelo menos duas horas, o que levou a que aquecessem e que ocorresse uma explosão. A empresa proprietária da central, a Tepco, ordenou a evacuação do reactor 2, com excepção dos funcionários que estão a injectar água para tentar arrefecer o reactor.

Paralelamente, deflagrou um incêndio no reactor 4, o que faz "aumentar consideravelmente" os níveis de radiação, declarou o primeiro-ministro, Naoto Kan, numa mensagem televisiva. O incêndio manteve-se activo durante duas horas.

“Agora estamos a falar de níveis que poderão ter impacto na saúde humana”, indicou hoje em conferência de imprensa o vice-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Yukio Edano, segundo o qual o reactor "não está, necessariamente, em condições estáveis".

Naoto Kan, o primeiro-ministro, considerou a situação "preocupante". Por isso, anunciou que as pessoas que ainda se mantêm dentro de um raio de 20 quilómetros em torno da central deverão abandonar as suas casas e aqueles que vivem a entre 20 e 30 quilómetros de distância deverão permanecer dentro de portas.Os níveis de radiação em torno de Fukushima após uma hora de exposição aumentaram para oito vezes mais do que o limite legal em um ano, indicou o operador da central, a Tokyo Electric Power (Tepco). Os níveis de radiação em Tóquio também estão mais elevados que o normal, mas as autoridades garantem que não apresentam perigos para a saúde.

No sábado aconteceu a primeira explosão na central de Fukushima, no reactor 1. A segunda aconteceu na segunda-feira, quando houve uma explosão de hidrogénio no reactor 3. Finalmente, ontem à noite, foi o reactor 2 a sofrer uma explosão, algo que as autoridades japonesas tentavam que não acontecesse. Todas as explosões aconteceram devido à acumulação do hidrogénio libertado.

O cenário em Fukushima I é "francamente mau", considera o director da Agência da OCDE para a Energia Nuclear, Luis Echavarri. "As últimas notícias do reactor 2 indicam que existem problemas que não conhecemos bem e que puderam provocar fissuras por onde a radioactividade se pode ter libertado", acrescentou.

"Radioactividade perigosa"

Hoje, o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Takeaki Matsumoto, veio confirmar em conferência de imprensa os receios, dizendo que o nível de radiações causado pelo incêndio ocorrido no reactor 4 da central nuclear de Fukushima "pode ser prejudicial à saúde" das populações. "Relativamente ao reactor 3, estamos a injectar água para o arrefecimento", garantiu. "A situação é difícil. Estamos a fazer todos os possíveis para resolver este problema", acrescentou o ministro. Cerca de 150 pessoas, que moram na região que rodeia Fukushima I, já fizeram testes aos níveis de radiação. Foram tomadas medidas para descontaminar 23 pessoas.

Num ginásio em Tamura, na província de Fukushima, a 30 quilómetros de distância da central nuclear, cerca de 600 pessoas esperam por notícias em frente às televisões. "Todos nós queremos voltar para as cidades onde nascemos e fomos criados, mesmo que demore um ano ou três anos", comentou um homem de 51 anos à Kyodo. De momento, 5000 pessoas estão abrigadas em onze edifícios em Kawamata, na província de Fukushima, a 20 quilómetros da central.

Hoje, três províncias vizinhas de Fukushima começaram a preparar a chegada dos habitantes que estão a ser retirados da zona perto da central nuclear, avança a agência de notícias Kyodo. Na cidade de Yonezawa, Yamagata, muitos dos que estão já chegar procuram fazer testes médicos para saber a que níveis de radiação foram expostos.

A província de Yamagata está a listar os edifícios que podem ser usados como abrigos e o governo de Gunma anunciou que está preparado para receber as pessoas em 190 locais públicos.

"Estamos a tentar determinar quantas pessoas podemos receber e que locais podemos usar como abrigos", comentou um responsável do governo de Tochigi. Algumas pessoas já começaram a chegar à cidade de Nasushiobara.

Governo encerra espaço aéreo em redor da central de Fukushima

Hoje, o Ministério dos Transportes japonês ordenou o encerramento do espaço aéreo num raio de 30 quilómetros em redor da central nuclear de Fukushima, informou a agência Kyodo. A medida exclui os aviões e helicópteros envolvidos nas operações de resgate e de distribuição de ajuda nas áreas atingidas pelo sismo de sexta-feira.

O Governo acredita que esta imposição não terá impactos significativos nos voos comerciais previstos no país.

15.03.2011 - 07:33 Por Helena Geraldes, Susana Almeida Ribeiro, Isabel Gorjão Santos



Monday, 14 March 2011

FUKUSHIMA: JAPÃO PEDE AJUDA À AGÊNCIA DE ENERGIA ATÓMICA. ALEMANHA E SUIÇA SUSPENDEM PROGRAMA NUCLEAR


Na central de Fukushima já houve duas explosões (Reuters)

Organismo da ONU deverá enviar equipa de especialistas

Japão pede apoio à Agência de Energia Atómica após explosão em central nuclear

O Japão pediu à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) o envio de uma equipa de especialistas após duas explosões na central nuclear de Fukushima. Uma das explosões ocorreu esta manhã, mas as autoridades afastaram a hipótese de fugas radioactivas em larga escala.

