A investigação criminal, explica o ex-inspector da PJ António Teixeira, não é mais do que semiótica. Todos os pormenores importam e é preferível analisar a mais do que a menos. Os objectos também falam
Estes são os objectos que a polícia apreendeu no quarto de Carlos Castro
1. Roupa: Se tiver rasgões, pode indiciar luta antes do crime. Tem sangue e outros vestígios? As marcas podem dar pistas sobre a personalidade e o estilo de vida de quem a usa.
2.iPod: Recolha de impressões digitais. Pode conter fotografias.
3. Arma do crime: É levada para o laboratório, etiquetada. Se tiver sangue é preciso confirmar de quem é.
4 . Garrafas e vidros: São boa fonte de impressões digitais. Vidros partidos indiciam luta – e a disposição ajuda a reconstituir as posições da vítima e do homicida.
5.Telemóveis: Só podem ser consultados mediante autorização de um juiz. A agenda dá pistas sobre os compromissos da vítima. O registo de chamadas e as mensagens são fundamentais, bem como a lista de contactos, que permite saber quem é a rede de conhecimentos da pessoa.
6.Portátil: Só com autorização do juiz. As contas de email revelam com quem a vítima contactou, tal como o MSN. As pastas são passadas a pente fino e dizem muito sobre a vida e os hábitos do dono. Mais uma vez, há que procurar impressões digitais.
7.Sapatos: Com luz artificial e um reagente, procuram-se vestígios. De quem são? Da vítima ou do homicida? A análise permite saber por que tipo de terrenos andaram.
8. Dinheiro: Só é apreendido para ser acautelado, mas o local onde estava revela pistas: se estivesse à vista pode indicar que havia uma relação de confiança entre a vítima e o homicida.
9. Lixo: Pode conter lenços de papel usados de onde se pode extrair ADN. Ou invólucros de medicamentos. Ou recibos de lojas que permitem reconstituir o percurso da vítima.
10. Bens pessoais: Se não foram levados, não terá sido um assalto.
11. Cotonetes: Se foram usados, têm vestígios passíveis de extrair ADN.
12. Cama: Os lençóis são analisados com lanternas criminais. Procura-se esperma, que prova que houve sexo, e outras substâncias. Podem ter cabelos, de onde se extrai ADN.
13.Documentos: Identificam a vítima. Os de viagem revelam-se úteis: mostram quando e para onde se estava a pensar viajar.
14. Duche: Rico em indícios, com cabelos e impressões digitais. Por vezes, o homicida toma banho na cena do crime. Procurar sangue.
15. Máquina fotográfica: Com autorização do juiz, mostra por onde a pessoa andou e com quem.
16. Papéis diversos: Todos são recolhidos. Podem dar pistas sobre os planos, o estilo de vida e a actividade da vítima.
17. Alcatifa: Todo o chão, especialmente a entrada, é varrido com lanternas criminais, que detectam pegadas e outros vestígios. Quando um pedaço contém indícios, é recortado e levado para o laboratório.
18. Porta: Há sinais de arrombamento? Procurar impressões digitais.
19. Cortinados Rasgados? Houve luta. Há sangue? A posição dos salpicos permite reconstituir, no espaço, as posições da vítima e do homicida no momento do crime.
20. Videovigilância Num local acessível (como o corredor de um hotel), a primeira coisa a fazer é saber se existe. As gravações são apreendidas.
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