Saturday, 31 December 2011

GÉRARD DEPARDIEU VAI SER STRAUSS-KAHN NO CINEMA




Confirmação dada pelo realizador Abel Ferrara

O actor Gerard Depardieu deverá vestir a pele de Dominique Straus-Khan no filme do cineasta Abel Ferrara sobre o escândalo que afastou o director do Fundo Monetário Internacional do cargo e da corrida à presidência francesa. Isabelle Adjani poderá interpretar o papel da mulher de DSK no filme.

O realizador confirmou esta informação à agência de notícias Ansa, durante o festival de cinema Capri-Hollywood, no sul de Itália.

Abel Ferrara confessou ter ficado interessado pela história sobretudo por causa da esposa de DSK, a jornalista Anne Sinclair, que ficou a seu lado quando este foi acusado de tentativa de violação de uma camareira de um hotel de Nova Iorque. O ex-director do FMI negou sempre as acusações, mas o processo foi travado apenas por causa de contradições da alegada vítima.

Sunday, 25 December 2011

CHRISTMAS MIRACLE

Coma patient wakes up, speaks after nearly being taken off life support following crash



PHOENIX — It will be a special Christmas for the family of a 21-year-old University of Arizona student who was nearly taken off life support before awaking from a coma.
Sam Schmid was walking and speaking Friday at a Phoenix hospital. Dressed in a T-shirt, shorts and sneakers, he was able to use a walker and talk in brief sentences.

  • ( The Arizona Republic, Deirder Hamil / Associated Press ) - Dr. Robert Spetzler, right, talks about Sam Schmid’s brain injury during a news conference at Barrow Neurological Institute in Phoenix on Friday, Dec. 23, 2011. Schmid, an Arizona college student believed to be brain dead and poised to be an organ donor, miraculously recovered just hours before doctors were considering taking him off life support. Schmid was critically wounded in an Oct. 19 five-car accident in Tucson.
  • ( The Arizona Republic, Deirder Hamil / Associated Press ) - Dr. Robert Spetzler, right, talks about Sam Schmid’s brain injury during a news conference at Barrow Neurological Institute in Phoenix on Friday, Dec. 23, 2011. Schmid, an Arizona college student believed to be brain dead and poised to be an organ donor, miraculously recovered on Oct. 24 just hours before doctors were considering taking him off life support. Schmid was critically wounded in an Oct. 19 five-car accident in Tucson.
  • ( The Arizona Republic, Deirder Hamil / Associated Press ) - Sam Schmid listens as Dr. Robert Spetzler, unseen, talks about Schmid’s brain injury during a news conference at Barrow Neurological Institute in Phoenix on Friday, Dec. 23, 2011. Schmid, an Arizona college student believed to be brain dead and poised to be an organ donor, miraculously recovered just hours before doctors were considering taking him off life support. Schmid was critically wounded in an Oct. 19 five-car accident in Tucson.
( The Arizona Republic, Deirder Hamil / Associated Press ) - Sam Schmid listens as Dr. Robert Spetzler, unseen, talks about Schmid’s brain injury during a news conference at Barrow Neurological Institute in Phoenix on Friday, Dec. 23, 2011. Schmid, an Arizona college student believed to be brain dead and poised to be an organ donor, miraculously recovered just hours before doctors were considering taking him off life support. Schmid was critically wounded in an Oct. 19 five-car accident in Tucson.


“Right now, I’m feeling all right ... except for the rehabilitation, I’m feeling pretty good,” Schmid said.
Doctors at Barrow Neurological Institute say Schmid has a long recovery ahead of him to regain full speech, balance and memory abilities.
Schmid was involved in an Oct. 19 car crash in Tucson that left him with a brain aneurysm, among other life-threatening injuries. Because of the complexity of his brain injury, Schmid was flown to Phoenix.
He underwent surgery performed by Dr. Robert Spetzler. With no responsive signs, staff discussed taking Schmid off life support.
“They never approached me to say would I donate his organs,” said Susan Regan, Schmid’s mother. “The people that were surrounding us were just asking about Sam, his quality of life, what would Sam want if we had to come to a difficult decision.
Spetzler said Schmid was never officially classified as a potential organ donor. And after an MRI scan showed he wasn’t at a point of no hope of survival, Spetzler recommended keeping him alive for one more week.
Then on Oct. 24, Schmid shocked doctors by following commands to hold up two fingers.
“It may not seem like a lot to you,” Spetzler said. “It’s an incredible loop to show brain ability. That was like fireworks going off.”
Since then, Schmid has been spending his days in physical rehabilitation. Dr. Christina Kwasnica, who is overseeing Schmid’s rehabilitation, said he has gone from practicing sitting in a chair to doing rehab three hours a day. She described his recovery so far as amazing but hesitated to make any predictions of what “normal” would be for him.
“It’s so early in Sam’s injury. We have no idea where the ceiling is,” Kwasnica said.
While he will be able to spend Christmas day with family in Phoenix, Schmid will not officially be released until next week. His brother, John, based in Tucson, will relocate to Phoenix so Schmid can continue rehabilitation on an out-patient basis.
Schmid, who is a business major and was coaching basketball at a University of Arizona recreation center, is holding onto the belief that he can get back to what his life was like before the accident.
“I see myself leaving the house, going to school, work, basic things like that,” Schmid said. “I just want my life to be what it used to be.”
Copyright 2011 The Associated Press. All rights reserved. This material may not be published, broadcast, rewritten or redistributed.