O director-geral da AIEA, Yukiya Amano, confirmou o pedido de ajuda do Japão, que apelou ao envio de uma equipa de especialistas. “Estamos a definir os detalhes”, adiantou o responsável da agência da ONU à AFP. A ajuda já tinha sido oferecida pouco após o sismo de sexta-feira que esteve na origem de duas explosões na central de Fukushima, a cerca de 250 quilómetros de Tóquio.

Amano adiantou que não é provável que este desastre venha a ter as dimensões do maior desastre nuclear de sempre, que ocorreu em Tchernobil, na Ucrânia, em 1986. Também a agência de segurança nuclear japonesa excluiu a hipótese de um acidente semelhante ao de Tchernobil na central de Fukushima, mas a Autoridade para a Segurança Nuclear Francesa (ASN) classificou o acidente na central japonesa no nível “5 ou 6” numa escala internacional cujo máximo é 7, a partir de informações fornecidas pelas autoridades japonesas. O presidente da agência francesa, André-Claude Lacoste, adiantou à Reuters que o nível 4 “é um nível grave” e sublinhou: “Creio que estaremos perante o nível 5, ou mesmo o nível 6”.

A explosão desta manhã ocorreu no reactor 3 da central de Fukushima, dois dias após outra explosão no reactor 1. Um terceiro reactor apresenta problemas de refrigeração, ainda que as autoridades japonesas tenham considerado “improvável” uma explosão nesse reactor 2, o terceiro em perigo na central.

A agência de segurança nuclear japonesa indicou que o rebentamento se ficou a dever a uma concentração de hidrogénio e as autoridades indicaram que o núcleo do reactor continua intacto e que os níveis de radiação permanecem abaixo dos limites legais.

A empresa responsável pela central, a Tokyo Electric Power (TEPCO), adiantou ser possível a fusão do núcleo de um dos reactores da central por ter descido o nível da água que cobre o combustível nuclear e permite controlar a temperatura. Se isso acontecer, haverá uma nova explosão e será libertado material radioactivo para a atmosfera. Para evitar o sobreaquecimento do núcleo, tem sido injectada água marinha no reactor 2, adiantaram as autoridades japonesas aos responsáveis da AIEA. Para além de apoio à agência da ONU, o Japão pediu aos EUA equipamento para fornecimento de água e outros recursos que ajudem a arrefecer o reactor.

O porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, indicou que as possibilidades de fuga radioactiva após a explosão desta sexta-feira são “baixas”. Apesar disso, dezenas de milhares de pessoas já foram retiradas, nos últimos dias, da zona em volta da central nuclear. Pelo menos 22 pessoas estão a ser tratadas após exposição a radiações.

Após a explosão estavam desaparecidas sete pessoas, que entretanto já foram encontradas, relata a agência Jiji. Seis delas sofreram ferimentos.

Europa reage ao acidente nuclear

O acidente nuclear no Japão tem causado diversas reacções em todo o mundo. A chanceler alemã Angela Merkel anunciou que irá suspender por três meses os planos para alargar a vida das centrais nucleares na Alemanha. O Parlamento tinha decidido prolongar por mais 12 anos o funcionamento das 17 centrais no país, mas agora a decisão será reavaliada nas próximas semanas.

A Suíça, por outro lado, anunciou a suspensão dos projectos de renovação das suas centrais de acordo com “normas de segurança mais restritas”, adiantou a AFP. E, na Áustria, o ministro do Ambiente Nikolaus Berlakovitch, apelou à realização de “testes de resistência nas centrais nucleares de toda a Europa”, onde existem 143 reactores.

A Comissão Europeia já convocou para esta terça-feira uma reunião dos ministros de Energia da União Europeia e das autoridades nacionais para a segurança nuclear, em Bruxelas, para debater a situação no Japão.

Entretanto a Rússia anunciou que irá redireccionar cerca de seis mil megawatts de electricidade para o Japão que enfrenta problemas energéticos, declarou hoje o vice-primeiro-ministro russo Igor Setchine.O Exército Americano, que tem estado a ajudar nas operações de socorro, fez saber, porém, que mudou os seus barcos e aviões da zona, depois de um dos seus porta-aviões ter detectado níveis de radiação a cerca de 160 quilómetros da costa.

O desastre natural de sexta-feira matou centenas de pessoas e deixou milhares desaparecidos. Está em curso uma enorme operação de resgate.

Até ao momento as autoridades confirmaram 1597 mortos, mas o número final de vítimas deverá ser muito superior. O tsunami entrou até dois quilómetros pela terra dentro e, de acordo com a repórter da BBC Rachel Harvey, enviada para os locais mais afectados pela catástrofe, não parece muito provável que se venham a encontrar muitos sobreviventes.

