O assassinato de Carlos Castro
Manequim pode ter sentença até fim do Verão se advogado e procuradora chegarem a acordo
Michael De Almeida, detective luso-americano da Polícia de Nova Iorque, foi a primeira pessoa a ouvir da boca de Renato a confissão sobre o assassinato de Carlos Castro. Foi também Michael quem ajudou as irmãs de Castro a despejar as cinzas do cronista no metro.
Renato Seabra, ontem, em tribunal(foto Lucas Jackson/Reuters)
O nome do detective aparece nos documentos divulgados pela Procuradoria de Nova Iorque, logo após a audiência em que Renato foi formalmente acusado de homicídio de segundo grau. Michael Dealmeida traduziu, passo a passo, às seis da tarde do dia 8 de Janeiro, cerca de 24 horas depois do crime, a descrição que Renato fez da forma brutal como o cronista foi morto.
O auto policial é assinado por mais dois detectives - Richard Tirelli e Kenny Baker. Renato foi oficialmente preso três horas depois da confissão, mas o nome do polícia lusodescendente já não surge no documento da detenção, que é atribuída apenas a Tirelli e Baker.
Michael Dealmeida surgiu de novo ligado ao caso no dia 15 de Janeiro, quando ajudou as irmãs de Carlos Castro a lançarem parte das cinzas do cronista na zona da Broadway, tal como ele desejara, apesar de o acto não ser permitido por lei.
Sentença até ao Outono?
A confissão de Renato é, aliás, uma peça fulcral da acusação e o principal alvo do seu advogado. David Touger vai requerer a anulação do depoimento, alegando a sua ilegalidade. Mas também pretende invalidar a acusação de homicídio de 2.º grau que 23 jurados decidiram e que o juiz Charles Solomon, do Supremo Tribunal Criminal de Nova Iorque, comunicou ao jovem português. E tem pouco tempo para apresentar requerimento nesse sentido, pois o juiz já marcou o dia 4 de Março para se pronunciar.
O advogado de Renato quer ver atenuada a acusação de homicídio de 2.º grau (25 anos a prisão perpétua) para homicídio de 3.º grau (cinco a 25 anos de prisão), mas a tarefa não se afigura fácil. Do outro lado da contenda está a procuradora Maxine Rosenthal. Para além dos casos mediáticos que tem investigado, Rosenthal ficou conhecida recentemente por uma frase proferida no julgamento de um assassino em série: "Em Nova Iorque os homicídios não ficam impunes".
Renato Seabra poderá conhecer o seu destino até ao final do Verão/princípio do Outono, se Touger e a procuradora chegarem a acordo quanto à pena. Pelo meio, haverá várias diligências e, tal como em Portugal, as férias judiciais, que podem prejudicar o andamento do processo.
"Quase de certeza que o juiz não irá anular a decisão do Grande Júri, embora eu entenda que o advogado tem que tentar", diz Tony Castro, advogado e ex-procurador em Nova Iorque. Já quanto à confissão a coisa deverá ser mais complicada. Nestes casos, o juiz normalmente não anula de imediato e marca nova audiência, que pode tardar dois ou três meses, para que defesa e procuradora apresentem provas e debatam as suas posições. Só depois o juiz decidirá".
De qualquer forma, tanto Castro como outros juristas americanos ouvidos pelo JN afirmam que seria considerado "ridículo" se um caso como este não estivesse resolvido, mesmo com julgamento, ao fim de pouco mais de um ano.
ANTÓNIO SOARES
http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1774197&dossier=O%20assassinato%20de%20Carlos%20Castro&page=-1
Manequim pode ter sentença até fim do Verão se advogado e procuradora chegarem a acordo
Michael De Almeida, detective luso-americano da Polícia de Nova Iorque, foi a primeira pessoa a ouvir da boca de Renato a confissão sobre o assassinato de Carlos Castro. Foi também Michael quem ajudou as irmãs de Castro a despejar as cinzas do cronista no metro.
Renato Seabra, ontem, em tribunal(foto Lucas Jackson/Reuters)
O nome do detective aparece nos documentos divulgados pela Procuradoria de Nova Iorque, logo após a audiência em que Renato foi formalmente acusado de homicídio de segundo grau. Michael Dealmeida traduziu, passo a passo, às seis da tarde do dia 8 de Janeiro, cerca de 24 horas depois do crime, a descrição que Renato fez da forma brutal como o cronista foi morto.
O auto policial é assinado por mais dois detectives - Richard Tirelli e Kenny Baker. Renato foi oficialmente preso três horas depois da confissão, mas o nome do polícia lusodescendente já não surge no documento da detenção, que é atribuída apenas a Tirelli e Baker.
Michael Dealmeida surgiu de novo ligado ao caso no dia 15 de Janeiro, quando ajudou as irmãs de Carlos Castro a lançarem parte das cinzas do cronista na zona da Broadway, tal como ele desejara, apesar de o acto não ser permitido por lei.
Sentença até ao Outono?
A confissão de Renato é, aliás, uma peça fulcral da acusação e o principal alvo do seu advogado. David Touger vai requerer a anulação do depoimento, alegando a sua ilegalidade. Mas também pretende invalidar a acusação de homicídio de 2.º grau que 23 jurados decidiram e que o juiz Charles Solomon, do Supremo Tribunal Criminal de Nova Iorque, comunicou ao jovem português. E tem pouco tempo para apresentar requerimento nesse sentido, pois o juiz já marcou o dia 4 de Março para se pronunciar.
O advogado de Renato quer ver atenuada a acusação de homicídio de 2.º grau (25 anos a prisão perpétua) para homicídio de 3.º grau (cinco a 25 anos de prisão), mas a tarefa não se afigura fácil. Do outro lado da contenda está a procuradora Maxine Rosenthal. Para além dos casos mediáticos que tem investigado, Rosenthal ficou conhecida recentemente por uma frase proferida no julgamento de um assassino em série: "Em Nova Iorque os homicídios não ficam impunes".
Renato Seabra poderá conhecer o seu destino até ao final do Verão/princípio do Outono, se Touger e a procuradora chegarem a acordo quanto à pena. Pelo meio, haverá várias diligências e, tal como em Portugal, as férias judiciais, que podem prejudicar o andamento do processo.
"Quase de certeza que o juiz não irá anular a decisão do Grande Júri, embora eu entenda que o advogado tem que tentar", diz Tony Castro, advogado e ex-procurador em Nova Iorque. Já quanto à confissão a coisa deverá ser mais complicada. Nestes casos, o juiz normalmente não anula de imediato e marca nova audiência, que pode tardar dois ou três meses, para que defesa e procuradora apresentem provas e debatam as suas posições. Só depois o juiz decidirá".
De qualquer forma, tanto Castro como outros juristas americanos ouvidos pelo JN afirmam que seria considerado "ridículo" se um caso como este não estivesse resolvido, mesmo com julgamento, ao fim de pouco mais de um ano.
ANTÓNIO SOARES
http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1774197&dossier=O%20assassinato%20de%20Carlos%20Castro&page=-1
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