MILAGRE DE NATAL

Sam Schmid tinha sofrido um grave acidente de automóvel

Norte-americano de 21 anos recupera do coma a poucas horas de desligarem a máquina

24.12.2011 - 17:27 Por PÚBLICO


Imagem de Sam Schmid transmitida pela ABC News 

Sam Schmid estavava em coma desde Outubro, os médicos já se preparavam para desligar a máquina, estava a pensar-se na doação de órgãos. Até que despertou. “Ninguém me poderia dar melhor presente de Natal”, diz a mãe.

A máquina que ligava Sam Schmid à vida seria desligada dali a poucas horas, a esperança esvanecera, confirmam os médicos. Mas sem que se consiga explicar porquê, o rapaz de 21 anos, estudante de Gestão na Universidade do Arizona, EUA, despertou. E já deu uma conferência de imprensa em que os jornalistas puderam vê-lo a caminhar. Para ele “é um milagre”, para o neurocirurgião que o acompanhou, Robert Spetzler, “uma recuperação absolutamente notável”.

Foi a 19 de Outubro que Sam Schmid foi parar a uma cama do Instituto Neurológico Barrow, do Centro Médico St. Joseph, no Arizona. Um acidente de carro deixou-o em coma, dois meses depois os médicos declararam morte cerebral, entre os familiares já se debatia a questão da doação de órgãos.

Mas este Natal viria a ganhar um significado especial para esta família. “Ninguém me podia dar melhor presente do que este”, disse aos jornalistas a mãe, Regan Schmid.

Com a ajuda de um andarilho e de um fisioterapeuta, Sam já consegue caminhar e falar. Pausadamente, com a confusão própria de quem enfrenta perguntas de jornalistas após dois meses de ausência. E mal se lembra do acidente.

Durante o período em que esteve em coma foi submetido a uma cirurgia devido a um aneurisma, sofreu uma hemorragia e um derrame cerebral e deixou de responder a estímulos.

“Agora sinto-me bem”, diz, citado pelo Washington Post. “Vejo-me a sair de casa, a ir para a universidade, a trabalhar, coisas assim”, adianta. “Quero que a minha vida seja como sempre foi”.

Schmid já poderá passar o Natal em casa, mas pela frente tem ainda um longo trabalho de reabilitação. Os médicos acreditam na possibilidade de uma recuperação completa.

http://www.publico.pt/Mundo/norteamericano-de-21-anos-recupera-do-coma-a-poucas-horas-de-desligarem-a-maquina-1526391


A ORDEM CRIMINOSA DO MUNDO - DOCUMENTÁRIO DA TVE

Friday, 23 December 2011

NATAL DOS MAIS CARENCIADOS


Natal

Toneladas de bacalhau, grão, azeite e batatas vão alegrar consoada dos mais carenciados

22 | 12 | 2011 18.10H

Mais de uma tonelada de bacalhau e de grão, 500 mil litros de azeite e mais de cinco toneladas de batatas foram as quantidades que encheram os 2.100 cabazes distribuídos hoje pelos centros Porta Amiga da AMI.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

A maior parte dos cabazes foi entregue hoje depois das compras feitas graças a uma distribuidora de filmes, que doou parte da receita de bilheteira do filme de animação ‘Arthur Christmas’.

Outras empresas juntaram-se nas doações e várias venderam produtos a preço de custo, conseguindo-se juntar aos produtos mais tradicionais do cabaz de Natal várias compotas, figos e presentes para crianças.

No total cada cabaz ficou com um preço final de quatro euros.

Cerca de seis mil pessoas carenciadas terão um Natal “mais digno”, notou Isabelle Romão, diretora de marketing da Assistência Médica Internacional (AMI).

Os voluntários da distribuidora colocaram os produtos dentro dos 250 cabazes destinados ao Centro das Olaias que estão hoje a ser entregues ao longo de todo o dia.

A distribuição teve por base a listagem de utentes que durante todo o ano são apoiados no centro e que “foram aumentado grandemente durante todo o ano”, referiu Margarida Mendes, diretora do Centro das Olaias.

A entrega de cabazes termina pelas 17:30, muito a tempo de demolhar o bacalhau para que a mesa de Natal destas famílias seja mais tradicional e alegre.


Sunday, 4 December 2011

ANTÓNIO CAPUCHO: "SE HOUVE ATENTADO NÃO FOI CONTRA SÁ CARNEIRO"

  Camarate/31 Anos
por LusaHoje
António Capucho

                                                       António Capucho
                                                                                          Fotografia © José Carlos Pratas 
                                                                                           Global 


António Capucho, figura destacada do PSD, disse no sábado, em Anadia, que, "se houve atentado em Camarate, não foi contra Sá Carneiro", porque não estava previsto o fundador do partido ir no avião que se despenhou em 1980.

António Capucho falava na Curia como orador convidado da conferência 'Sá Carneiro, o Homem e o Político', organizada pelo PSD de Anadia na véspera da passagem de 31 anos sobre a morte de Francisco Sá Carneiro, a 04 de dezembro daquele ano.