A agência noticiosa Kyodo indicou que 2000 corpos foram hoje encontrados nas costas da região de Miyagi, mas as autoridades ainda não confirmaram este balanço.

14.03.2011 - 18:07 Por Agências, Isabel Gorjão Santos


 

MARIA VIEIRA FAZ NOVA TELENOVELA NO BRASIL E CASA

Maria Vieira: "Chorei durante a cerimónia"

14-03-2011

Maria Vieira sente-se feliz por ter oficializado a relação de 25 anos com Fernando Rocha. Emocionada com o carinho do público, a actriz prepara-se para passar dois anos no Brasil a namorar e a trabalhar novamente para a TV Globo.

– Está há 25 anos com o Fernando e decidiu casar. O que aconteceu?

– Fui novamente convidada pela TV Globo para participar numa novela, que se irá chamar ‘Um Mundo Melhor’. Quando estive no Brasil pela primeira vez percebi que, tendo eu um contrato de trabalho, posso ficar no país até o contrato terminar, mas o Fernando só podia ficar seis meses. Como desta vez vou estar lá muito tempo, porque além deste ainda tenho mais dois projectos, tínhamos de resolver esta situação. A solução era casar, e foi isso que aconteceu.

– Como se sente?

– É engraçado. A maior parte dos casais com 25 anos de relação separa-se. Nós decidimos casar. Comemorámos as bodas de prata com o casamento. Ainda por cima foi numa data muito especial para mim, porque foi no dia dos meus anos e no dia em que o meu pai faleceu [há seis anos].

– O que justificou o facto de ter decidido casar-se de um dia para o outro?

– Estamos a ter os primeiros contactos com a produção e temos de tratar de tudo muito rapidamente.

– Casou-se praticamente em segredo...

– Eu nunca quis esconder, apenas não dei muita importância. Nunca tive o sonho de casar, mas confesso que durante a cerimónia me emocionei e chorei. Foi um dia só para nós os dois. Fico feliz por ver que todos estão tão contentes.

– E a lua-de-mel?

– Estamos em lua-de-mel há 25 anos, mas o resto vai ser passado no Brasil. Todos os dias livres vão ser para passear. Temos três países que queremos visitar, mas isso vai ter de esperar.

– Quando regressa ao Brasil?

– Em princípio no final de Março.

– Como vai ser a sua personagem?

– Vou ser uma maluca promíscua. Se tudo correr bem, vão ver-me nesta novela em Janeiro.

Sofia Martins Santos


CARLOS E CAMILA VISITAM PORTUGAL DIA 28 DE MARÇO

Cavaco Silva recebe filho da rainha de Inglaterra
Príncipe Carlos vem a Portugal no dia 28

O príncipe Carlos de Inglaterra e a duquesa da Cornualha, Camilla Parker-Bowles, realizam uma visita oficial a Portugal entre os dias 28 e 30, com passagem por Lisboa, Évora, Odemira e Sintra.

Segundo uma nota da Presidência da República, logo no primeiro dia da visita oficial, o príncipe de Gales será recebido no Palácio de Belém pelo Chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva.

Ainda no dia 28, o príncipe de Gales irá efectuar uma visita à Escola Naval e ao Navio-Escola Sagres, e à noite Cavaco Silva oferecerá um banquete em honra de Carlos e Camilla no Palácio de Queluz.

No dia seguinte, o filho da rainha Isabel II irá visitar a empresa Vitacress Portugal, em Odemira, seguindo depois para Évora.

Na tarde do mesmo dia, o príncipe de Gales inaugurará ainda as obras de requalificação do jardim do Parque de Monserrate, em Sintra.

No último dia da visita oficial a Portugal, o príncipe Carlos terá um encontro com o primeiro-ministro, José Sócrates.


 

EUROVISION 2011: THE POLL - START VOTING


The upcoming running of the Eurovision Song Contest will take place at Fortuna Düsseldorf's arena, which has a maximum seating capacity of 54,400 people. Due to the required space for the stage and technical facilities, the capacity for the Eurovision Song Contest will be lower - approximately 24,000 spectators can attend each of the three live shows and some of the Dress Rehearsals.

It was built from 2002 to 2004 to replace the former Rheinstadion at the same site near the river Rhine. The structure's initial capacity of 51,500 was expanded in summer 2010 when seating areas were converted into standing terraces.

Artists that have performed at the stadium include Bon Jovi, Bruce Springsteen & The E Street Band, Coldplay, Phil Collins, Depeche Mode, Fiction Plane, Genesis, Herbert Grönemeyer, Linkin Park, Madonna, The Police, The Rolling Stones and Die Toten Hosen, among others.

How to get there?

By underground/tram:

As a rule, line U78 of the Rheinbahn local transport company travels at 5 minutes intervals to special events at the ESPRIT arena. Get off at stop 'ESPRIT arena/Messe-Nord'.

