Tuesday, 6 March 2012

DANIEL RADCLIFFE



De feiticeiro a advogado. Daniel Radcliffe a fugir à síndrome de Peter Pan

Por Pedro Rodrigues, publicado em 6 Mar 2012 

Na Terra do Nunca do cinema não faltam actores que lutam a vida inteira contra o estigma de uma personagem marcante ou uma aparência demasiado jovem. Acompanhe o percurso de Daniel Radcliffe, o “baby face” do cinema britânico, para bem longe da figura de Harry Potter

O jovem “David Copperfield”

Daniel era uma criança disléxica, obsessivo-compulsivo e com mau aproveitamento escolar. Devido à forte paixão pelo cinema, a mãe deixou-o participar nas audições para um telefilme da BBC para reforçar o seu amor-próprio. A figura carinhosa do miúdo de Fulham deixou toda a gente convencida, tendo garantido a participação na adaptação do clássico de Charles Dickens.

Uma década de Harry Potter

Passados dez anos e oito filmes depois, ainda nos lembramos muito bem do momento em que foi anunciada a adaptação do primeiro livro da saga Harry Potter, e os olhos do mundo fixaram-se no desconhecido Daniel Radcliffe, o rapaz de 11 anos que se afigurava perfeito para dar vida ao pequeno mágico. A personagem foi tão marcante que ainda hoje é difícil não estranhar a ausência da cicatriz na testa do actor.

O eterno rapazinho

No mesmo ano em que mais uma adaptação da saga Harry Potter saía para as salas de cinema, Radcliffe continuou a sua própria demanda pelo reconhecimento artístico, longe da figura do feiticeiro desleixado. A oportunidade surgiu com “December Boys”, cinema independente directo da Oceânia que se afigurou uma bela oportunidade para testar outras praias e crescer na sétima arte.

Pelos faciais e entrada para a tropa

Em 2007 chegou a passagem para a vida adulta e com ela os primeiros passos seguros na direcção contrária a Hogwarts. Com apenas 18 anos, Radcliffe teve o ano mais intenso da carreira, que começou com a rodagem de “My Boy Jack”, uma grande produção da televisão britânica. Apesar de Daniel se mostrar sólido no comando de um pelotão na aurora da Primeira Guerra Mundial, o bigode não convenceu.

A chegada aos palcos

Apesar de muitos críticos se mostrarem cépticos em relação a Daniel, o jovem actor surpreendeu tudo e todos com a estreia da peça “Equus”, na West End londrina, e mais tarde na Broadway. Primeiro surgiu a polémica por aparecer nu em palco, mas com a interpretação exemplar de Alan Strang, um jovem perturbado com um fascínio especial por cavalos, Radcliffe conquistou os media.

Na Broadway

Diz-se que a um actor completo não chega a arte de declamar textos. Entre coreografias, expressões faciais e muita cantoria, Daniel Radcliffe provou estar em forma e preparado para todo o tipo de desafios com a sua segunda passagem pela Broadway nova-iorquina. Assim o fez ao retratar a exemplar escalada no mundo empresarial em “How to Succeed in Business Without Really Trying”, um musical colorido e mundano, bem longe da sombria Azkaban.

De volta ao cinema

Derrotado Voldemort e de regresso ao mundo dos muggles, “A Mulher de Negro” afigura-se como a grande aposta para vingar na sétima arte. Ao mesmo tempo filme de terror e de época, nele Daniel dá vida a um jovem advogado envolvido numa história de fantasmas. Será que a barba por fazer vai convencer? Pelo menos depois da confissão de alcoolismo já parte com vantagem, por apresentar mazelas de adulto e ter superado todas as etapas dos AA.

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