"Reuníamos frequentemente num restaurante e almoçamos lá no dia em que morreu. Não era suposto ele ir para o Porto, mas sim fazer campanha em Setúbal, só que, como a Helena Roseta [então destacada militante do partido] tinha retomado a campanha eleitoral e ia estar em Setúbal, entenderam ser melhor ele ir ao Porto", contou.

"Tinha bilhete na TAP e Adelino Amaro da Costa [ministro da Defesa] é que lhe disse que também ia para o Porto. O Patrício Gouveia [chefe de gabinete do primeiro-ministro] disse-lhe que não ia porque o avião tinha vindo do Algarve já com problemas, mas ele [Sá Carneiro] quis ir com o Adelino para combinar as coisas", descreveu, acrescentando que "só muito tarde é que ambos decidiram ir juntos na fatídica avioneta".

António Capucho disse não acreditar na tese de atentado contra o primeiro-ministro, considerando que "não se prepara em poucas horas uma sabotagem". Mais plausível seria, no seu entender, a possibilidade, levantada por Freitas do Amaral, de que o atentado tivesse por alvo o ministro da Defesa, para evitar revelações sobre alegados desvios do Fundo de Defesa do Ultramar.

"A propósito do Fundo, Adelino Amaro da Costa explicou-me que eram milhões desbaratados", comentou António Capucho.

Sobre a acção política de Sá Carneiro, António Capucho recordou a sua "persistente exigência, desde 1974, de realização de eleições autárquicas, que fez nascer o poder local democrático".

O orador aproveitou para criticar a "onda anti-municipalista que já vem do tempo de José Sócrates" e manifestou "preocupações" sobre o Documento Verde da Reforma da Administração Local, que "não augura nada de excecionalmente bom".

Por outro lado, sublinhou o quadro de estabilidade política em que o PSD e o CDS estão a governar: "Este ano foi possível o principal objetivo que Sá Carneiro pretendia - uma maioria, um governo e um presidente, não como fim em si mesmo, mas para melhorar a qualidade de vida do povo português".

Na sua opinião, "será bom que a nova geração do PSD no poder não deixe de defender os interesses de Portugal e não desperdice esta oportunidade histórica".


Saturday, 3 December 2011

DAVID TOUGER E PROCURADORA DISCUTEM EM TRIBUNAL



Procuradora e advogado de Renato Seabra discutem em tribunal

2 de Dezembro, 2011

O advogado de Renato Seabra e a procuradora responsável pelo caso 'Carlos Castro' envolveram-se hoje em nova discussão em tribunal, a propósito de novo teste psicológico ao jovem português, que vai atrasar ainda mais o processo.

Depois de ter sido interrogado duas vezes por um psicólogo contratado pela procuradoria, com recurso a um intérprete, Renato Seabra, que está acusado da morte do cronista social Carlos Castro, será sujeito, no próximo dia 14 de Dezembro, a um teste escrito em português, e a demora na conclusão da avaliação do estado mental do jovem irritou o advogado David Touger.

«Estamos a aproximar-nos muito rapidamente do primeiro aniversário do caso [7 de Janeiro 2012] e quero que chegue a julgamento. Percebo que [a procuradora] tenha encontrado este teste em português, que tem de ser feito, mas podíamos andar mais rapidamente e por isso me zanguei», adiantou após a audiência preliminar de hoje em tribunal, onde esteve Seabra e, na assistência, a sua mãe, Odília Pereirinha.

A avaliação do psicólogo contratado pela procuradoria «não deverá estar pronta» na data da próxima audiência, a 6 de Janeiro, e mesmo que esteja o caso só deverá entrar na fase de pré-julgamento em Março, novo atraso face à anterior previsão de meados de Fevereiro.

A intensa discussão na sala de audiências, que já se verificou em anteriores sessões, surgiu de uma queixa de Touger ao juiz por a procuradora novamente adiar a entrega do relatório e também por não lhe facultar antecipadamente uma cópia e as normas do novo teste.

Numa troca de argumentos de perto de 40 minutos, procuradora defendeu-se dizendo que o examinado não deve ter acesso prévio às perguntas do exame e devolveu as acusações pelo atraso, por vezes exaltada e levando Touger a mostrar a sua irritação, levando as mãos à cabeça e caminhando em torno da sua secretária.

«Não discutam! Não quero discussões», interveio o juiz Charles Solomon, que acabou por decidir que Touger terá direito a uma cópia do teste após Seabra o fazer, e a adiar para mais tarde a decisão sobre o acesso às normas.

Face ao desentendimento entre advogado e procuradora, o juiz disse até ter «medo de perguntar» sobre o outro assunto pendente, as provas de ADN da cena do crime que ainda não foram entregues à defesa, e viu confirmado pela procuradora que também neste ponto não houve evolução em relação à última audiência.

Quanto a Seabra, continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.

«Ele quer ir a julgamento. É isso que ele quer. É difícil para qualquer pessoa entender. Eu tenho problemas em entender porque demora tanto. Ele não é diferente nesse sentido», disse Touger após a audiência.

