Castro transferiu duas quantias para a conta do manequim. Fátima Lopes não acredita que fotos mostradas por Renato sejam de uma campanha
Renato Seabra confessou ter assassinado Carlos Castro no quarto do Intercontinental, em Nova Iorque
Renato Seabra mostrava fotos suas, gravadas no telemóvel e no computador, para justificar perante a família as duas quantias transferidas da conta de Carlos Castro para a sua - a mais alta no valor de 1100 euros. José Malta, cunhado do manequim, conta ao i que quando Renato voltava de viagem era comum "abrir o computador ou o telemóvel para mostrar à família fotos dos trabalhos que tinha feito".
Numa das fotografias, Renato Seabra aparece numa praia vestido com boxers da Marvel. O manequim disse à família ter sido tirada no contexto de "um casting para promover boxers e fatos de banho" da marca. Noutra ocasião, Renato mostrou no seu telemóvel fotos suas tiradas em lojas de Londres. "Contou que tinha desfilado roupas Diesel, Calvin Klein e outras marcas em lojas de Londres e mostrou-nos as fotos no telemóvel", recorda o cunhado, acrescentando que "dessa vez o pagamento foi feito em géneros, com roupa".
Depois de ver o retrato que o manequim contou ter sido tirado numa produção fotográfica para a Marvel - publicado esta semana no semanário "Sol" - a estilista Fátima Lopes não teve dúvidas de que "aquela foto não pode ter sido tirada para uma campanha publicitária": "A minha experiência profissional diz- -me que aquilo não é fotografia de uma produção de moda. É uma fotografia de praia feita por um amador."
A proprietária da Facemodels - que representa Renato Seabra desde a sua participação no programa "À Procura de Um Sonho" - esclarece ainda que nem aquelas fotografias, nem qualquer das quantias pagas por Carlos Castro, podiam resultar de um casting. "Os castings não são feitos em praias. São feitos, de forma profissional, no escritório da agência ou do cliente. Além do mais, nunca são pagos", explica a estilista.
Fátima Lopes questiona ainda onde estarão os recibos e os contratos , já que "na moda tudo tem de ser escrito". José Malta, marido da irmã de Renato, Joana Seabra, admite nunca ter visto "qualquer recibo ou documento".
A vontade de vingar no mundo da moda tem sido apontada como uma das razões prováveis da ligação do manequim a Carlos Castro, mas a estilista nunca reconheceu esse desejo de ser modelo no jovem de Cantanhede. "Entrou para a agência em Setembro e foram mais os castings em que não apareceu que aqueles em que apareceu", conta Fátima Lopes. Sempre que há um casting, a agência envia um sms e telefona depois aos agenciados para confirmar que vão comparecer. Renato Seabra participou no casting para o Portugal Fashion e em mais dois ou três - nunca foi seleccionado. De todas as outras vezes recusou, quase sempre com a justificação de "viver longe". "O Renato já nem aparecia na agência, por isso as notícias surpreenderam-me, a mim e a todos os colegas da Facemodels", lembra a criadora de moda. Fátima Lopes admite que a desilusão por não ter sido seleccionado nos castings pela agência pode ter levado Renato Seabra a "tentar outra via".
A timidez e a falta de confiança do participante no programa da SIC justificavam a não selecção nos castings. "O Renato não era manequim. Era um jovem saído de um concurso. Tinha corpo e altura, era bonito, mas ainda não estava preparado para ser modelo - faltava-lhe ser extrovertido, ter confiança e acting", justifica a estilista. Além da falta de experiência e de confiança, faltava a Renato Seabra "o elemento essencial no campo da moda": um book.
Se ser seleccionado nestas condições para publicidade, desfiles ou produções de moda já era difícil em Portugal, noutros países seria "quase impossível". "Ninguém sem um book vai bater à porta de uma agência lá fora a dizer que quer ser modelo e é aceite", adianta Fátima Lopes. Caso o desejo de Renato Seabra fosse trabalhar no estrangeiro, o mais indicado seria expressá-lo à agência que o representava. "A partir daí mandávamos fotos dele para outras agências para ver se alguma teria interesse em representá-lo", explica a estilista.
Fátima Lopes garante que Castro nunca lhe falou de Renato Seabra. Viram-se a última vez no jantar de aniversário do cronista, a 5 de Outubro - dia em que Renato Seabra aceitou o pedido de amizade de Castro no Facebook - e falaram pela última vez ao telefone e por sms no dia de Natal. Em nenhum desses momentos, o cronista lhe disse que estaria a ajudar o jovem ou terá sequer mencionado o seu nome.