After the event, special Rheinbahn trains depart from this stop every 2.5 minutes. Travelling time between Düsseldorf main station and the arena station is approximately 15 minutes. The ticket price for many events includes public transport.

By car:

Düsseldorf is connected to the following motorways: Access from the north via A52 and A3, from the west via A44 and A57, from the south via A57 and A59. The international trade fair complex, Messe Düsseldorf, is adjacent to the arena. The arena and Messe Düsseldorf are prominently signposted all over town. Since our address 'Arena-Straße' is relatively new and may not yet be recognized by all navigation systems, it's recommended to enter 'Flughafen Düsseldorf' (Düsseldorf airport). From motorway A44, take exit AS 29 Messe-Nord/Stadion or Messe-Nord/Arena, which leads directly to the arena.

Connection to airport:

Düsseldorf International Airport (170 destinations worldwide) is only 3 km away. Depending on the traffic situation, the taxi ride from there to the arena takes approximately 10-15 minutes and costs around 10 Euro.


MONTEIRO DE BARROS DEFENDE CONSTRUÇÃO DE CENTRAL NUCLEAR


Monteiro de Barros defende construção de central

22 FEV 06

Patrick Monteiro de Barros vai reiterar, num debate sobre energia nuclear, a necessidade de uma central nuclear em Portugal. A Ordem dos Engenheiros não vai tomar posição, ao passo que os ambientalistas continuam a dizer que são contra a ideia.

Patrick Monteiro de Barros defende que Portugal precisa de energia barata
Patrick Monteiro de Barros diz que a resposta do Governo foi uma «espécie de nim»
Fernando Santo entende que a energia nuclear não pode ficar fora da discussão
Fernando Santo considera que a Quercus nunca está a favor de nenhum projecto
Hélder Spínola explica que a opção deve ser a favor das energias renováveis

Patrick Monteiro de Barros vai reiterar a sua defesa da necessidade de produção de energia nuclear em Portugal no debate desta quarta-feira sobre este tema promovido pela Ordem dos Engenheiros.

«Nós precisamos de energia barata, portanto a opção que temos é como vamos produzir essa electricidade. O nuclear produz energia mais barata, mais segura e mais limpa. Então, o que há contra?», questionou o empresário em declarações à TSF.

Este empresário, que diz não ser contra as energias renováveis e que lembrou que o «grau de desenvolvimento social de um país mede-se no consumo de energia por habitante», explicou que a resposta do Governo à sua proposta de construir uma central nuclear em Portugal foi uma «espécie de nim».

«Há algum interesse, pode haver interesse, mas não está no programa desta legislatura e ficou por aí. Mas nós continuamos a fazer o nosso trabalho», acrescentou Monteiro de Barros, que entende que o Governo terá de tomar uma posição sobre o assunto até ao final de 2007.

O empresário recordou que é preciso cumprir os compromisso relativos ao protocolo de Quioto em 2012 e que para um projecto de construção de uma central nuclear será necessário investir cerca de cinco anos.

Sobre o perigo de uma central nuclear, Patrick Monteiro de Barros recordou que este já existe, tendo em conta as infra-estruturas do género construídas por Espanha em cima da fronteira com Portugal.

«Se há um risco nuclear, o que para mim é ínfimo, Portugal já o corre porque temos centrais nucleares espanholas em cima da nossa fronteira e do Tejo. Se há risco já o temos», frisou.

Por seu turno, o bastonário da Ordem dos Engenheiros não se pronuncia a favor nem contra a ideia de Monteiro de Barros, preferindo que se debata um assunto que «não pode ficar de fora e que parece ser tabu».

«Parte-se do princípio que as pessoas são contra mas não se discute, não se sabe e não se divulga o estado actual, quantas centrais há a nível europeu, quais os países que estão a favor ou contra e porque estão contra», disse Fernando Santo à TSF.

Esta foi a razão porque a Ordem trouxe a Portugal vários especialistas estrangeiros para discutirem esta matéria, uns contra outros a favor da energia nuclear. «A Ordem não quer com isto tomar uma posição a favor ou contra, não tem que o fazer, tem de dar o contributo sobre este tema», concluiu.

Fernando Santo aproveitou ainda para criticar a posição dos ambientalistas, sobre os quais disse que ficaria «surpreendido se apoiassem qualquer medida, porque não há qualquer projecto em Portugal, seja qualquer for, em que não tenhamos essa organização contra».

Já a Quercus, que não foi convidada para este debate, reiterou que é preciso sim investir nas «energias alternativas e na eficiência energética, porque são essas duas apostas que nos podem tornar menos dependentes do exterior e tornar a nossa economia mais eficiente e rica».

«Não nos serve de muito entrar em contraciclo na energia nuclear e com isso estar a tomar decisões que comprometem fortemente o futuro», acrescentou Hélder Spínola à TSF.