De fato cinzento e gravata, magro e pálido, o jovem português mostrou-se muito concentrado nas palavras do tradutor durante a sessão e ao sair da sala escoltado pela polícia demorou-se a olhar para a mãe no público.

O relatório da procuradoria deverá contrariar um outro apresentado pela defesa, que sustenta o argumento de que o jovem português sofria de «doença ou debilidade mental» quando cometeu o crime, e que poderá conduzir a uma sentença mais ligeira.

Seabra está acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque.

O caso remonta a 7 de Janeiro, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilharam em Manhattan.

Lusa/SOL

Thursday, 1 December 2011

EUNICE MUÑOZ CONDECORADA


Cavaco condecora Eunice Muñoz nos 70 anos de carreira (vídeo)

Presidente da República condecorou Eunice Muñoz - "talvez a atriz portuguesa mais completa" - com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, assinalando os 70 anos de carreira da atriz

O Presidente da República condecorou a atriz Eunice Muñoz com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, assinalando assim os 70 anos de carreira da atriz.


Eunice Muñoz afirmou que é "natural" que o Teatro se ressinta numa situação de crise, por não ser um artigo de primeira necessidade, mas já houve épocas "muito piores" e a arte de palco sobreviveu.
"Não são muito felizes mas tenhamos esperança. Eu sou uma mulher de esperança, não sou derrotista", afirmou hoje Eunice Muñoz aos jornalistas, em Lisboa, momentos depois de ser condecorada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, quando questionada sobre o momento que o teatro português atravessa, com o anúncio de cortes de apoios da Direcção-Geral das Artes e um eventual aumento do IVA dos bilhetes.

"Já houve épocas muito piores para o teatro, mas conseguiu-se sobreviver"


A atriz, que comemora hoje 70 anos de carreira, lembrou que "já houve épocas muito piores para o teatro, mas conseguiu-se sobreviver e é o que vai acontecer".
"É um momento em que todos devemos estar unidos e ter só um pensamento: tentar dar o melhor de nós próprios naquilo que fazemos", afirmou, salientando que, em Portugal, há "bom teatro, grande atores, grandes encenadores, um teatro tão bom como se faz lá fora".
Eunice Muñoz defende que é preciso começar a dizê-lo "dez vezes por dia", para que as pessoas se convençam "de que é verdade, porque é verdade".
"Não vamos ser derrotistas, vamos ter esperança", disse.

"É muito natural que o teatro se ressinta"


Para a atriz, "é muito natural que o teatro se ressinta" na situação que o país vive, já que "não é um artigo de primeira necessidade".
"É natural porque os meios escasseiam e tem que se cuidar de outras coisas mais prementes do que ir a um espetáculo, mas mesmo assim temos a grande alegria de chegar ao D.Maria II e ver o teatro cheio", sustentou.

"Talvez a atriz portuguesa mais completa"


O Presidente da República definiu a homenageada como "talvez a atriz portuguesa mais completa" e referiu que a distinção, além de um "reconhecimento do Estado pelo contributo para a cultura e teatro portugueses", é "um estímulo para que continue a compor personagens
únicas e inesquecíveis".


Para Cavaco Silva, a primeira peça em que Eunice Muñoz se estreou, em 1941, "Vendaval", foi "inspiradora", "porque a vida [da atriz] tem sido um vendaval de talento e emoções".
Na cerimónia de entrega da Grã-Cruz da Ordem do Infante, que decorreu no Palácio de Belém, estiveram ao lado da atriz, além das filhas, filho e netas, a ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, o encenador Celso Cleto e as atrizes Maria José Paschoal e Isabel Abreu.
Eunice Muñoz sobe hoje ao palco do Auditório Municipal com o seu nome, em Oeiras, para estrear "O cerco a Leninegrado", exatamente 70 anos depois de se ter estreado, como atriz, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Sunday, 27 November 2011

RICARDO TRÊPA: ACTOR E EMPRESÁRIO


Actor Ricardo Trêpa

"Prefiro investir em depósitos a prazo”

Alexandra Brito


27/11/11 08:27

"Tenho amigos ligados à banca (e bons) que me dão sempre conselhos sobre a melhor forma de aplicar o meu dinheiro."

Ricardo Trêpa considera-se poupado e procura aconselhamento financeiro junto de amigos que trabalham na banca.

É actor, apresentador mas também um empresário. Ricardo Trêpa é um dos sócios do restaurante D'Oliva e considera que o restaurante é o melhor investimento que já alguma vez fez. Em entrevista, feita por ‘email', Ricardo Trêpa conta como gere o seu dinheiro, como escolhe os seus investimentos e o que faria se ganhasse o Euromilhões. Se ganhasse o prémio da sorte um dado é certo: não deixaria de trabalhar, pois considera o trabalho uma peça fundamental para manter o equilíbrio mental.

Na sua opinião, o que é que o dinheiro não compra?

A educação.

Lembra-se do seu primeiro ordenado? O que fez com ele?

Lembro-me perfeitamente. Com o meu primeiro ordenado comprei uma mota de motocross, pois era a minha grande paixão na adolescência e alguns meses depois fiz um bom negócio ao vendê-la mais cara. Era esse o objectivo.

No campo da gestão do dinheiro considera-se uma pessoa poupada ou nem por isso?