As fotografias de Renato Seabra ainda constam no catálogo do site da Facemodels e, para já, ali vão continuar. A estilista admite manter as fotos no site da agência "até se perceber o que realmente aconteceu, durante o julgamento".
por Sílvia Caneco, Publicado em 19 de Janeiro de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/99276-renato-usava-fotos-do-telemovel-justificar-transferencias-
Renato Seabra confessou ter assassinado Carlos Castro no quarto do Intercontinental, em Nova Iorque
Renato Seabra mostrava fotos suas, gravadas no telemóvel e no computador, para justificar perante a família as duas quantias transferidas da conta de Carlos Castro para a sua - a mais alta no valor de 1100 euros. José Malta, cunhado do manequim, conta ao i que quando Renato voltava de viagem era comum "abrir o computador ou o telemóvel para mostrar à família fotos dos trabalhos que tinha feito".
Numa das fotografias, Renato Seabra aparece numa praia vestido com boxers da Marvel. O manequim disse à família ter sido tirada no contexto de "um casting para promover boxers e fatos de banho" da marca. Noutra ocasião, Renato mostrou no seu telemóvel fotos suas tiradas em lojas de Londres. "Contou que tinha desfilado roupas Diesel, Calvin Klein e outras marcas em lojas de Londres e mostrou-nos as fotos no telemóvel", recorda o cunhado, acrescentando que "dessa vez o pagamento foi feito em géneros, com roupa".
Depois de ver o retrato que o manequim contou ter sido tirado numa produção fotográfica para a Marvel - publicado esta semana no semanário "Sol" - a estilista Fátima Lopes não teve dúvidas de que "aquela foto não pode ter sido tirada para uma campanha publicitária": "A minha experiência profissional diz- -me que aquilo não é fotografia de uma produção de moda. É uma fotografia de praia feita por um amador."
A proprietária da Facemodels - que representa Renato Seabra desde a sua participação no programa "À Procura de Um Sonho" - esclarece ainda que nem aquelas fotografias, nem qualquer das quantias pagas por Carlos Castro, podiam resultar de um casting. "Os castings não são feitos em praias. São feitos, de forma profissional, no escritório da agência ou do cliente. Além do mais, nunca são pagos", explica a estilista.
Fátima Lopes questiona ainda onde estarão os recibos e os contratos , já que "na moda tudo tem de ser escrito". José Malta, marido da irmã de Renato, Joana Seabra, admite nunca ter visto "qualquer recibo ou documento".
A vontade de vingar no mundo da moda tem sido apontada como uma das razões prováveis da ligação do manequim a Carlos Castro, mas a estilista nunca reconheceu esse desejo de ser modelo no jovem de Cantanhede. "Entrou para a agência em Setembro e foram mais os castings em que não apareceu que aqueles em que apareceu", conta Fátima Lopes. Sempre que há um casting, a agência envia um sms e telefona depois aos agenciados para confirmar que vão comparecer. Renato Seabra participou no casting para o Portugal Fashion e em mais dois ou três - nunca foi seleccionado. De todas as outras vezes recusou, quase sempre com a justificação de "viver longe". "O Renato já nem aparecia na agência, por isso as notícias surpreenderam-me, a mim e a todos os colegas da Facemodels", lembra a criadora de moda. Fátima Lopes admite que a desilusão por não ter sido seleccionado nos castings pela agência pode ter levado Renato Seabra a "tentar outra via".
A timidez e a falta de confiança do participante no programa da SIC justificavam a não selecção nos castings. "O Renato não era manequim. Era um jovem saído de um concurso. Tinha corpo e altura, era bonito, mas ainda não estava preparado para ser modelo - faltava-lhe ser extrovertido, ter confiança e acting", justifica a estilista. Além da falta de experiência e de confiança, faltava a Renato Seabra "o elemento essencial no campo da moda": um book.
Se ser seleccionado nestas condições para publicidade, desfiles ou produções de moda já era difícil em Portugal, noutros países seria "quase impossível". "Ninguém sem um book vai bater à porta de uma agência lá fora a dizer que quer ser modelo e é aceite", adianta Fátima Lopes. Caso o desejo de Renato Seabra fosse trabalhar no estrangeiro, o mais indicado seria expressá-lo à agência que o representava. "A partir daí mandávamos fotos dele para outras agências para ver se alguma teria interesse em representá-lo", explica a estilista.
Fátima Lopes garante que Castro nunca lhe falou de Renato Seabra. Viram-se a última vez no jantar de aniversário do cronista, a 5 de Outubro - dia em que Renato Seabra aceitou o pedido de amizade de Castro no Facebook - e falaram pela última vez ao telefone e por sms no dia de Natal. Em nenhum desses momentos, o cronista lhe disse que estaria a ajudar o jovem ou terá sequer mencionado o seu nome.
As fotografias de Renato Seabra ainda constam no catálogo do site da Facemodels e, para já, ali vão continuar. A estilista admite manter as fotos no site da agência "até se perceber o que realmente aconteceu, durante o julgamento".
por Sílvia Caneco, Publicado em 19 de Janeiro de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/99276-renato-usava-fotos-do-telemovel-justificar-transferencias-
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