Tal como os ambientalistas, nenhum membro do Governo estará presente no debate que se realiza esta quarta-feira à tarde na antiga FIL


MONTEIRO DE BARROS NOS EUA

Empresário

Patrick Monteiro de Barros entra nos EUA

Ana Maria Gonçalves
20/02/10 00:05


O empresário Patrick Monteiro de Barros é um dos accionistas de referência da Petroplus, o grupo refinador com sede na Suíça.

A Petroplus, o maior grupo refinador independente europeu, está a negociar a compra de uma refinaria no Estado de Filadélfia.

A Petroplus, o maior grupo refinador independente europeu que tem entre os seus accionistas de referência o empresário português Patrick Monteiro de Barros, está a um passo de concretizar um objectivo há muito traçado: a entrada no mercado norte-americano.

Do outro lado da mesa das negociações encontra-se a Valero Energy Corporation que procura comprador para a refinaria do Estado de Filadélfia, em Delaware City.

A concretizar-se, esta transacção garantirá à Petroplus a maior unidade em termos de capacidade de produção- qualquer coisa como 210 mil barris diários, cerca de um terço do volume total das seis refinarias que o grupo possui actualmente em França, Reino Unido, Alemanha, Bélgica e Suíça.

Patrick Monteiro de Barros justifica o interesse pelos EUA num punhado de palavras. Em declarações ao Diário Económico afirma que o mercado norte-americano se encontra em profunda mutação. "Vai haver consolidação e algumas refinarias irão fechar", alerta. Por isso, "esta é uma boa oportunidade para adquirir um activo que se integra na nossa estratégia, a necessitar apenas de algum investimento".



PATRICK MONTEIRO DE BARROS

At the helm of success - The business of being Patrick Barros

Born in France to a French mother and Portuguese father, Patrick Monteiro de Barros spent his childhood and adolescence in Portugal, where he attended the Colégio Francês. He earned his degree in economics and business management in France.

He speaks fluent French, Italian, German, English, and Spanish. Taught by tutors and governesses he soon learnt to stand on his own two feet. He was 18 when his father Arnaldo Monteiro died. From that moment he took over the family’s finances, or to be exact, the Monteiro de Barros Foundation, without giving up his studies. This was the start of an impressive business career, taking him to the height of the Portuguese and international financial sector.

Patrick Monteiro de Barros is one of Portugal’s richest men. At 59 this sailing fanatic and sportsman has circumnavigated the world twice in his magnificent yacht Seljm, has competed in various Olympic sailing campaigns, and can boast a fistful of surprising and daring business ventures that have led him to the financial status he enjoys today. After many years of hard work, taking him to the four corners of the globe, today he’s more likely to be found in any marina that can harbour his yacht.

Born an only child into a wealthy family – his father was involved in mining, property and farming (the “attachment and liking for land” never left him) and became Portugal’s main exporter of wolfram – Patrick Monteiro Barros led a privileged existence. Incalculable sums of money have passed through his hands. But nonetheless he never became a spendthrift or any less careful with his pennies. In Petrogal it is said he would analyse the company’s expenses in minute detail, demanding justification for every penny. Patrick Barros isn’t just any businessman. His main business partners are quick to recognise his charisma and individuality. “In business matters he is very hardnosed”, but also “direct”, “straight and loyal”, they say. Placed amongst the top six richest men in Portugal, Barros is a major shareholder in Portugal Telecom and in the Grupo Espírito Santo. He owns many farms and cattle ranches in the US, a trade that “was always a family passion and tradition”, and which today is turning into yet another major concern: producing maize, Soya beans, cotton and peanuts, as well as thousands of heads of “limousin” cattle bred on his vast pastures. His “headquarters” are in Virginia however – a listed building designed by Thomas Jefferson with which he felt an “immediate familiarity” – and here he spends much of the year with his family. “I’ve always been lucky, and even the purchase of this house was a lucky coincidence, as it happened at a very special moment in my life.”

After many years travelling the world on business he now divides his time between the US, London, where his business has its head office, and Portugal, where he insists on spending three months a year in his house in Cascais. “I was born in France, but Cascais is my home,” he says. He spends the rest of his time, at least 10 weeks a year, on his yacht Selym. Sailing and the sea are his great passion. The secret of so much success, he stresses, is organisation and time management… and of course knowing when to delegate. At this point he absolutely insists on mentioning that he owes the life that he has and wants to a team of handpicked staff, who are paid their weight in gold and whom he can trust entirely to run his businesses.