Hoje em dia sim, sou uma pessoa poupada.

Se ganhasse o Euromilhões, o que faria?

Criava várias instituições para ajudar pessoas em dificuldades, nomeadamente, a pobreza, pessoas que sofrem de maus tratos, doenças, entre outros. Dava também um quinhão a cada um dos meus familiares mais próximos, investia e, depois, ia fazer uma grande viagem pelos muitos picos de surf que existem por esse mundo fora!

Para si qual é o montante suficiente de dinheiro para deixar de trabalhar?

Nenhum, pois acho que o trabalho faz parte do nosso equilíbrio mental.

Qual foi o melhor investimento que fez?

Até hoje, foi, sem dúvida, no restaurante o D'Oliva, em Lisboa,do qual sou sócio.

Em que tipo de produtos financeiros aplica as suas poupanças? É conservador ou gosta de produtos mais arriscados?

Depende da altura que vivemos... Obrigações, depósitos a prazo... Neste momento prefiro os depósito a prazo.

Como escolhe os seus investimentos: É autodidacta? Ou recebe conselhos de familiares, amigos ou do gestor de conta?

Não sou autodidacta, tenho amigos ligados à banca (e bons!) que me dão sempre conselhos sobre a melhor forma de aplicar o meu dinheiro.

Qual foi o conselho mais precioso que já recebeu sobre dinheiro?

Poupa investindo.

O que tem sempre na carteira?

O cartão multibanco.

Sunday, 20 November 2011


João Mota aceita convite para dirigir Teatro D. Maria em Lisboa

18.11.2011 - Lucinda Canelas, Ana Dias Cordeiro

Em substituição de Diogo Infante

João Mota, encenador e fundador do Teatro A Comuna, aceitou esta sexta-feira o convite feito na véspera pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para dirigir o Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), depois do afastamento de Diogo Infante do cargo de director artístico.

"A reunião acabou agora e ainda está tudo muito baralhado na minha cabeça", disse ao PÚBLICO, por telefone, ao princípio da tarde. "Ainda preciso de tempo para pensar seriamente no projecto para o D. Maria. Tenho muitas ideias, mas um projecto é mais do que ideias soltas", acrescentou.

Também quanto à programação, muito haverá ainda para definir. Contudo, João Mota espera "que a programação possa manter-se até ao final de Fevereiro". E esclarece: "As peças estão a ser feitas. Esse programa tem de se cumprir. Depois de Fevereiro logo se vê."

Questionado sobre as razões que o levam a aceitar assumir o cargo, confessa: "Nunca pensei em dirigir o Nacional. Aceitei porque é um desafio, tal como foi um desafio fundar A Comuna no pré 25 de Abril, sem dinheiro, sem apoios e em ditadura. Não sei se vou ser capaz, com tão pouco dinheiro e um corte tão grande. O Diogo [Infante] falou nisso muitas vezes nos últimos dias. Menos 36% é muita coisa, mas vou tentar, com muita energia." E conclui: "Tenho coragem para isso e também me dará muito prazer tentar. O país está em crise, todos temos obrigação de tentar, de fazer a nossa parte."

"Uma decisão difícil"

O convite para substituir Diogo Infante tinha sido confirmado ao PÚBLICO ontem, quinta-feira, pelo próprio João Mota, 69 anos que afirmou, nessa altura, ser "uma decisão difícil", acrescentando: "Tenho uma relação muito boa com o Diogo, de grande afectividade. (...) Além disso acho que ele foi um bom director para o D. Maria."

A substituição do ainda director artístico do teatro, Diogo Infante, foi anunciada quarta-feira, depois de o teatro nacional ter enviado para jornais, rádios e televisões um comunicado em que anunciava a suspensão da programação para 2012, caso o secretário de Estado não encontrasse uma solução para aumentar o orçamento do teatro para o próximo ano.

Diogo Infante, que foi nomeado em 2008 e que se encontrava em funções interinamente (o seu contrato terminou em Setembro), garantiu no referido comunicado que, com o corte orçamental previsto para 2012 - menos 36%, contando com as reduções acumuladas dos dois últimos anos, 2010 e 2011 - não teria condições para assegurar a programação do próximo ano, divulgada no Verão.

Wednesday, 16 November 2011

DIOGO INFANTE JÁ NÃO É DIRECTOR ARTÍSTICO DO TEATRO NACIONAL D. MARIA II



Diogo Infante já não é director do TNDM II


Novo director artístico será anunciado em breve

O secretário de estado da Cultura, Francisco José Viegas, comunicou esta quarta-feira a Diogo Infante que não será reconduzido como director artístico do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II), cargo para o qual foi nomeado em 2008 e que ocupava em gestão corrente desde 30 de Setembro, data em que o seu mandato terminou. Mais anunciou o secretário de Estado que o novo director artístico será anunciado brevemente.

Por:Ana Maria Ribeiro

A decisão de não reconduzir Diogo Infante foi tomada depois do até então director artístico ter anunciado em comunicado que cancelava a programação do TNDM II para 2012 por causa das "medidas de austeridade anunciadas pelo Governo" e que atingem, segundo o próprio, "um valor acumulado na ordem dos 36 por cento".

