Tuesday, 5 June 2012

RENATO PODE SER JULGADO EM JULHO


CASO CARLOS CASTRO

Juiz-chefe decide se Renato Seabra é julgado em Julho

O juiz-chefe do Tribunal de Nova Iorque vai decidir se o julgamento do jovem português Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista social Carlos Castro, terá lugar já no próximo mês ou apenas depois das férias judiciais.

A procuradora do caso, Maxine Rosenthal, faltou à audiência de hoje em tribunal, por estar noutro julgamento, e a sua representante comunicou ao juiz Charles Solomon que, antes de poder dedicar-se ao caso de Renato Seabra, terá ainda outro a chegar a julgamento, que terá precedência.

Fixando como objetivo que o julgamento de Seabra seja em julho, o juiz remeteu para o juiz-chefe Michael Obus a decisão sobre qual dos dois casos em que a procuradora está envolvida tem prioridade.

"A minha preferência é ter este julgamento primeiro. Mas não posso discutir com os meus colegas sobre advogados", afirmou o juiz Solomon, justificando a decisão de submeter a questão ao juiz-chefe.

A procuradoria afirma que é possível que o julgamento tenha lugar em julho, mas alerta que, mesmo que o julgamento em que Rosenthal está agora envolvida termine nas próximas duas semanas, a procuradora ainda irá precisar de algum tempo para se preparar para o de Seabra, impedindo o agendamento antes das férias do juiz Solomon.

Em anteriores audiências do caso, Solomon tinha apontado Abril ou Maio como horizonte para arranque do julgamento.

A demora na entrega de elementos e no arranque do julgamento motivou acesas discussões na sala de audiências entre defesa e acusação, levando o juiz a declarar-se "frustrado" com o andamento lento do processo.

Após a audiência de hoje, o advogado de Seabra dizia acreditar que o julgamento só acontecerá depois do verão.

"A procuradora tem muitos casos, tem de ir onde os juízes a mandam, por isso vamos perante o juiz-chefe e ele vai dizer-nos o que fazer", afirmou Touger.

Segundo o advogado, que vem dizendo há meses estar preparado para o julgamento, não é raro que o suspeito de um homicídio fique mais de um ano à espera, como acontece com Seabra, acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque.

O caso remonta a 07 de janeiro de 2011, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilhara com Renato Seabra, em Manhattan.

O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.

O jovem português foi recentemente transferido de uma camarata para uma cela individual, dado o longo período - cerca de um ano - que chegou à prisão.

A defesa sustenta que o jovem deve ser considerado "não culpado por razões de doença ou distúrbio mental", e mostra-se confiante de que esta tese vai prevalecer perante um júri, quando o julgamento arrancar, escudando-se em relatórios psiquiátricos.

Todos os elementos pedidos à acusação já estão na posse de Touger, incluindo os testes realizados pelo psiquiatra que concluiu que Seabra estava na posse das suas faculdades mentais no momento do crime, contrariando a tese da defesa.

O advogado de defesa recebeu da procuradora um disco externo com horas de imagens de Seabra e Castro, em vários pontos do hotel onde ficaram - lobby, elevador, receção e até no restaurante.

Também nas mãos da defesa estão já os testes de ADN do quarto de hotel, que vão servir para determinar a quem pertencem amostras de sangue recolhidas no local do crime.

O julgamento deverá durar entre 2 e 3 semanas, um período mais longo do que é habitual.

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