But it wasn’t always like that. After the death of his father and the completion of his studies he returned to Portugal where he then fell out with his family and stepped back, delegating any decisions relating to the Foundation to two executives. It was at this time that Manuel Bullosa, or the “Master”, as he is often referred to, crossed Patrick’s path and invited him to join Sonap, currently Portugal’s second largest oil distributor and refiner. “A man like you could start straight off as a director, but if you want to fully understand this business you need to know your way around the place first,” Manuel Bullosa told him. Despite his wealthy background he rolled up his sleeves and accepted the challenge. From refuelling ships and driving lorries to dealing with very difficult clients, he worked in every sector of Bullosa’s company and 18 months later he already held the important post of director of supplies. At 27 he was in charge of operations of Sonap in Portugal. “There was a revolution in Portugal at this time,” Patrick recalls, while recognising just how much he learnt from Bullosa. “He was a very special man, from whom I learnt a great deal and through whom I made many international contacts.” Tom O’Malley from Philipp Brothers was one such major player from the American oil industry he chanced to meet. When Portugal’s revolution took place in April 1974 and Patrick was trying to create his own foundation, all of his assets became national property. Soon afterwards, on March 12 1975, he was obliged to flee for France after revolutionaries ordered his capture. But he didn’t waste any time and immediately took charge of one of Manuel Bullosa’s banks in Paris but not before he had managed to bring this Portuguese entrepreneur’s refinery in Mozambique under control (and that in a period dogged by instability, the colonial war and decolonisation). Thanks to his excellent relationship with his workers they never once put down tools to flee for Portugal as happened in the overwhelming majority of cases and under the transition government of Joaquim Chissano. In Paris Patrick soon realised that he had no inclination for banking. Once again opportunity knocked, just at the right moment, and he was invited by Tom O’Malley to work for Philipp Brothers in New York. With Bullosa’s blessing, he packed his bags and left with his family for the States at the end of 1975. “These were difficult times, the most difficult of my life,” Barros reveals with reference to the period between 1974 and 1976. Even in the earliest days of his new life in America “we always had food on the table. But we did live in very difficult circumstances.” It didn’t take long however before things took a considerable turn for the better and in just three years he had made millions as a crude and refined oil trader. At the same time he became head of Philipp Brothers overseas, causing him to split his life between three places: Africa, Latin America and the Middle East, where he made important contacts. With his sure-fire business sense Patrick Barros was soon made number two in the company. In the mid 1980s, following the purchase of Salomon Brothers, Patrick locked horns with the owner of Salomon Brothers and ended up leaving the company. Two years later Tom O’Malley also left the oil company, and offered to go into business with Patrick. Following a few false starts they founded Argus, with which they moved away from trading, which demanded a complicated financial basis, drastically reduced their purchase and sale of refined oil goods, and invested in refining and distribution instead of trading. Their big break came when they bought Tosco, a refinery on the verge of bankruptcy, from which they created an impressive network of refineries. In 1999 it became the second largest independent oil refining company in the US and the third largest distributor “with a piddling nine thousand petrol stations,” he says smiling. Before this, in 1990, he built up a considerable position in the Grupo Espírito Santo, which he would later reduce, and managed to survive the “Petrogal case” which he considers “the most stressful experience of my life”. After ten years on the board of Petrocontrol, the holding representing Portuguese shareholders, he confronted and lost the company’s privatisation battle, already in its final stages. “Every white hair on my head stands for one hour of Petrogal.” The ins and outs of this deal, which would prove his greatest investment ever, financially and emotionally, and which he describes as a “profound disappointment” for the role played by the Portuguese government in ignoring Portuguese investors in favour of Italian concern ENI, will remain in the annals of economic history forever. But despite everything, Patrick still sees the final outcome as “reasonable”. From that moment on he ploughed all his energies into Tosca. Their empire grew and grew until the moment they took the major leap forward into the commercial sector through Philipps Petrolium, to whom, when faced with an offer they could not refuse, they ended up selling Tosca.

Business deals and investments are more than just a way of life for Patrick. They are a passion, an innate quality, a natural talent. But throughout all these upheavals and emotional swings and roundabouts, Patrick still found time to dedicate himself to sport and namely sailing and regattas. Up until 1992 he took part in several Olympic Games and is still one of the leading figures in his sport. “If I’m asked what I consider my greatest professional triumph I reply that is the fact that I am seen as a leading figure in the sailing world, as a serious contender and not just a tourist.” This includes everything he has done for sailing, not only in Portugal, but for the whole world. He shouldered the entire burden of putting Portugal forward for the ultimately unsuccessful America’s Cup bid, but nonetheless he never gave up. He is already organising the sailing trials for the 2008 Olympics.

In August he succeeded in securing Cascais as the venue for the 2007 world sailing championships, in every Olympic class. This event will bring together no less than 1,200 vessels and will act as a trial for selection of teams for the 2008 Olympics.

“Cascais is one of the best regatta sites in the world. The top specialists say so.” And in this very spot, where he learnt practically all he knows about the art of sailing, he is planning to give the country its largest sailing club. “All I want in return is that the whole country takes advantage of it and backs it with a stronger and superior investment in tourism. The time has come.”

Text Ana Musico
Photo Paulo Barata


At the helm of success - O empresário que ganhou as graças do mar

Nasceu em França, a sua mãe é francesa, mas passou a infância e a adolescência em Portugal, onde estudou no Colégio Francês. No entanto, foi em França que se licenciou em Economia e em Administração de Empresas.