O corte, no valor de 830 mil euros - verba superior à dos restantes teatros nacionais - punha em causa a realização de ‘Lear', inspirado em William Shakespeare e protagonizado por Eunice Muñoz, e ‘A Morte de Danton', de Büchner, encenado por Jorge Silva Melo - as grandes apostas da nova temporada do D. Maria II.

Em resposta, o secretário de estado da Cultura explica que a penalização extraordinária do TNDM II se deve à "falta de cumprimento das metas estabelecidas e obrigatórias de redução dos custos operacionais". Segundo o comunicado: "O TNDM II foi o único Teatro Nacional que não cumpriu deliberadamente o corte de 15 por cento nos custos operacionais a que estava obrigado durante o ano de 2011, tendo os restantes Teatros Nacionais não só realizado esse esforço como, em alguns casos, ultrapassado a meta exigida".

A redução adicional em 2012 pretende assim compensar o "corte obrigatório não efectuado durante o ano de 2011".

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/diogo-infante-ja-nao-e-director-do-tndm-ii

Saturday, 29 October 2011

DEMORA NA ENTREGA DE RELATÓRIO PSIQUIÁTRICO IRRITA JUIZ


Nova Iorque: Acusação tem uma semana para entregar relatório

Demora irrita juiz de Renato Seabra

Procuradora diz que precisa de interrogar Odília Pereirinha para concluir relatório de Renato  

Charles Solomon, o juiz do Supremo Tribunal de Manhattan que vai julgar Renato Seabra, irritou-se ontem com a demora da procuradora Maxine Rosenthal em entregar o relatório psiquiátrico e as análises ao ADN no local do crime, ainda não concluídas pelo Gabinete de Medicina Legal. E avisou que espera "ter toda a informação da procuradoria até à próxima audiência", marcada para sexta-feira, dia 4 de Novembro.

Por:João C. Rodrigues com Lusa

O aviso do juiz foi provocado pela intenção da procuradora de submeter a mãe de Renato, Odília Pereirinha, a um interrogatório psiquiátrico, que a acusação diz ser fundamental para concluir a avaliação psiquiátrica do jovem português. Aliás, o médico responsável pela análise admite ainda um terceiro interrogatório a Renato Seabra, o que pode atrasar ainda mais o início do julgamento, que Charles Solomon quer começar no início de 2012, um ano depois da morte de Carlos Castro.

A defesa rejeitou, no entanto, qualquer interrogatório a Odília Pereirinha, classificando a proposta como "absurda". "A mãe dele não consegue estar numa sala e responder a perguntas sem se emocionar. Mas terá todo o gosto em responder por escrito", argumentou o advogado David Touger.

Friday, 28 October 2011

DEFESA REJEITA INTERROGATÓRIO A MÃE DE RENATO SEABRA


Nova audiência em Nova Iorque

Defesa rejeita interrogatório a mãe de Renato Seabra

A defesa de Renato Seabra rejeitou esta sexta-feira, em tribunal, que a mãe do jovem português, acusado do homicídio de Carlos Castro em Nova Iorque, seja interrogada por um psiquiatra ao serviço do gabinete do procurador.

"A mãe dele, [Odília Pereirinha] acha que não consegue estar numa sala e responder a perguntas sem se emocionar", justificou o advogado de Defesa, David Touger, após nova audiência em tribunal do caso do jovem português.

"Ela tem todo o gosto em responder por escrito, dar toda a ajuda que puder ao médico [psiquiatra], em tudo o que ele precisar", adiantou o advogado, que considerou "absurda" a exigência de entrevista em pessoa.

Depois de ter interrogado o jovem português durante seis horas, repartidas por dois dias, para fazer um relatório psiquiátrico de Seabra, o médico pediu para interrogar também a mãe, e admite ainda um terceiro interrogatório ao jovem.

Esta avaliação deverá contrariar uma outra apresentada pela defesa, que sustenta o argumento de que o jovem português sofria de "doença ou debilidade mental" quando cometeu o crime, e que poderá conduzir a uma sentença mais ligeira.

Se o médico quiser voltar a interrogar Seabra, Touger diz que não levantará qualquer objecção, apesar de isso demorar ainda mais o processo.

PRÓXIMA AUDIÊNCIA DIA 4 DE NOVEMBRO

O juiz do caso, Charles Solomon, sublinhou em tribunal que nada obriga a mãe de Seabra a sujeitar-se a interrogatório e pediu à procuradora Maxine Rosenthal para determinar junto do médico se possui todos os elementos para entregar o relatório.

Na última sessão, Solomon tinha-se queixado da demora, em particular da procuradoria, para avançar para a fase inicial do julgamento, e relembrou que um ano sobre a data do crime - que se completará em Janeiro - é demasiado tempo para um caso de homicídio.

A próxima audiência terá lugar na próxima sexta-feira, 4 de novembro, e Solomon disse "esperar ter toda a informação da procuradoria até lá".

O QUE FALTA ENTREGAR

Além do relatório, faltam entregar análises de ADN do local do crime, ainda não concluídas pelo gabinete de medicina legal, segundo a procuradora.

Rosenthal entregou nesta sexta-feira duas análises de ADN a Touger, que disse esperar ter as restantes "o mais rápido possível", para "poder andar em frente" com o processo.

