Renato Seabra está “afastado do mundo”
Tem sido assim desde que regressou de Nova Iorque: o principal motivo da” angústia constante” de Odília Pereirinha é “o facto de Renato estar completamente sozinho”. A mãe do alegado homicida de Carlos Castro já se encontra em Cantanhede e, por estes dias, tem tentado encontrar formas de poder ajudar o filho.
Odília está disposta a abdicar de tudo e já colocou a casa, localizada no centro da cidade, à venda para poder fazer face às despesas inerentes à defesa de Renato Seabra nos Estados Unidos. E será esse factor que, aliado à falta de apoio por parte das autoridades, tem suscitado vários movimentos de solidariedade nos últimos dias.
Esta é, pelo menos, a tese da família. Ao DIÁRIO AS BEIRAS, José Malta , cunhado de Renato Seabra, manifestou alguma revolta com a resposta dada pelo cônsul quando a mãe de Renato lhe perguntou o que poderia fazer para ajudar o filho: “nada, não podemos fazer nada”, terá sido a resposta. Nesse dia, Odília ainda não tinha estado com o filho, mas a única preocupação do consulado era saber o que a mãe o e os amigos iriam dizer aos órgãos de comunicação social que os esperavam à saída do edifício. “Em desespero, ela apenas disse: por favor, levem-me ao meu filho”, conta José Malta.
Já na ala psiquiátrica do Hospital Bellevue, Odília Pereirinha encontrou o filho “perturbado” e “magro”. E é ali, “afastado do mundo e sem acesso a ninguém” que Renato Seabra vai permanecer, pelo menos até ao dia da audiência que se realiza no dia 1de Fevereiro. A mãe do jovem está a “organizar a vida para poder voltar para junto do filho o mais depressa possível”, adiantou o cunhado de Renato.
Petição com 10 mil apoiantes
Até ao final do mês, a família e os amigos de Renato devem divulgar a criação de uma associação que, além de lançar a discussão sobre o funcionamento dos consulados na ajuda aos portugueses em dificuldade, pretende fundos para ajudar a custear as despesas judiciais nos Estados Unidos da América. A iniciativa deve ser divulgada durante uma conferência de Imprensa a realizar em Cantanhede.
Entretanto, na internet está a circular uma petição pela extradição de Renato Seabra. O documento tem como destinatários o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Assembleia da República e a Procuradoria-Geral da República, e ontem, ao final do dia, contava com quase 10 mil signatários.
O objectivo dos proponentes é “atenuar o sofrimento da família”; apesar de esperarem que “pelo menos 12 elementos do júri decidam que não existem provas suficientes para julgamento”. Se tal não acontecer, os peticionários vão solicitar “às autoridades competentes a extradição do Renato Seabra para o seu país de origem”.
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