Fala fluentemente francês, italiano, alemão, inglês e espanhol. Educado por tutoras e governantas, desde muito cedo que se tornou autónomo. Tinha dezoito anos quando o seu pai, Arnaldo Monteiro morreu. A partir deste momento toma conta dos negócios família, nomeadamente da Fundação Monteiro de Barros, sem deixar os estudos. E começa aqui a que tem sido uma emocionante carreira empresarial, que o levou a lugares de topo na alta finança nacional e internacional.

Patrick Monteiro de Barros, um dos homens mais ricos de Portugal, 59 anos, amante do mar e do desporto, duas voltas ao mundo por etapas no seu magnífico iate Seljm, várias campanhas olímpicas na vela, e um punhado de negócios surpreendentes e arriscados, que lhe granjearam o estatuto financeiro que tem hoje. Depois de muitos anos de trabalho duro em quase todos os pontos do planeta, hoje será mais fácil encontrá-lo onde haja uma marina para aportar a sua embarcação.

Filho único, oriundo de uma família abastada – o pai foi empresário nos sectores mineiro, imobiliário e agrícola (o “apego e o gosto pela terra” não se perderam), e tornou-se o principal exportador português de volfrâmio – Patrick Monteiro Barros teve uma vida privilegiada. Pelas mãos passaram-lhe muitos milhões, mas nem por isso se tornou um homem esbanjador ou menos atento aos “trocos”. Diz-se que na Petrogal analisava parcela por parcela os gastos da empresa, exigindo o justificativo de cada tostão. Patrick Barros não é apenas ‘um’ empresário. O seu carisma e perfil peculiar são reconhecidos pelos seus principais parceiros de negócios. “Quando entra num negócio é bastante duro”, mas também “frontal”, “transparente e amigo do seu amigo”, dizem. Posicionado entre os seis homens mais ricos de Portugal, é accionista da PT e do Grupo Espírito Santo, tem várias fazendas de pasto e exploração agropecuária nos EUA, uma actividade que “foi sempre uma paixão e uma tradição familiar” e que ganha hoje os contornos de mais um grande negócio: produz milho, soja, algodão e amendoim, para além das milhares de cabeças de gado da raça ‘limousin’, que cria nas suas vastas pastagens. Mas é na Virgínia que tem o seu “quartel general” – uma casa desenhada pela mão de Thomas Jefferson, património nacional e em relação à qual sentiu uma “familiaridade imediata” - e onde passa boa parte do ano com a família. “Sempre tive alguma sorte, e até a compra daquela casa foi uma coincidência muito feliz, porque aconteceu num momento muito especial da minha vida”.

Depois de ter viajado em negócios pelo mundo inteiro, actualmente vive entre os EUA, Londres, onde tem a sede do seu grupo, e Portugal, onde faz questão de viver três meses por ano na sua casa em Cascais. “Nasci em França, mas Cascais é a minha terra”. O resto do tempo, pelo menos durante dois meses e meio, anda no mar alto, a navegar no Selim. O mar, a vela, são a sua grande paixão. O segredo para tanto sucesso, sublinha, é a organização e a gestão do tempo. E saber delegar, claro. Aliás, faz toda a questão de referir que tem a vida que tem, que quer, graças às equipas escolhidas a dedo, pagas a peso de ouro, mas nas quais deposita toda a confiança para gerirem os seus negócios do dia-a-dia.

Mas nem sempre foi assim. Após a morte do pai e depois de ter concluído os seus cursos, regressou a Portugal onde acabaria por se incompatibilizar com a família e afastar-se, delegando as decisões relativas à Fundação em dois executivos. Foi nesta altura que Manuel Bullosa, ou o “mestre”, como tantas vezes se lhe refere, se cruzou no seu caminho e convida-o a ingressar na Sonap, a segunda maior distribuidora e refinadora de então. “Um homem como tu pode ir directamente para um cargo de director, mas se queres dominar este negócio, tens que conhecer os cantos à casa”, disse-lhe Manuel Bullosa. O facto de ser de famílias bastadas não o deteve. Aceitou o desafio e arregaçou as mangas. Desde os abastecimentos dos navios, a guiar camiões, até ao posto de comercial dos casos difíceis, passou por todos os sectores da empresa de Bullosa e um ano e meio depois já ocupava o importante cargo de director de abastecimentos. Aos 28 anos de idade era nomeado administrador delegado da Sonap. “Naquela altura foi uma revolução em Portugal” recorda Patrick, ao mesmo tempo que reconhece o muito que aprendeu com Bullosa. “Foi um homem muito especial com quem aprendi muito e através de quem fiz muitos contactos internacionais”. Entre essas grandes figuras do meio petrolífero americano, conheceu Tom O’Malley, da Philipp Brothers. Quando se dá o 25 de Abril (1974), Patrick vê todos os bens da Fundação Monteiro de Barros em Portugal serem nacionalizados. E logo depois, a 12 de Março de 1975, é obrigado a fugir para França, na sequência de um mandato de captura emitido pelos revolucionários. Mas não perde tempo, e assume de imediato o cargo de administrador num dos bancos de Manuel Bullosa, em Paris. Mas antes, já conseguira controlar a refinaria deste empresário português em Moçambique num período tão conturbado, com a guerra colonial e a descolonização como pano de fundo. Tudo através da boa relação que conseguiu manter com os trabalhadores, que nunca abandonaram o trabalho para fugir para Portugal, como sucedeu na esmagadora maioria dos casos, e com o Governo de transição de Joaquim Chissano. Mas depressa se deu conta de que “não tinha vocação para bancário”. Foi então que, de novo, na hora certa, surge o convite de Tom O’Malley para trabalhar na Philipp Brothers, em Nova Iorque. Com o acordo de Bullosa, faz as malas e parte com a família para os EUA, em finais de 1975.