A expectativa da defesa é que as audiências preliminares tenham lugar em Janeiro de 2012, e que o julgamento tenha início poucas semanas depois.

A principal discussão será em torno da validade perante o tribunal da confissão que Seabra fez à polícia depois do crime, o que a defesa rejeita.

Por decisão do departamento penal de Nova Iorque, Seabra mantém-se detido em Rikers Island, medicado e sujeito a vigilância permanente.


Saturday, 22 October 2011

DE BICICLETA A DISTRIBUIR AS SOBRAS DOS RESTAURANTES


Re-food. De bicicleta a distribuir as sobras dos restaurantes

Por Clara Silva, publicado em 22 Out 2011 - 02:00 | Actualizado há 14 horas 32 minutos

A associação criada por um americano dá comida a 70 famílias das Avenidas Novas, em Lisboa

Hunter Halder, 60 anos, entra pela porta das traseiras do restaurante O Polícia como se estivesse numa operação clandestina. Nas mãos leva tupperwares vazios que deixa num armário de alumínio rente ao chão. Pouco tempo depois, Maria de Jesus, a cozinheira, aparece com outras caixas na mão, ainda a fumegar. “Olá mister. Ajude-me aqui que hoje há muita coisa.”

Arroz de pato, chouriço, bacon, feijão verde, batatas fritas e até uma manga arranjada empilham-se no balcão. “São coisas que sobraram do almoço. Dantes ia tudo para o lixo, era um exagero. Deitávamos coisas fora que ainda podíamos comer, mas temos de pensar no bem- -estar dos outros”, diz a cozinheira. Pela porta das traseiras vão entrando outras empregadas para o turno da noite do restaurante e todas cumprimentam Hunter: “Então mister, está bom?” O americano responde num português cheio de sotaque – “Cheguei a Portugal em 1991, sem falar uma palavra. Agora sei 14”, dir-nos-ia mais tarde entre gargalhadas.

Desde 9 de Março que o consultor norte-americano recolhe as sobras de comida dos restaurantes da freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, para entregar às famílias que precisam. “E são cada vez mais.”

A partir das 19h00 começa a recolha de bolos e salgados nas pastelarias da zona, uma delas a conhecida Versailles. Hunter pedala numa bicicleta com dois cestos, um à frente e outro atrás, tapados por um plástico amarelo. “Ele é maluco a pedalar, vai a toda a velocidade, às vezes nem olha para o sinal”, diz-nos um fotógrafo espanhol da Reuters que há duas semanas está a fazer um trabalho sobre a Re-food 4 Good. Foi esse o nome que Hunter decidiu dar à associação que “quer combater a fome urbana através das sobras de comida”.

Antes de se dedicar a 100% à Re-food, o seu “bebé de sete meses”, Hunter geria uma empresa de team building. “Inventava actividades que tinham efeitos no comportamento das pessoas. As empresas queriam sempre karts ou paintball, mas eu inventava outras coisas que as tirassem da sua zona de conforto.” Com a crise, “as empresas cortaram nessas actividades, e eu e a economia decidimos que não ia continuar neste negócio”.

Foi depois de conhecer a campanha do piloto da TAP António Costa Pereira que Hunter decidiu criar a Re-food, que esteve para se chamar Pão Nosso. “Ele chateou o governo acerca do desperdício de comida em restaurantes e conseguiu mudar o paradigma com a ASAE e com as associações de restauração.” Até 10 de Dezembro do ano passado, os restos dos restaurantes tinham, por lei, de ir para o lixo e não podiam ser aproveitados nem pelas instituições de caridade.

RECOLHER OS RESTOS “Esta sopa da pedra é para mim ou é para o projecto?”, pergunta Hunter à dona do pronto-a-comer Entre Pães. A sopa tem um aspecto delicioso e é despejada para um tupperware vazio. “Preciso de mais caixas, Hunter, quando puder traga-me.” Até às 21h30, vários restaurantes da Avenida Conde de Valbom vão entregando a comida que sobrou. No restaurante A Presidente, o dono limpa o chão com uma esfregona e não repara que Hunter está à espera no balcão, apesar do seu aspecto extravagante, com um chapéu branco e fato cinzento. “Olhe, hoje não tenho nada para si”, diz quando finalmente repara na sua presença. “Então é porque está tudo bem, bons negócios e até amanhã”, responde Hunter. Já na bicicleta, conta--nos que é cada vez mais difícil recolher comida: “Os restaurantes tentam preparar as refeições de modo a não terem sobras, mas é impossível prever isso.”

MÃOS À COMIDA Os tupperwares chegam, muitos deles já frios, a uma antiga loja de congelados, como se lê no toldo. Lá dentro, três voluntárias preparam os sacos de comida para as famílias. “Temos aqui na parede uma lista com o nome das famílias [são 20], o número de pessoas do agregado familiar [ao todo são 76 pessoas] e o número de crianças [30]”, explica Joana Pizarro Miranda, uma das voluntárias. “À frente temos algumas condicionantes, por exemplo filhos que só comem carne, diabéticos que não podem comer fritos ou pessoas que só querem comida às terças e quintas.” Joana tem 48 anos e está desempregada. Dois dias por semana, ajuda na Re-food e traz os três filhos, o mais novo o Lourenço, de 9 anos. Numa bicicleta para miúdos, Lourenço não se importa de estar a perder o jogo do Benfica. “Quer dizer, de vez em quando vou ao café espreitar o resultado. Mas ajudar as pessoas que precisam é mais importante. Vou recolher comida com o Hunter e de vez em quando ajudo aqui a pôr as sopas nos sacos.”

