Renato passa 23 horas trancado na cela
Sozinho, num espaço apertado e sem janelas, Renato Seabra passa a maior parte do tempo fechado à chave. Resta ao jovem modelo, detido na ala prisional do Bellevue Hospital, em Nova Iorque, pelo homicídio de Carlos Castro, uma hora por dia para andar pelos corredores lacados de branco. Sempre de mãos algemadas, sob o olhar atento dos guardas. "Tem uma hora para esticar as pernas, é o máximo de exercício que pode fazer dentro daquela ala", adianta ao CM uma fonte hospitalar.
Isolado do mundo, agora sem as visitas da mãe – de terça a sábado –, que teve de regressar ao trabalho de enfermeira em Cantanhede, a única presença na vida de Renato, além dos médicos que o acompanham, são os guardas que passam pela sua cela a cada 15 ou 30 minutos. Só para verificar que esteja bem e que não tenha tentado magoar-se. São esses homens que o jovem chama, batendo na porta, se precisar de alguma coisa.
As três refeições diárias, pequeno-almoço, almoço e jantar, são servidas no próprio quarto, onde também lhe são entregues os medicamentos que deve tomar. Os agentes do Departamento de Correcção que circulam continuamente pelos corredores certificam-se de que Renato toma os remédios prescritos pelos médicos.
Para manter a segurança dos reclusos e de si próprios, os agentes prisionais andam sem armas, que entregam à entrada da ala, num espaço entre duas portas gradeadas.
A única outra oportunidade que Renato tem para sair da cela é durante a única visita que está autorizado a receber durante os dias estipulados. Para receber o visitante Renato é acompanhado a uma sala onde fica algemado e sempre sob a vigilância de um guarda prisional.
"ESTÁ MAIS MAGRO E EM BAIXO"
O "Renato está mais magro, muito em baixo e psicologicamente abatido", refere ao CM Diogo Silva, presidente da Associação Estrela d’Afecto, que apoia a família do manequim, comentando as fotografias do seu amigo captadas no Supremo Tribunal de Nova Iorque.
"Ainda não consegui falar com ele. Sei que já me tentou ligar, mas infelizmente não tinha o telemóvel comigo", lamentou o jovem, adiantando que a viagem aos EUA que alguns amigos pensavam fazer no final deste mês, está, pelo menos por agora, adiada.
"Para já somos nove pessoas concentradas em promover a associação. Temos tido muito trabalho e várias solicitações de pessoas que querem apoiar a nossa causa", explicou o amigo de Renato Seabra.
CONFISSÃO À POLÍCIA
"O acusado afirmou que matou Carlos Castro. O acusado afirmou que chegou a Nova Iorque a 29 de Dezembro de 2010, com Carlos. O acusado afirmou que a 7 de Janeiro de 2011, dentro do quarto 3416, ele e Carlos começaram uma discussão que acabou numa altercação física.
O acusado afirmou que agarrou Carlos pelo pescoço, por trás, e arrastou-o para o chão enquanto aplicava pressão na traqueia. O acusado afirmou que esfaqueou Carlos com um saca-rolhas na zona da virilha e na cara. O acusado afirmou que atirou com um monitor de um computador à cabeça de Carlos e que lhe pisou a cara calçado com sapatos.
O acusado afirmou que atacou Carlos por pelo menos uma hora. O acusado afirmou que então despiu as roupas que estava a usar, tomou um duche, vestiu um fato e saiu do quarto. O acusado afirmou que encontrou a amiga de Carlos (referida pelo nome) e a filha dela, e que perguntaram onde estava Carlos e porque é que ele não estava a responder às inúmeras chamadas.
O acusado afirmou que foi muito evasivo e que tentou sair mas elas continuaram a questioná-lo sobre o paradeiro de Carlos e em que quarto ele estava. O acusado então disse-lhes que Carlos estava no quarto e deu-lhes o número do quarto e saiu do hotel.
O acusado afirmou que vagueou nas redondezas por um pouco e então apanhou um táxi em Penn Station. O acusado afirmou que o condutor o levou até ao Hospital St. Luke’s Roosevelt."