“Foram anos muito difíceis, os mais difíceis da minha vida”, entre 1974 e 1976. Mesmo durante os primeiros tempos na América. “Nunca nos faltou o pão na mesa, mas vivíamos em condições muito complicadas”. Mas não tardou muito para que as coisas começassem a melhorar substancialmente e em apenas três anos, como trader de crude e refinados, faz-se multimilionário. Para além disso, torna-se o responsável internacional da Philipp Brothers, o que o leva a viver entre três eixos: África, América Latina e o Médio Oriente, onde estabeleceu contactos importantes. A sua intuição para os negócios parece infalível e dentro em breve Patrick Barros seria o número dois da empresa, numa escalada quase vertiginosa, mas feita a pulso. Em meados dos anos 80, na sequência da compra da Salomon Brothers, Patrick entra em rota de colisão com o patrão da SB, e a acaba por se afastar. Dois anos depois, Tom O’Malley também abandona a trading americana, e propõe-lhe uma sociedade. Depois de algumas tentativas de negócio menos felizes, criam a Argus, com a qual subvertem a lógica trading, que exigia uma estrutura financeira muito pesada, ao decidirem reduzir drasticamente a compra e venda de refinados e apostam na refinação e distribuição em vez do trading. Mas o grande salto só seria dado quando adquirem a Tosco, uma refinaria à beira da falência, a partir da qual criam uma autêntica rede de refinarias. Em 1999 tornam-se o segundo maior refinador independente dos EUA e o terceiro maior distribuidor “com a bagatela de 9 mil postos de gasolina”, diz a sorrir. Mas antes, em 90, adquire uma posição substancial no Grupo Espírito Santo, que reduziria mais tarde, e sobrevive ao “dossier Petrogal”, que considera “o mais desgastante de sempre”. Depois de dez anos no conselho de administração da Petrocontrol, holding que agrupava os accionistas portugueses, enfrenta, e perde, o processo de privatização da empresa já na sua fase final. “Cada cabelo branco que tenho hoje, representa uma hora de Petrogal”. Os meandros deste negócio, que terá sido o seu maior investimento de sempre, financeiro e emocional, e também uma “profunda desilusão” pelo papel desempenhado pelo governo português que preteriu os investidores portugueses a favor dos italianos da ENI, ficarão para os anais da história da economia. Apesar de tudo Patrick considera o balanço “razoável”. A partir desse momento concentra-se na Tosca. O império não pára de crescer, até ao momento em que dão o grande salto para a área da exploração comercial através da Philipps Petrolium, a quem, perante uma proposta irrecusável, acabariam por vender a Tosca.

Os negócios e os investimentos são mais do que um modo de vida: são uma paixão, é uma natureza inata, uma vocação natural. Mas entre todos estes tumultos e emoções, Patrick ainda se dedicou de corpo e alma ao desporto, nomeadamente à vela e às regatas. Fez várias campanhas olímpicas, até 1992, e ainda hoje é um dos representantes máximos na modalidade. “Se me perguntar qual foi a minha maior conquista profissional, respondo-lhe que é o facto de ser considerado pelas figuras de topo mundial da vela, como um concorrente sério, e não um mero turista”. Isso, e tudo o que tem feito pela vela, não só em Portugal, mas pelo mundo inteiro. A América’s Cup, cuja candidatura portuguesa foi da sua quase exclusiva responsabilidade ficou para Valência, mas nem por isso Patrick desiste. É ele que está já a organizar as provas de selecção de vela para os Jogos Olímpicos de 2008.

Em Agosto conseguiu para Cascais a organização em 2007 dos campeonatos do mundo em todas as classes olímpicas. Esta prova reunirá nada menos que 1200 embarcações e servirá de prova de selecção para os Jogos Olímpicos de 2008.

“Cascais é um dos melhores campos de regata do mundo. Quem o diz são os maiores especialistas”.. E é aqui, onde praticamente aprendeu tudo o que sabe sobre a arte de velejar, que tenciona deixar o maior clube de vela do país. “Em troca, só queria que todo o pais aproveitasse e soubesse lançar-se atrás, com uma aposta turística mais forte, de melhor qualidade. Está na hora”, remata.

Text Ana Musico

Photo Paulo Barata