Francisca Oliveira, uma publicitária de 25 anos, também é voluntária duas vezes por semana, depois do trabalho. “A lista das pessoas que precisam de comida é-nos dada pela igreja, pelas farmácias ou por vizinhos do bairro que dizem, por exemplo, que se calhar aquela senhora do 5.o andar precisa. Há cada vez mais gente a pedir comida, pessoas normais, muitas delas que têm vergonha de que os vizinhos saibam e temos de deixar o saco de comida à porta de casa.”

MARIAS CLANDESTINAS São as “Marias Clandestinas”, como lhes chama Hunter. “Sim, havia uma senhora assim, tínhamos de deixar num alguidar no quintal e era lá que ela também deixava os tupperwares vazios”, diz Maria do Rosário, de 54 anos. A economista ajuda na entrega dos sacos da comida, que é feita nas traseiras da estação de Entrecampos. “Se tenho um carro grande onde cabe a comida, não me custa nada fazer algo em prol dos outros, se não for assim não vamos lá.”

FRIGORÍFICOS NA RUA Apesar de a Re- food ter cada vez mais voluntários (agora são perto de 80), tem um grande problema para resolver. “Só estamos nesta loja de congelados até ao fim do mês”, conta Joana. “Quem alugava o espaço emprestou-nos temporariamente, mas há duas semanas tivemos uma ordem de despejo e passámos uma noite com os frigoríficos na rua. Precisamos de um espaço.”
Para os voluntários, o ideal seria um espaço maior onde pudessem cozinhar. “Os últimos sacos, muitas vezes, só vão com pão e salgados e era bom que tivéssemos um sítio onde pudéssemos cozinhar uma panela de sopa ou uma massa para acompanhar os salgados.” Hunter diz que o projecto é ambicioso e que, para isso, vai precisar de centenas de voluntários. “A ideia é expandirmo-nos para outras zonas, como um franchising, e tornar Lisboa a primeira cidade do mundo com zero desperdício e zero fome urbana.”

Tuesday, 11 October 2011

SOLIDARIEDADE COM A MÃE DE RENATO

Emigrantes reunidos em jantar de apoio à mãe de Renato Seabra


Meia centena de pessoas reuniram-se na noite de sábado num restaurante português em Westchester, na região de Nova Iorque, num jantar de solidariedade com a mãe de Renato Seabra.Odília Pereirinha, que esteve presente, encontra-se em Nova Iorque para dar assistência ao filho, detido na prisão de Rikers Island, suspeito do homicídio do cronista Carlos Castro.

Esta foi mais uma iniciativa de um grupo de mães anónimas da comunidade portuguesa nos Estados Unidos que, à semelhança do que acontece em Portugal, tem promovido algumas acções de angariação de fundos para ajudar a pagar as despesas com a defesa de Renato Seabra.

A líder da iniciativa, que disse preferir não se identificar, explicou à Lusa que decidiu lançou esta campanha porque casos destes a tocam «de uma maneira especial»: «Sou mãe e tenho filhos e compreendo a angústia desta mãe, deslocada do seu país, sem saber falar a língua e com muitos problemas financeiros».

A organizadora disse ainda que no jantar «ninguém discute o caso, apenas se demonstra solidariedade para com esta mãe que já faz parte da nossa família, pois cuidamos dela, damos-lhe apoio, porque muitas vezes ela deixa-se abater, e ensinamos-lhe inglês de modo a poder sobreviver melhor neste país».

No final do encontro, e depois de ter sido lida uma carta enviada pelo grupo de mães anónimas que em Portugal ajuda a mãe de Renato Seabra, Pereirinha falou durante alguns instantes para agradecer, visivelmente emocionada, a presença de todos e a solidariedade demonstrada pelos emigrantes portugueses nos Estados Unidos.

«Esta mãe sentiu hoje o carinho da comunidade e até conseguiu comer alguma coisa, o que foi uma surpresa para mim, dado o seu estado de espírito», disse a líder da iniciativa. «Embora sofrida e chorosa, fez-lhe muito bem estar aqui, pois é muito difícil esta situação, longe da família e do seu grupo, e é para a fazer sentir bem que nós a apoiamos», acrescentou.

Odília Pereirinha encontra-se nos Estados Unidos em casa de amigos de modo a poder visitar o seu filho na prisão de Rikers Island, Nova Iorque, três vezes por semana.Para fazer face às despesas conta com a ajuda destes grupos de mães anónimas em Portugal e nos Estados Unidos, que fazem sorteios, rifas, quermesses, leilões e outras campanhas solidárias.

A líder da iniciativa disse ainda que dentro em breve o grupo vai organizar outro jantar nesta área pois «muitas pessoas disseram-me que gostariam de conhecer a Odília e dar-lhe ajuda, mas não puderem estar presentes».

10 de Outubro, 2011
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=30479