04-02-2011
http://www.vidas.xl.pt/noticia.aspx?channelId=83c1118f-0a09-426d-88d0-7a0980df951a&contentId=9d3260f1-cdad-4055-82df-063fab569969
Sozinho, num espaço apertado e sem janelas, Renato Seabra passa a maior parte do tempo fechado à chave. Resta ao jovem modelo, detido na ala prisional do Bellevue Hospital, em Nova Iorque, pelo homicídio de Carlos Castro, uma hora por dia para andar pelos corredores lacados de branco. Sempre de mãos algemadas, sob o olhar atento dos guardas. "Tem uma hora para esticar as pernas, é o máximo de exercício que pode fazer dentro daquela ala", adianta ao CM uma fonte hospitalar.
Isolado do mundo, agora sem as visitas da mãe – de terça a sábado –, que teve de regressar ao trabalho de enfermeira em Cantanhede, a única presença na vida de Renato, além dos médicos que o acompanham, são os guardas que passam pela sua cela a cada 15 ou 30 minutos. Só para verificar que esteja bem e que não tenha tentado magoar-se. São esses homens que o jovem chama, batendo na porta, se precisar de alguma coisa.
As três refeições diárias, pequeno-almoço, almoço e jantar, são servidas no próprio quarto, onde também lhe são entregues os medicamentos que deve tomar. Os agentes do Departamento de Correcção que circulam continuamente pelos corredores certificam-se de que Renato toma os remédios prescritos pelos médicos.
Para manter a segurança dos reclusos e de si próprios, os agentes prisionais andam sem armas, que entregam à entrada da ala, num espaço entre duas portas gradeadas.
A única outra oportunidade que Renato tem para sair da cela é durante a única visita que está autorizado a receber durante os dias estipulados. Para receber o visitante Renato é acompanhado a uma sala onde fica algemado e sempre sob a vigilância de um guarda prisional.
"ESTÁ MAIS MAGRO E EM BAIXO"
O "Renato está mais magro, muito em baixo e psicologicamente abatido", refere ao CM Diogo Silva, presidente da Associação Estrela d’Afecto, que apoia a família do manequim, comentando as fotografias do seu amigo captadas no Supremo Tribunal de Nova Iorque.
"Ainda não consegui falar com ele. Sei que já me tentou ligar, mas infelizmente não tinha o telemóvel comigo", lamentou o jovem, adiantando que a viagem aos EUA que alguns amigos pensavam fazer no final deste mês, está, pelo menos por agora, adiada.
"Para já somos nove pessoas concentradas em promover a associação. Temos tido muito trabalho e várias solicitações de pessoas que querem apoiar a nossa causa", explicou o amigo de Renato Seabra.
CONFISSÃO À POLÍCIA
"O acusado afirmou que matou Carlos Castro. O acusado afirmou que chegou a Nova Iorque a 29 de Dezembro de 2010, com Carlos. O acusado afirmou que a 7 de Janeiro de 2011, dentro do quarto 3416, ele e Carlos começaram uma discussão que acabou numa altercação física.
O acusado afirmou que agarrou Carlos pelo pescoço, por trás, e arrastou-o para o chão enquanto aplicava pressão na traqueia. O acusado afirmou que esfaqueou Carlos com um saca-rolhas na zona da virilha e na cara. O acusado afirmou que atirou com um monitor de um computador à cabeça de Carlos e que lhe pisou a cara calçado com sapatos.
O acusado afirmou que atacou Carlos por pelo menos uma hora. O acusado afirmou que então despiu as roupas que estava a usar, tomou um duche, vestiu um fato e saiu do quarto. O acusado afirmou que encontrou a amiga de Carlos (referida pelo nome) e a filha dela, e que perguntaram onde estava Carlos e porque é que ele não estava a responder às inúmeras chamadas.
O acusado afirmou que foi muito evasivo e que tentou sair mas elas continuaram a questioná-lo sobre o paradeiro de Carlos e em que quarto ele estava. O acusado então disse-lhes que Carlos estava no quarto e deu-lhes o número do quarto e saiu do hotel.
O acusado afirmou que vagueou nas redondezas por um pouco e então apanhou um táxi em Penn Station. O acusado afirmou que o condutor o levou até ao Hospital St. Luke’s Roosevelt."
04-02-2011
http://www.vidas.xl.pt/noticia.aspx?channelId=83c1118f-0a09-426d-88d0-7a0980df951a&contentId=9d3260f1-cdad-4055-82df-063fab569969
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